Toda ajuda é bem vinda

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Sairam daquela praça desesperados, correram para a primeira delegacia, lá explicaram o caso ao delegado que colocou os policiais a procura da velha, como a principal suspeita do sequestro, em breve teriam as imagens das câmeras da praça e poderiam ver quem e como a garota foi levada , ele se propôs também a colocar policiais de vigia, a menina podia estar por perto ainda, pediu aos dois que fossem para casa e assim eles fizeram afinal não havia o que fazer, já tinham procurado por ela em todos os lugares, e nem sinal de Sarada.
Se Sakura estava desesperada na rua, em casa ela estava despedaçada, abraçou o urso que a menina usava para dormir e chorou, Sasuke a abraçou e chorou junto a falta da menina, os dois sentaram no chão e ali ficaram. Não tinham mais forças para levantar, ou fazer qualquer coisa.
No dia seguinte os dois foram na primeira gráfica aberta pela manhã  e fizeram milhares de cartazes para distribuir e colar em todos os lugares possíveis, tentando achar a menina, seus amigos ajudaram divulgando no trabalho e nas redes sociais.
Naruto e Hinata apareceram em seu apartamento para dar uma força, Sakura continuava inconsolável e Sasuke mais quieto do que de costume.
As noites era piores, o silêncio da casa, os brinquedos no canto da sala esquecidos, o quarto intocado, não ter ninguém invadindo o quarto na madrugada, tudo isso fazia Sakura chorar a noite toda, e mesmo se quisesse dormir Sasuke não conseguiria, pensando onde sua pequena poderia estar, se estaria bem, se alguém a estivesse machucando, tudo isso doía nele. Seria capaz de matar a pessoa que fez isso com Sarada, não pensaria duas vezes em fazer.
Seus pais e os pais de Sakura tentaram ajudar também, contudo Mebuki Haruno não ajudava em nada, culpava Sakura pelo ocorrido, dizendo que ela foi irresponsável em deixar a menina sozinha.
- Se você não tinha capacidade de cuidar dela passasse a guarda dela pra mim - disse depois de dez dias do sumisso da menina - você é mãe, o mínimo que deveria ter é responsabilidade. - Sakura apenas se encolhia e uma lágrima solitária escorria de seu rosto - isso que dá uma criança ter outra, ela não é como um cachorro que voce perde e arruma outro... - foi a gota d'água para Sasuke, que se mantinha calado, afinal elas eram mãe e filha não devia se meter, mas ver Sakura ser diminuída daquela maneira e sem ter razão fez o sangue de Sasuke subir a cabeça
- CALA BOCA E SOME DA MINHA CASA - Sasuke gritou com a mulher que ficou atonita - não veio ajudar, só atrapalha então some daqui.
- Sakura ! Faça alguma coisa ... - mas Sakura apenas chorava, só queria sua filha de volta.
- Você me ouviu - Sasuke falou pela última vez e a mulher saiu, batendo a porta com força.
Em silêncio Sasuke seguiu até a cozinha e preparou um chá de camomila para acalmar Sakura, segurou a mão dela enquanto ela tomava pequenos goles da bebida quente. Não conversavam mais nada a dez dias, Sakura apenas olhava o vazio, com seus olhos verdes sem brilho.
- Eu prometo a você que vou acha-la-  Sasuke se aproximou dela, que estava sentada na banqueta alta que havia na divisória entre a cozinha e a sala, segurou seu rosto e enxugou a lágrima solitária que havia em seus olhos. - eu só preciso de você comigo, você e ela me dão forças e sem ela aqui ... - Sua voz falhou, tentou reprimir o choro - você quem me mantém de pé. - ela olhou para o marido procurando um norte em seus olhos negros, que lembrava tanto o de sua menina. Ele lhe deu um beijo terno nos lábios e a abraçou em seguida, de modo que ela podia ouvir o coração dele. - nós vamos acha-la.
- Eu acredito em você - ela respondeu após um longo suspiro.
Depois desse dia os dois se dedicaram a procurar a garota em todos os lugares possíveis,  foram em hospitais, delegacias, órfanatos, albergues e em todos os lugares que ela poderia estar, foram de escola em escola para saber se nenhuma criança fora matriculada recentemente com as características de Sarada, mas tudo foi em vão. Nem pistas de sua menina.

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Suna, Natal de 2021

O frio esse ano estava sendo mais pesado que nos anos anteriores, ou Sarada estava ficando grande para suas roupas, precisava de novas, assim que possivel iria até o albergue de Jyraia, procurar alguma coisa do tamanho dela, Kawaki também precisava, mas não iria dizer isso nunca, era um orgulhoso do caramba que preferia passar frio a pedir alguma coisa a alguém.
Eles estavam na rua desde sempre, ele fugiu de casa depois de ser espancado pelo pai, sem rumo caminhou até Suna num abrigo para crianças que não era muito melhor que sua casa, já a garota Sarada estava na rua desde sempre, se lembrava de uma mulher de cabelos rosa e depois de uma velha que fedia a xixi de gato, na verdade a mulher de cabelo rosa ela achava que era uma doideira da cabeça dela, pois a mesma era bondosa consigo, diferente da velha dos gatos, que lhe batia e a deixava com fome, assim como Kawaki ela fugiu de casa e se a velha não morreu, apenas não conseguiu correr atrás dela ou simplesmente não a seguiu. Chamava-a de vó Nekoba, mas tinha suas dúvidas se ela era sua avó de verdade.
- Ei onde vamos passar a noite?  - ela perguntou para o garoto de olhos tão azuis que que chegavam a ser acinzentados, o cabelo escuro em cima e descolorido embaixo, as roupas surradas e com vários rasgos, resultados de fugas dos agentes da prefeitura que tentaram os pegar.  Ele se manteve quieto, devia pensar em algum lugar, quente o suficiente, para os dois passarem a noite.
- Qualquer lugar que a gente não seja pego.  - ela já havia se acostumado com o jeito dele, rispido. Com um pai daqueles deve ser difícil ser gentil.
- Deixa que eu procuro um lugar pra gente dormir, procura alguma coisa pra gente comer, tô morrendo de fome. - a garota deu a ideia, realmente a última refeição deles havia sido um café da manhã magro próximo a igreja matriz da cidade, que distribuía comida a pessoas de rua, que consistia em um pão e um copo de café com leite.
- Não meta a gente em encrenca - ele respondeu se virando ao contrário, se precisava de comida teria que ir para o outro lado onde haviam restaurantes, que com certeza já estavam fechando, significando que ia achar alguma coisa boa. Melhor que a sopa servida nos albergues.
- E vê se encontra alguma coisa decente pra gente comer. - ele revirou os olhos e sumiu entre as pessoas.
Os dois evitavam albergues, pois eles tinham o péssimo hábito de entregá-los a órfanatos e abrigos para crianças, como se eles precisassem disso e como se esse lugares fossem bons pra alguém, não que as ruas fossem boas, mas melhor do que ser ofendido e as vezes até mesmo agredido nesses lugares.
Caminhou até um prédio abandonado onde outros moradores de rua iam para passar a noite, apesar de ter gente de todo o tipo Sarada achava melhor, ali cada um cuidava da sua vida e ninguém dedurava ninguém. Estava decidido, conversou com Amado, que era quem cuidava para que uns não matassem os outros, para que guardasse um lugar pra eles. Saiu em direção do ponto de encontro dos dois, esperando sinceramente que Kawaki trouxesse alguma coisa pra comer, pois a fome já estava doendo.

🌸

Os restaurantes estavam lotados em sua maioria.  Por  estar próximo ao Natal as pessoas aproveitavam essa data para se reunir e fazer suas confraternizações, sendo assim a comida demoraria muito a sair, Kawaki decidiu esperar, preferia demorar e levar algo gostoso para o jantar do que aquela droga de sopa, encostou na janela de um deles e ficou observando as famílias e amigos que ali se divertiam e pensou que seria bom ter uma família, não ter que procurar comida ou lugar para dormir, não passar a maior parte da noite acordado com medo de que o levasse ou levassem sua amiga, que era a unica pessoa que tinha na vida, apesar de falar a beça e ser uma nanica folgada ele gostava dela.
- Ei garoto! - uma voz grossa o assustou - tá querendo o que aí ? Some já. Não tem nada pra você aqui ! - o gerente do restaurante gritou e o assustou o que o fez cair de costas, ele pegou uma vassoura, e Kawaki fechou os olhos para tentar sentir menos a pancada que não veio.
- Ele tá com a gente ! - uma outra voz o tirou da escuridão de suas pálpebra fechadas - e se erguer essa vassoura pra ele de novo eu vou enfia ela num lugar que o sol não bate - um homem grande e loiro intimidou o gerente do restaurante. Enquanto isso outro homem lhe estendeu a mão para que se levantasse, o homem tinha uma feição séria mas lhe lembrava alguém, os cabelos e olhos negros conseguiam ser mais assustadores que o loiro gritando.
- Vamos sair daqui Naruto. - o moreno disse e o outro o seguiu
- Vem garoto, deve estar com fome. - Naruto o chamou e pelo medo de ser agredido ele os seguiu. Entraram numa cafeteria, e o estômago de Kawaki roncou alto, chamando a atenção dos dois a frente, que se olharam entendendo o que precisavam fazer.
Sentaram numa mesa onde uma mulher de cabelos rosas estava sentada, lendo uma folha de papel, pelo jeito era uma lista. Ergueu os olhos para os três e estranhou a presença do garoto junto deles. Olhou para o moreno que, jogou um olhar de soslaio para Naruto e ela entendeu na hora. Os dois sentaram e o garoto ficou em pé.
- Senta garoto- o moreno disse e ele obedeceu.
- Pode escolher o que quiser - Naruto disse lhe entregando o cardápio, mas o garoto apenas engoliu em seco. Não sabia ler e não tinha ideia do que serviam ali. Após quase dois minutos fingindo que lia a mulher de cabelos rosas entendeu que ele estava com dificuldades.
- Eles têm hamburguer, você gosta ? - a voz melodiosa da moça fez seu coração desesperado se acalmar, ele assentiu e ela pediu por ele - gosta de doces ? - ele afirmou mais uma vez, na verdade gostava de qualquer coisa. Uma garçonete se aproximou  - quero uma hambúrguer e um waffle com sorvete e calda de chocolate,  sim ?
- Algo mais senhora? - eles ainda não tinham comido também.
- Pra mim um misto quente  e um cappuccino. - ela pediu.
- Pra mim um chocolate quente e um misto também - Naruto pediu.
- E pra mim um cafe expresso. - os três pediram e a mulher saiu.
- Eu sou Sakura, qual seu nome ? - ela quis puxar conversa, visto que o silêncio começou a ficar constrangedor. Disse seu nome falso, ele e sarada usavam nomes falsos para que não fossem levados de volta a abrigos.
- Sou Kino. - respondeu sem dizer muita coisa, afinal não era dado a esse tipo de coisa, interagir pra ele era uma droga.
- Esses  dois são Sasuke, meu marido e Naruto, nosso melhor amigo. - os dois acenaram, Naruto deu um sorriso e Sasuke apenas balançou a cabeça. - você mora em um abrigo? - a menção da palavra abrigo o assustou e ele a encarou assustado.
- Calma garoto não vamos levar você pra lugar nenhum - Sasuke disse para acalma-lo - estamos procurando nossa filha. - disse apontando para Sakura. - queremos ajuda. Segundo a polícia a pessoa que a sequestrou faleceu nesta cidade...
- Achamos que ela pode estar aqui. - Sakura disse levemente desesperada, era a primeira pista concreta em anos, a velha um senhora chamada Nakoba, que fingiu a convulsão no dia que Sarada desapareceu, havia sumido, sem deixar rastros, mas na última semana fora lavrado o atestado de óbito da mesma, com isso a polícia descobriu que ela estava residindo em Suna.
- Estamos procurando em abrigos, mas sem sucesso, queriamos ajuda de alguém daqui. - Naruto falou por fim, Kawaki não sabia se ajudaria, afinal eles podiam ser policiais disfarçados, e isso não seria bom. - você poderia nos ajudar, ou dizer onde seria mais provável ela estar.
- Não tenho como adivinhar essas coisas - ele disse quase num resmungo, Sasuke fraziu o cenho com a resposta atravessada, mas Sakura negou com a cabeça, provavelmente o menino não tinha nada além disso na rua, palavras atravessadas e nenhum tipo de acolhimento.
- Você poderia nos ajudar ? - Sakura pediu, com a voz terna. Ele suspirou e pensou que uns dias comendo melhor não fariam mal a ele e nem a Sarada, mas antes tinha que ter certeza de que sarada iria aceitar. O que ele achava que sim, assim que alguém oferecesse comida boa para ela.
- Eu vou ver com a minha amiga. - ele respondeu, e Sakura sentiu uma gotinha de esperança.
- Qual nome da sua amiga? - ela perguntou, pensando em já mandar por para viagem um sanduíche para ela também, juntamente com um doce.
- Kia - ele respondeu ocultando o nome de Sarada também. A comida chegou e os três nunca viram um sorriso tão grande de uma pessoa para um alimento. O garoto comia com tanta vontade que parecia que o hambúrguer iria sair correndo do prato, mas em um momento ele parou de comer olhou o lanche e se lembrou que Sarada estava sem comer também, pediria para por para embrulhar  quando Naruto o chamou a realidade.
- Pode comer, nós vamos pedir outro pra sua amiga, ok ? - ele assentiu e continuou a comer, com mais vontade ainda. Os três comeram sem silêncio e Sasuke a muito tempo não via Sakura daquela forma, com um semblante esperançoso. - quantos anos você tem kino?
- Onze.
- E a quanto tempo está nas ruas ? - Sasuke quis saber, o garoto não saberia precisar, só se lembrava de estar na rua, sua idade ou quando não vinham a sua mente, assim como não se lembrava de quando exatamente conhecerá Sarada.
- Não sei. - ele respondeu ríspido - não quero me lembrar disso. - Sasuke desejou do fundo de seu coração que Sarada não estivesse na rua, pois o garoto a sua frente pelo jeito sofrerá muito em sua vida.
Ele terminou de comer e logo vieram os embrulhos para a amiga que Sakura entregou com muito carinho, sentia que ele iria conseguir ajudar, seu instinto materno lhe dizia que seria mais útil a ajuda do garoto a sua frente do que os detetives e policiais que o ajudaram em todo esse tempo.
Se despediu dele que seguiu para o lado oposto aos três. Após ele virar a esquina Sakura começou a chorar, mas não de tristeza apenas, mas por aflição, de imaginar tudo que esse garoto sofreu e tudo que sua pequena pode estar sofrendo. O casal nunca falou sobre isso, mas era o pensamento constante dos dois : " Como Sarada estaria?"

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