Capítulo 0008: Um velho conhecido

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 Foi um sonho muito estranho.. primeiro Kitsuh, depois com aqueles dois... é raro que eu lembre tão pouco de um sonho. Sei que encontrei algo, mas não lembro os detalhes mesmo assim parecia ser importante.

Não quero levantar ainda, a cama está confortável e tenho tempo. Quase todos estão fora então vai ser rápido limpar e organizar as coisas. Ao menos o tempo está bom agora, parou de chover.

Não seria bom ficar muito tempo deitada, há coisas que precisam ser feitas e é raro ter um momento de real tranquilidade como este. Levanto lentamente, arrumo a cama em seguida organizo e limpo minhas coisas, o quarto estava começando a ficar bagunçado. Acho que hoje preciso comprar aquele carbono, varrer as folhas que a chuva e o vento deixaram na área das lanternas do templo e verificar como a carne de javali está secando, parece que alguém mexeu nela...

Após a higiene matinal e comer algo, vou varrer o pátio. Frongus já havia levantado, ele estava tirando a poeira das coisas e vendo o que precisava de manutenção. Ele tinha pele mais escura, musculoso embora não muito, não era velho, tinha uma postura ereta e embora normalmente fosse sério era alguém fácil de se conviver, não se intrometia nos assuntos dos outros.

– Bom dia – eu disse.

– Bom dia – Ele respondeu enquanto limpava uma lanterna com entalhes em madeira, era realmente minucioso nas suas obrigações.

Peguei uma vassoura e comecei a fazer minha parte, Frongus era rápido em fazer seus deveres, quase os executava tão bem quanto eu. O dia estava agradável, clima ameno com uma brisa suave, pássaros cantando.

____ James ____

– Então vamos ver se entendi o que aconteceu... provavelmente ele se irritou por causa do dispositivo que você deixou para coletar informações, então tentou cobrir melhor seus rastros isolando este local, mas isto apenas facilitou que essa divindade encontrasse o local e então nos usasse para descobrir como chegar aqui?

Basicamente foi isso – disse o Vigia, ele ainda estava em forma humanoide – Acredito que veio nos testar assim como dar um aviso, deve haver algo mais atrás de nós.. e não se esqueça deuses não existem.

Então outra vez nos metemos em algo estranho. Lanço um olhar para Yori, será que ele teria algo a ver com a situação ou seria coincidência? Não, isto não importa a prioridade é pensar o que fazer.

– É raro você contar as coisas em tantos detalhes.. não vai voltar a sua forma habitual? – Questionei.

Estou cansado, aquilo fez algo para me manter nesta forma – era o que faltava.

– E agora? – Perguntou Yori, ele estava sentado em uma pedra comendo algo.

Após pensar um pouco perguntei – Vamos mesmo voltar lá? Depois de tudo o que aconteceu? – me parecia muito perigoso.

Se não voltássemos o risco provavelmente seria o mesmo, aquilo deu a entender que consegui voltar aqui e... – Disse o vigia, ele estava preparando comida, claramente contrariado por ter de manter esta forma – não temos comida estocada o suficiente, ao menos para vocês.

– Quanta preocupação. Você consegue nos mandar para lá e de volta em segurança?

Sim, mas não para outros lugares. Provavelmente também terei de ficar perto de vocês, para manter as distorções estáveis sem chamar atenção. disse o Vigia.

– Por que não vamos embora para outro lugar? Isso resolveria todos os problemas. – disse Yori com a boca cheia.

Não... ele provavelmente nos encontraria. E já tentei, de alguma agora forma parece mais difícil ir para outros locais que não sejam lá no momento. – Disse o vigia enquanto guardava os utensílios usados para cozinhar.

O Viajante livro 1: Folhas e névoaOnde histórias criam vida. Descubra agora