Capítulo 5

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⊹ ────⊱ Dean ⊰──── ⊹

Estava inquieto nos últimos dias, passava horas e horas rezando pedindo perdão a Deus por meus pecados e pensamentos. Desde que Castiel chegou eu sabia que padeceria, só não achei que seria tanto.

Nos últimos dias no entanto começamos a nos entender, saber a verdade sobre o assassinato que o trouxe para cá me fez o ver de forma diferente. Ele não era um monstro como eu injustamente o pintava, ele apenas se protegeu. Eu sei que ele podia ter se controlado mas não posso julgá-lo, eu não sei o que faria se eu estivesse em seu lugar.

O problema era justamente por está nos dando bem que estava me deixando louco, ele tinha essa coisa magnética que me atraía até ele, ele exalava charme natural e sempre que podia falava ou fazia algo que me deixava constrangido.

Depois que descobri sua “galeria de arte” às vezes à noite eu ia até lá só para vê-lo pintar e escutar sua voz.

Ainda não tinha me acostumado a me ver retratado naquelas telas, era de uma delicadeza inexplicável.

Hoje eu ia novamente até lá para vê-lo fazer arte, ele é realmente muito bom. Assim que deu 22:00 horas, saí com cautela do meu quarto e fui até lá. Ele já estava pintando quando eu cheguei, fiquei em silêncio e só o observei por um tempo, era hipnotizante.

— A quanto tempo está ai? - Ele pergunta.

Sou pego de surpresa, saindo do meu transe.

— Tem um tempinho. - Digo baixo.

— Ainda não entendi essa sua obsessão de me ver pintar. - Ele sorri.

— Não é uma obsessão e é relaxante. -  Rebato.

Ele solta o pincel e vem até a mim.

— Não parece que está relaxado. - Ele brinca.

Sorrio pequeno e abaixo a cabeça.

— Vem comigo. - Ele pede e se levanta.

— Para onde? - Pergunto confuso.

— Só me segue. - Ele fala e sai.

Eu o sigo e ele soube mais um pouco, nem sabia que tinha mais andares naquele lugar. Logo saímos ao ar livre, estávamos no topo e do lado estava uma torre.

— Uau, que lugar incrível. – Falo.

— Eu sempre venho aqui quando quero relaxar. - Cas diz.

— Como descobriu esse lugar? – Pergunto.

— Em uma dessas noites que perambulava por aí. - Dá de ombros.

— Incrível! - É tudo que consigo dizer.

— Okay, venha até aqui. – Cas me chama.

Dou alguns passos até ele. Ele me guia até o parapeito.

— Castiel... não acho que seja seguro. -  - Sussurro um pouco nervoso.

— Confie em mim. - Ele pede.

Aceno com a cabeça nervoso demais para fazer outra coisa.

— Agora feche os olhos. - Ele sussurra.

Obedeço quase imediatamente.

— Inspire e solte o ar lentamente. - Ele diz.

Faço exatamente o que ele pede.

— Novamente... - Me assusto ao escutá-lo tão próximo de mim.

Continuo a fazer o que ele diz.

— Agora eu quero que você não se assuste e nem entre em pânico. - Ele fala e eu fico confuso.

De repente sinto suas mãos rodeando minha cintura, prendo a respiração.

— Não Dean... eu quero que você relaxe e solte o ar devagar. - Ele sussurra ao meu ouvido.

Era praticamente impossível relaxar com seu corpo atrás do meu e suas mãos me segurando numa espécie de abraço estranho.

— Dean... apenas relaxe e me sinta. - Ele sussurra.

Meu corpo todo estremece e minha mente fica em branco.

— Assim... relaxe para mim, tão perfeito e entregue. - Ele fala quase ronronando.

Não consigo explicar a força que me leva a virar tão rápido que quase nos desequilibramos.

— Dean o quê... – Interrompo Cas ao segurar sua camisa com força e o puxar para mim chocando os nossos lábios.

Foi tão intenso que batemos os dentes, mas ignoro esse fato. Não fazia ideia do que estava fazendo, era meu primeiro beijo e tenho certeza que para Cas, era o pior beijo de sua vida.

Cas leva uma mão até minha nuca e a outra a minha cintura e aproxima mais ainda nossos corpos. Ele desacelera o beijo e começa a fazer movimentos bem lentos com a boca, coro ao entender o que ele estava fazendo, ele estava me ensinando a beijar.

Sigo seus movimentos e logo pegamos um ritmo bom, sua língua começa a explorar a minha boca e eu solto um som totalmente constrangedor. Beijar Castiel Novak era terrivelmente bom.

Nos separamos lentamente quebrando o beijo, fecho os olhos e respiro fundo.

— Dean... - Ele me chama com a voz mais rouca que o normal.

Meu Deus, o que eu acabei de fazer?

— Dean? - Ele insiste em me chamar.

— Cas... - Não consigo falar e logo às lágrimas caem pelo meu rosto.

— Ei... calma, eu estou aqui. - Ele diz e tenta me abraçar, eu recuo dando um passo pra trás.

— Eu não devia... eu... eu sou abominável! – Grito e me viro, começo a correr me afastando de Castiel.

Escuto seus gritos me chamando e não dou ouvidos, corro como se minha vida dependesse disso.

Eu não devia ter cedido... eu não devia ter caído em tentação... mas Cas é tão...

Castiel me atrai de uma forma que não consigo explicar, ele vai ser minha ruína, ele vai ser meu veneno... um veneno chamado pecado.

⊹ ────⊱ + ⊰──── ⊹

Chego no meu quarto e me jogo no chão chorando, eu sabia que essa amizade não seria uma boa ideia. Me levanto logo depois e tranco a porta, sigo em direção ao banheiro, tiro minhas roupas e entro em baixo do chuveiro. A água cai no meu corpo e eu desejo que ela também lave meus pecados.

Fico uns minutos contemplando minha vida miserável até desligar o chuveiro e saí do banheiro, visto só uma calça e me deito, fico praticamente a noite toda em claro.

Penso em como minha vida mudou em tão pouco tempo, e fico me culpando por sentir dúvidas a respeito da minha vocação.

O pior de tudo é imaginar como meus pais estão reagindo a tudo isso lá de cima, com certeza eles estão sentindo nojo de mim.

Tento tirar isso da cabeça e tento dormir mesmo sabendo que não vou conseguir, amanhã será um novo dia.

A poison called sin - DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora