Outra Vida| Oneshot

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Cá estamos nós firmes e fortes trazendo uma one shiita direto do forno (mentira, tá há tempos nos rascunhos, já tá fria, mas o que vale é a intenção).

Pode até parecer que eu sumi e nunca mais voltei — o que é verdade então não tem nem como eu me explicar —, mas juntei forças e escrevi essa aqui pra vcs. Realmente espero que eu não tenha desaprendido a escrever, olha que eu choro.

Boa leitura, angels

[...]

— Itachi — ouvi o tom de voz doce de minha mãe me chamar pelo que parecia ser a milésima vez. Sinto que deveria estar me importando com todos os teus chamados, mas não o fazia. 

Ainda era cedo, o sol sequer havia nascido, o horizonte esbanjava sua beleza enquanto o astro rei concedia aos habitantes a dádiva de apreciar sua aparição, mesmo que ainda não houvesse dado as caras. 

Os acontecimentos atropelavam-me de maneira que eu não pudesse me defender, estava tão imerso em meus próprios pensamentos que sequer percebi que passei a noite em claro. 

Andava tendo a falsa concepção de que levo comigo a certeza do que acontece em minha vida ultimamente; era uma ilusão, no entanto, pensar que a controlava de fato, e que eu não sou apenas mais uma marionete de meus pais, era difícil acreditar na última parte, afinal, eu estou noivo. Ela é uma das mais belas mulheres que um dia conheci, mas sua beleza não era o suficiente para fazer meu coração palpitar como ele fazia.  

Minha noiva, Izumi, foi prometida a mim antes mesmo de nascer. Assim como o destino dela foi traçado por seus pais sem que seu consentimento fosse levado em consideração — pois, de fato, ninguém se importava com ele —, o meu também foi. 

— Bom dia, alteza — Outro servo me chamou, arrancando-me de meus devaneios por completo. Estreitei os olhos, erguendo-os até o homem que me incomodava. 

Ele trajava vestes simples, o que não causava espanto a ninguém. O homem não era novo, tinha por volta dos seus 50 anos, talvez. Sempre foi fiel ao meu pai, conversavam mais do que deveriam, mas eu, por outro lado, nunca quis saber seu nome, não me causava interesse algum. 

— O rei espera por sua chegada no jardim externo — avisou — Sua noiva também o espera. 

Ponderei por alguns segundos sobre a hipótese de simplesmente não ir e deixar meu pai a ver navios, no entanto, sei que não seria justo com Izumi.

Não tardei em me vestir e percorrer os corredores já iluminados pela luz natural. 

Quando eu era pequeno, costumava correr e esconder-me além das janelas, era alto e, depois de crescido, passei a questionar se eu realmente tinha amor à minha vida — cheguei à conclusão de que não, eu não tinha. Quando os criados encontrava-me pendurado sobre o pouco pedaço de chão que dividia a “terra firme” do solo de pedras uns dez metros abaixo, eu sabia que meus pais me repreenderiam e que, depois de um tempo, um pequeno Itachi Uchiha voltaria a pôr a vida em risco. 

A alguns metros do jardim externo, passei por um grande arco de flores que eu tinha certeza de que não estava ali na noite anterior, presumi que fosse mais uma das muitas decorações que minha mãe havia preparado para o casamento. 

Antes de avistar meu pai, meu olhar se encontrou ao de Izumi, que veio correndo em direção a mim, pulando em meus braços e sorrindo “genuinamente”. Ela não era muito mais baixa que eu, mas a proximidade me impediu de enxergar isso com clareza. 

— Bom dia, meu amor — disse ainda sorrindo. 

Todos aqueles gestos me fizeram questionar sobre a veracidade de seus sentimentos por mim, mas, logo em seguida, recordei que meu pai ainda estava no jardim. 

Outras Vidas - ShiItaOnde histórias criam vida. Descubra agora