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P.O.V. Natacha

Acordo para mais um dia na faculdade. Tomo um duche ,maquilho-me pondo eyeliner,lápis preto na minha linha d'Água,base e um batom bordô.Ponho bastante pó para que a minha pele fique bem branca.
Adoro a minha pele branca e os olhos carregados de preto tal como a minha alma.
Visto uma T-shirt e umas jeans pretas juntamente com umas botas. Saio de casa sem tomar o pequeno-almoço,decidi tomá-lo ao café hoje. Raramente o faço visto que não gosto de ir a sítios com muita gente. Odeio a presença das pessoas.
Finalmente chego ao café e tal como imaginava isto está abarrotar de pessoas. Pessoas. Como eu odeio isto.
Entro e peço uma coisa simples e rápida de preparar para sair daqui o mais rápido que possa. Visto que está muita gente as mesas estão todas cheias,tomo o meu pequeno-almoço ao balcão.
Quando me instalo no balcão sinto alguém a tocar-me no ombro. Olho para trás e vejo um rapaz. Todo de preto,ar rude e o olhar carregado. Nada de especial.

"-Deixas-te cair isto.- Diz-me. Se eu fosse uma pessoa com bom-humor dizia que era rude. Pego nas minhas chaves da sua mão e não digo nada. Pago e saio do café o mais rápido possível. Caminho até o campus,fumando um cigarro pelo caminho. Sinto alguém a seguir-me e olho para trás disfarçadamente e não vejo ninguém. Continuo o caminho é sinto-me novamente a ser perseguida. Nunca me senti assim,talvez eu comece a estar a ficar mesmo psicopata de vez. Sempre odiei a presença de pessoas mas nunca cheguei ao ponto de me sentir assim. Enquanto mergulho nos meus pensamentos sinto outro toque no ombro. Dou um guincho e olho para trás.
"-Foda-se."- digo.
"-Desculpa. Vai para o campus?" Era o rapaz do café o que me tinha entregado as minhas chaves. Ele parece ter um olhar mais sereno e os seus olhos são verdes claros mas eles ainda a pouco pareciam escuros. Tal como todo o seu ser. Ele tem o cabelo ondulado e a parte da frente puxada para trás. Ele até é giro.
"-Vou. E tu?"
"-Também. Dás-me um?" Ele questiona apontando para o meu cigarro. Retiro o maço da minha bolsa e o isqueiro e entrego-lhe. Começamos a caminhar. Eu nunca andei acompanhada. Eu não tenho amigos e também não preciso tenho apenas colegas que só servem para me darem convites para festas.
Por incrível que pareça não me sinto desconfortável ao lado deste gajo,talvez porque somos parecidos?
"-Como sabes que vou para o campus?" Pergunto.
"-Já te vi lá. E não gosto de ver miúdas giras sozinhas."
Assim que ele diz isto sinto um arrepio e pontada de desconforto. Elogios? Ah...não.
Já me elogiaram. Já me disseram coisas agradáveis,mas nunca senti um arrepio. Foda-se que merda é esta?
Dou-lhe um pequeno sorriso.

(...)

Quando chegamos ao campus todos os olhares se concentram em nós. Nada que já não estivesse habituada. Sempre fui o centro das atenções por ter um estilo diferente de todos. Mas os patéticos são eles que são todos iguais,ignoro como o costume

HARRY POV
Noto que todos os olhares estão concentrados na miúda que me acompanha. Ela parece lidar com isto com alguma normalidade. Provavelmente já é costume.
Ambos entramos e dirigimo-nos para um banco que se encontra no corredor. Visto que ainda faltavam 20 minutos para entramos. Sentamos-nos. Talvez devesse falar com ela? Ela até é bonita e faz o meu género. Não me parece é ser muito fácil.

"-Qual é o teu nome?"-pergunto.
"-Natacha."- ela responde-me rudemente. Ela não é propriamente simpática e nota-se que não gosta da companhia destes betinhos,tal como eu.

"-Logo vou dar uma festa,queres vir? É em minha casa e é só pessoal fixe." - ela talvez vá recusar. Eu nem devia ter perguntado esta merda vou receber a maior tampa da minha vida.
"-há bebidas de graça?"
"- Sim."- repondo.
"-Aceito a que horas?"
"-Eu espero por ti ao fim do dia e vamos os dois."
Ela concorda e neste instante toca para dentro não nos levantamos e deixamos os betinhos todos ir. Assim que os corredores se encontram mais vazios dirijo-me para a minha sala. Reparo na Natacha. Ela é realmente bonita.
....

POV NATACHA
As aulas passam num fechar de olhos e reparo que já são horas de ir ter com o Harry. Dirijo-me ao local onde combinamos e espero por ele. Ele aparece e ambos nos dirigimos para o seu carro que se encontra em casa dele.
Ótimo. Ainda temos de apanhar um autocarro para ir para sua casa para buscar o carro dele,visto que ele de manhã veio a pé comigo.

(...)
Chegamos à sua fraternidade e já se encontra bêbados,ótimo.
Entro e olho de canto de olho para todos aqueles imbecis. Como eu odeio pessoas.

Não tarda muito e já tenho uma fila de bêbedos babados atrás de mim. Tento encontrar bebidas. Rapidamente me passam um corpo vermelho para a mão e bebo. Sinto uma mão a passar no meu braço e retiro rapidamente e vejo o Harry.
-Que queres?-pergunto.
-Estar a gostar?- ele pergunta-me ao meu ouvido devido ao barulho insuportável desta música horrível. Aceno com a cabeça. Vejo um loiro a piscar-me o olho e decido ir ter com ele.
Dou-lhe uma bebida e brindamos a nada. Nem sequer o conheço.
-Então tu és a Natacha,certo?- o loiro falso pergunta-me arqueando a sobrancelha,fazendo um sorriso malicioso.
Sorrio cinicamente e agarro-lhe o pulso com força.
-Como sabes o meu nome?-digo rudemente.
-Toda a gente sabe o teu nome! Toda a gente te conhece,pensas que passas despercebida? Todos os gajos te querem foder,miúda. Tu já olhas-te bem para ti? Achas mesmo que uma miúda como tu ia passar despercebida.

Como assim? Mas que merda. Dou uma joelhada ao loiro e saio dali. Oh que porra,mas? Ainda olho para trás para ver como o loiro ficou e vejo que ainda se encontra com as mãos no sítio a gemer de dor. Sorrio satisfeita.

-Natacha,Natacha! Natacha,porra!

Olho para trás vendo o loiro atrás de mim a correr.

-Não era preciso ter-me feito isto,foda-se.
Apenas sorrio e não digo nada. Subo ao andar de cima,visto que na festa não se faz nada de jeito é decido cuscar os quartos mas em todos se ouvem gemidos e gritos. Foda-se. Ouço um bater de umas botas no chão de madeira e olho para trás vendo a grande assombração do Harry.
-Aqui em cima é só para foder.-informa-me.
Mas será que os gajos só pensam sem sexo?
-Então eu vou descer.-Digo.
-Tens a certeza?- ele diz-me prendendo o meu braço na sua mão. Vejo que ele está mesmo no gozo,noto isso na sua expressão facial.
-Hm,não sei... Mas se fosse não seria contigo,Harry.-Digo e saio do seu aperto. Quando alcanço as escadas ouço-o a gritar.
-Se eu fosse a ti não recusava esta oferta,Natacha.
-Harry... Eu não sou as tuas bonecas que tu brincas,penteias o cabelo e voltas a pôr na prateleira.
Nunca na vida eu faria alguma coisa contigo.

Dito isto ele fica olhar para mim,incrédulo certamente com o que disse. Esta com uma cara de ofendido.
Desço as escadas e saio desta casa de tarados.

4:08 PM
São 4 da madrugada e vou a caminho de casa a pé.
Confesso que não tenho medo de andar nas ruas escuras sem iluminação nenhuma e sem movimento. Sinto-me na paz. Sinto-me bem. Sozinha apenas.
Sou cegada com uns faróis de um carro. Este abranda perto de mim. Fico com um pé atrás.
O carro para e vejo um homem a sair dele.
Pisco várias vezes os olhos para ter certeza do que eu estou a ver. NÃO. NÃO.
Começo a fugir mas este consegue alcançar-me.
-SOCORRO!

He's waiting, hides behind his cigaretteOnde histórias criam vida. Descubra agora