•Capítulo Único•

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AVISO: nenhuma das situações apresentadas nessa obra foi retratada no sentido de "amenizar" ou "romantizar" atitudes. Se trata apenas de uma das situações que considerei que poderiam ser condizentes com o passado do personagem.
Obrigada, boa leitura!

"Qué valiente te ves temblando de miedo, pero arriesgándote a vivirlo"
J. Guerrero

Lucien não se sentia confortável com a mescla de sentimentos que lhe preenchiam todas as vezes que pensava naquela fêmea que deveria ser sua igual, sua parceira.

Nada daqueles pensamentos condiziam com ele, ele não sentia nada bom a não ser ciúmes e até possessividade que não combinavam com ele. Acima disso apenas odiava ainda mais saber que Azriel estava interessado nela. Como um maldito cachorrinho, diferente de Morrigan, Elain gostava disso, se iluminava sempre que via o illyriano e sentia nojo ao olhar Lucien. Não desprezava Elain por ter interesse em outro macho, mas ainda odiava aquilo, a humilhação de todas as vezes que ia a Velaris e encontrava Feyre, sempre recebendo tantos olhares de desculpas por sua irmã; quando se encontrava com o Encantador de Sombras e a primeira coisa que fazia era procurar pelo cheiro dela, qualquer mísero sinal.

Odiava ainda mais pensar repetidas vezes que ele era igual a qualquer fêmea consciente. Não só por admirar a beleza do illyriano, mas por ficar com olhares de flerte desde o primeiro voo deles, por ter transado com o mestre espião naquele mesmo dia, dizendo para si mesmo que só havia acontecido porque sua adrenalina estava tão à flor da pele que sequer pensou, mas não justificava o porquê as reuniões dos dois tinham uma hora a mais, às vezes duas. Ou porque trocavam sorrisinhos quando ninguém os via.

Mesmo com pensamentos negativos a respeito de si e suas atitudes, Lucien havia começado mesmo a pensar de forma que tentasse ignorar Elain, no entanto, aquela mínima faísca entre os dois machos foi extinguida. Sem olhares, toques ou sorrisos cafajestes. A falta de tudo aquilo o fez se odiar ainda mais.

No entanto, ninguém, nem mesmo aqueles que poderiam, sabiam exatamente o que se passa na cabeça do espião da Corte Noturna, ele mesmo não sabe, ou fazem ideia de como ele se sente.

Principalmente em relação a fêmea que foi sua paixão por mais de 500 anos, o foi não era ao acaso, Azriel demorou para descobrir e dar razão a muitas das atitudes de Morrigan, mas ainda sim se sentiu magoado pela falta de consideração enquanto se chamavam de família.

E o destino nunca é certo, ele sabia muito bem, mas também não queria e não esperava que Elain tivesse se interessado por ele, ele não sabia se a queria, porque primeiro estava tentando fazer sua própria cabeça para começar a pensar que todas as Archeron deveriam estar destinadas, como Nestha e Feyre, Elain também deveria.

Seria o correto.

Não sentir tudo de mais contraditório ao ver o parceiro dela. Ou ao transar com ele.

Sua paciência andava uma merda e só de pensar nisso, sua cabeça gritava muitos porquês. Dentre os muitos, sempre levavam ao mesmo lugar "Porque ele não poderia escolher, ao menos uma vez, o caminho mais fácil?"

Azriel não queria relacionamentos, não que tivesse chegado a ter um, mas quando descobriu o segredo de Morrigan, colocou na própria cabeça que nunca mais se prestaria a tal lugar, e que amantes de uma noite eram suficiente para seus "desejos" de macho.

O macho também não achava justo se envolver com alguém para despejar toda a sua insegurança e proteção sufocante por simplesmente sentir gostar de alguém. Ele acreditava que era realmente instável e que dava razão para a reação de Morrigan.

Corte de Desejo e ÓdioOnde histórias criam vida. Descubra agora