Capítulo 6

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⊹ ────⊱ Dean ⊰──── ⊹

Acordo no dia seguinte e quase desisto de sair do quarto, mas eu precisava enfrentar o que tivesse que enfrentar. Vou para as aulas e consigo administrá-las bem, toda vez que Castiel indicava que queria vir até mim eu me esquivava, sei que não vou conseguir o evitar pra sempre.

Depois das aulas evito ir pro refeitório e vou direto pro meu quarto, assim que abro a porta meu coração quase salta pela boca.

Lá estava ele, Castiel Novak sentado na minha cama e me olhando intensamente.

— O que você está fazendo aqui? -  Pergunto.

— Precisamos conversar Dean. - Ele diz calmo.

— Eu não acho que precisamos. – Falo e entro no quarto.

— Dean você não pode fingir que nada aconteceu. – Ele fala exasperado.

—  Nada aconteceu Novak. – Digo firme.

Ele vem até mim e me prensa na parede.

—  Você não pode fazer isso! Não pode me beijar e me tratar como se eu fosse o culpado! – Ele diz praticamente gritando.

— Fale baixo. – Digo com raiva.

— Você é o idiota mas hipócrita que já conheci. - Ele diz e me solta.

— Você quer o quê? Que eu desista de tudo só por causa de um beijo que não significou nada pra mim? – Digo sem pensar.

— Você sem esconde por trás dessa sua máscara de bom samaritano, mas você é pior que eu. - Ele diz e noto um tom magoado.

— Eu não posso destruir minha vida toda, por você! – Exclamo.

— Que vida Winchester? Você chama isso de vida? Fazer uma coisa que você nem se quer escolheu pra você? – Ele diz.

— Foi uma promessa da minha mãe! É tudo o que eu posso fazer por ela agora. – Digo.

— Você não acha que é injusto você carregar esse fardo? – Ele diz.

— Eu... eu não tenho mais família Novak, meus pais morreram, e eu só tenho isso. – Falo.

— Você pode ter tudo Dean, você só precisa parar de ser covarde. - Ele grita.

A raiva me domina assim que escuto o que ele diz.

— Eu não sou covarde! – Grito e o empurro contra a parede.

Ele sorri, ele estava me provocando.

— Disse o cara que tem medo de viver a própria vida. – Ele zomba.

— Você é um martírio em minha vida. – Falo irritado.

— E você é um atraso na minha! - Ele diz e seu rosto só está a alguns centímetros do meu.

A próxima coisa que me deu conta, é do seus lábios chocando-se contras os meus, em um beijo raivoso.

Demoro pra acompanhar o ritmo que ele determinou mas logo dou passagem e sinto sua língua invadir minha boca com fome. De repente sou virado e prensado contra a parede, gemo com a força do impacto.

— Cas... Castiel... - Tento falar mas ele me cala com outro beijo de tirar o fôlego, já estava ficando tonto.

—  E-eu... te odeio Dean Winchester! – Ele fala ofegante assim que quebra o beijo.

Tento falar alguma coisa, mas não consigo.

— Mas eu amo te beijar. – Ele diz e volta a me beijar intensamente.

Minha mente fica em branco, e eu só consigo retribuir, Castiel me prende com tanta força contra a parede que por um momento eu penso que vou me fundir a ela. Ele separa minhas pernas com a sua, fazendo com que ela toque em meu membro e eu gemo.

— C-castiel... chega! – Falo e consigo empurrá-lo.

Ele parecia um anjo caído, com os lábios vermelhos e os olhos escuros em luxúria.

— Você não pode negar que gostou Dean. - Ele diz e eu começo a chorar.

Porque minha vida é tão complicada?

— Ei, eu estou aqui com você. - Ele diz e me abraça.

Eu não sei quanto tempo fiquei chorando, mas quando me recompus percebi que estava deitado nas pernas de Castiel que estava sentado em minha cama.

— Melhor? – Ele pergunta.

— Eu sou horrível, não é? Minha mãe teria nojo de mim. – Falo com a voz embargada.

— Dean você não é horrível, e se sua mãe, onde quer que ela esteja, te ama. Ela vai te aceitar do jeito que você é. – Ele diz calmo.

— Eu gosto de você Cas, mas... – Tento explicar.

— Vamos fazer o seguinte, não vamos nos apressar, vamos viver um dia de cada vez. - Ele diz.

—  Mas eu não posso continuar beijando você sendo padre. – Digo.

— Você vai desistir do celibato? – Ele pergunta.

Nego com a cabeça.

— Você não vai mais querer me beijar? – Pergunta novamente.

Fico em silêncio, não queria desistir de tudo mas também não queria perdê-lo.

— Eu não sei o que fazer. – Confesso  baixinho.

— Vamos dá tempo ao tempo Dean, as coisas se acertaram eventualmente. - Ele diz.

Aceno com a cabeça, era tudo o que poderíamos fazer no momento. Logo adormeço com Cas acariciando meus cabelos.

⊹ ────⊱ + ⊰──── ⊹

Acordo com a cabeça doendo, não me lembro como adormeci ontem e nem quando Castiel foi embora. Me levanto e vou tomar um banho pra me despertar, assim que termino me arrumo e vou tomar café.

Chego no refeitório e vejo Castiel tomando café e abaixo a cabeça me lembrando dos beijos que trocamos ontem. Sigo calmamente e me sento, tomo o meu café apressado e saio dali.

As aulas foram no mínimo estranhas, não achava certo o que eu estava fazendo, mas não conseguia fazer nada a respeito.

Parei de ir ver Castiel pintando a noite, e só trocávamos algumas palavras, ele estava respeitando meu espaço e eu  estava grato por isso.

Os dias passaram e já fazia uma semana desde o ocorrido, e eu estava... bem. Confesso que estava com saudades da companhia de Castiel e decidi que hoje eu ia vê-lo pintar. Quando da 23 horas, vou até a pequena “galeria” de Cas, ele estava concentrado pintando era maravilhoso assistir.

— Você é muito habilidoso. – Digo anunciando minha presença.

— Dean! – Ele exclama surpreso.

Sorrio e me aproximo.

— Eu meio que estava com saudades de você. – Falo sincero.

— Eu também estava. – Ele sorri.

Ficamos em silêncio e ele voltou a pintar e eu só observei.

As horas passaram e ficamos ali cada um concentrado em sua arte.

— Eu acho que já passa das duas. – Castiel diz de repente.

— Eu acho que você está certo. – Sorrio.

Ele sorri também e guarda suas tintas.

— Deveríamos ir dormir. - Ele diz.

Concordo com a cabeça mas não saio do lugar.

Ele balança a cabeça sorridente e começa a sair da sala, o acompanho sem perguntar nada.

Logo estávamos no mesmo lugar que o beijei pela primeira vez.

— Como você está? – Ele pergunta enquanto se senta no parapeito.

— Estou bem. – Respondo.

— Que bom Dean, fico feliz. – Ele diz.

— Você não tem medo de altura? - Pergunto de repente.

Ele sorri.

— Não muito, vem sente-se ao meu lado. - Ele pede.

Vou meio relutante.

— Você não vai cair Dean, não se preocupe. – Ele sorri.

Sorrio meio nervoso, e sento ao seu lado.

— Obrigado por você me dá um tempo. – Digo.

— Nós dois precisávamos. – Ele diz.

Ficamos em silêncio contemplando o céu.

— Eu queria trabalhar com carros, consertando ou criando, não importa o quê... mais eu gostaria. - Digo de repente.

— Eu quero ser pintor. – Castiel fala.

— Você não vai fazer os votos, não é? – Pergunto.

— Não Dean. – Ele diz simples.

— Você tem razão, eu sou um covarde. – Falo.

— Dean, me desculpe pelas coisas que eu te disse, não era verdade. - Ele fala.

— Mas você tinha razão eu tenho sonhos, mas não consigo lutar por eles. – Falo.

— Você ainda é novo Dean, você pode mudar. – Cas diz.

Ele olha pra mim, e nos encaramos por alguns segundos. Levo minha mão até seu rosto e acaricio sua bochecha, ele se inclina atrás do toque e suspira.

Me aproximo devagar e fecho a distância entre nós iniciando um beijo lento, Cas retribui o beijo e meu coração acelera.

— Eu quero tentar Cas. – Falo assim que nos separamos.

Cas sorri genuinamente.

⊹ ────⊱ + ⊰──── ⊹

Depois daquele dia eu e Cas começamos a ter algo, não era muito já que ainda estamos aqui. Mas as coisas estavam indo bem, acabei comprando tintas e telas para Cas continuar a pintar e também dei meu celular pra ele entrar em contato com os amigos. Ele ficou muito feliz e ligou pra um tal de Gabe e eles conversaram por um bom tempo.

Assim que ele desligou, ele me beijou como se estivesse em abstinência.

— Obrigado Dean. – Ele me agradeceu.

— Não foi nada Cas. – Sorrio.

Às vezes ele ia até meu quarto e ficávamos conversando e nos beijando, eu não ficava muito confortável ali mas era o que tínhamos no momento.

E pela primeira vez na vida, eu estava feliz e realizado com Castiel ao meu lado.

A poison called sin - DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora