09

1.2K 123 71
                                    

— Quer pagar pra ver? — Olho no fundo de seus olhos e cruzo meus braços na frente de meu peito.

— Quem perder vai pagar um jantar então! — Ele fala e estica a mão para um aperto.

— Fechado! — Falo e aperto sua mão. — Vamos lutar com ou sem bandagem? — Pergunto pegando minhas bandagens na mão.

— Vamos com, não quero machucar esse rostinho lindo. — Ele fala e eu solto uma risada nasal.

— Tá com medo de apanhar e eu deformar seu rosto, Hacker? — Pergunto em tom de brincadeira e ele me encara sério.

— Eu estava me referindo a você. Mas obrigada por falar que meu rosto é bonito. — Ele diz com um sorriso no canto de seus lábios.

— Eu nunca disse isso! — Falo em um tom mais alto.

— Indiretamente você disse sim. — Ele responde calmamente enquanto enrola suas ataduras nas suas mãos.

— Vai se fuder, Hacker! — Falo e vou em direção ao ringue.

— Só se for com você. — Ele fala atrás de mim.

Com a ajuda de um homem que segurou as cordas para mim, eu entrei no ringue. Passei por baixo da última corda, pois é a tradição tailandesa.

Sim, eu sei o quão machista é isso, mas a cultura do Muaythai é assim, então eu apenas respeito.
Mesmo que a tradição fale que a mulher é inferior ao homem, e eu discorde muito disso, eu apenas tento ignorar e sigo o que a tradição fala.

Depois de terminar de enrolar suas bandagens nas mãos, Vincent conversa com um homem moreno que seria o juiz da luta, depois disso ele sobe no ringue com um sorriso que eu chamaria de... vitorioso nos lábios.

Nos cumprimentamos, e o juiz nos explicou como funcionava a luta - algo que ambos já sabíamos, mas é algo que sempre é falado antes das lutas começarem -. Após isso, o juiz começa o primeiro round.

[Caso você não goste de ler cenas de luta, pode pular para as notas da autora :)]

O primeiro round de três minutos começou a contar. Hacker e eu tiramos a nossa distância enquanto mexíamos nossos pés no movimento de caminhada.

Hacker começa dando um chute fraco na minha coxa esquerda, algo que ele fez para testar minha base e ver se eu não iria cair. Mas continuo parada no mesmo lugar. Para revidar, dou um chute com a perna direita na altura de sua cabeça, assim mostrando que não estava para brincadeira e que eu sabia o que estava fazendo.

Hacker volta a me golpear com um chute baixo na perna direita, o qual eu defendendo com a mesma perna sem dificuldades.

Nossos corpos já estavam circulando pelo ringue com nossa "caminhadinha". Hacker tenta acertar um soco cruzado na minha orelha, mas consigo me defender, e consigo ser ágil o bastante para dar um soco em seu rosto.

Confesso que coloquei muita força no soco, e acho que ele não estava preparado, pois cambaleou para trás.

Quando Hacker deu uma leve cambaleada para trás, fui em sua direção acertando mais dois socos. Um soco cruzado na sua orelha - que fez ele baixar a cabeça e colocar as mãos na orelha -, e um no seu rosto.

Mas ele logo reagiu, envolvendo suas mãos no meu pescoço e me puxando para clinchar. Envolvi minhas mãos em seu pescoço e assim começamos a nos joelhar.

Nessa altura, Hacker já me golpeava com mais força, não a ponto de doer e eu querer desistir, mas já estava mais forte que no começo.

Eu nunca desistiria.

Opposites but equalsOnde histórias criam vida. Descubra agora