21: Um velho amigo em cena

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— Ahhh, tia, a gente tá com medo... — Uma menina de trancinhas segurou a saia de Celeste, do outro lado todas as crianças tinham ficado juntas, e algumas obviamente começado a chorar.

— Não precisam chorar, isso faz parte da apresentação, é a surpresa final, sabiam? Por que não fazem uma fila, dando a mão ao coleguinha atrás de você, e vamos todos juntos lá pra fora, para receber os bolinhos e ver a surpresa — Ela instigou acariciando o topo da cabeça dela, fazendo realmente com que as crianças fossem para o lado de fora.

Olhando em volta ela viu pontos de luz florescentes, não eram tantos quanto há alguns dias, mas o suficiente para gerar a distração e fazer com que elas percebessem que sob a lua já não era mais tão escuro, e os pais já vinham buscá-las, saindo por uma das aberturas do labirinto. — Viram? Tem um monte de vagalumes bem ali, vamos olhar enquanto os papais de vocês não vem. — Ela esfregava suavemente as costas de alguns ou fazia uma carícia breve nos topos das cabeças das crianças, e os meninos se acalmaram um pouco — Aonde Áster e Jade foram? — Celeste sussurrou, notando Quimera, Dálio e Emília chegando mais perto também.

— Não sei, de qualquer maneira precisamos contornar isso — Quimera respondeu.

A mais velha assentiu e pensou por um instante, antes de pegar a caixa com os bolinhos e começar a distribuir para cada criança quando os familiares vinham buscá-las — A luz acabou bem na hora em que encerramos, espero que tenham se divertido! Obrigada por virem, espero que voltem na próxima vez...

— E aí, gente, o que aconteceu? — Os três mais novos olharam para o lado, quando Esmeralda chegou com Rubi no colo — O gerador estava ótimo, será que deu algum curto? Aonde foi aquele grandão, ele que sabe como religar...

— Tudo bem com você? Eu sou... Amiga do Áster. Vamos despedir das pessoas enquanto eles não aparecem, não vamos deixar que percebam nada — Celeste disse, se aproximando da outra, mas então notando melhor a menina, ainda despedindo os convidados — É sua filhinha? Ah, obrigada por vir...

Esmeralda olhou para a menor, com suas duas trancinhas — Ah, sim é minha princesinha, não é, filhote?

Jade!

O grupo olhou na direção da voz de Áster — O que eles estão fazendo? — Dálio franziu o cenho, abrindo uma das lembrancinhas restantes para comer.

— Eu vou ver, volto num instante — Celeste avisou, se afastando em direção ao Arcana de novo. Quando ela conseguiu entrar na repartição do tecido, no entanto, ela encontrou uma cena estranha e desesperadora.

Áster estava parado no corredor, olhando para o breu com olhos estatelados. Celeste tentou ir até ele mas não conseguiu dar mais nem um passo sequer, sentindo um peso nos ombros e na cabeça.

O ar estava carregado, e o cheiro de sangue subia vindo dali.

Quando um clarão se fez novamente, ela conseguiu ver Jade com as mãos no peito de Lisandro, e não entendeu bem. O que estava acontecendo, por que o filho do prefeito estava estirado no chão, coberto de sangue?!

Ela não sabia o que perguntar ou a quem socorrer primeiro, então puxou o braço de Áster, tentando trazer a atenção dele de volta para si. Ao ver a mulher ele piscou — Ele está morto, ele morreu...

— Não está morto! — Jade gritou do outro lado, pressionando as palmas unidas sobre o coração de Lisandro — Céu, tire Áster daqui.

A mulher assentiu, ainda desnorteada, mas Áster tirou o braço de seu alcance — Não há necessidade! Jade, quando você chegou?!

A Queda de ÁsterOnde histórias criam vida. Descubra agora