Boa leitura! 🧡- Gotham city.
Frank Jones.
18 anos.
Mulher.
Sim, isso mesmo, mulher.
Frank havia tido o desprazer de ser confundida com o sexo oposto desde o útero de sua mãe, quando em um ultrassom, seus pais decidiram homenagear seu avô dando seu nome ao teoricamente filho do casal.
Mas em um belo dia, o bebê Frank abriu as perninhas para a médica durante uma ultrassom, se revelando uma garota. Os pais então resolveram deixá-la com o mesmo nome. Era moderno, pelo menos foi o que sua mãe pensou.
Criada com mais quatro irmãos homens, Frank sempre havia sido tratada como um garoto. Principalmente depois que sua mãe havia falecido de câncer de cérebro agressivo quando a garota tinha apenas seis anos. Fato esse que foi um divisor para Andrew Jones, o patriarca da família Jones e seus filhos.
Sr. Jones era um homem muito honesto e gentil, ainda que soubesse muito pouco do universo feminino, o que rendeu a Frank cortes em barbeiros até que fizesse 18 anos, sobras de roupas masculinas e uma péssima aparência durante a adolescência. Bom motivo esse para que Frank nunca havia tido sequer um paquera, já que além do corte desleixado e masculino, nenhum garoto arriscaria enfrentar os irmãos Jones.
James, Daniel, Brian e Luke, os famosos irmãos Jones.
James, o mais velho, era agora o sócio majoritário de uma empresa de advocacia bem sucedida em Washington. Daniel havia se tornado um sucesso no ramo da engenharia, havia projetos solicitamos por todo o país. Brian, permaneceu ao lado do pai tocando o negócio de encanamento da família Jones no Texas. Luke ao contrário dos irmãos havia se tornado quarterback famoso nos campeonatos da NFL pelo Kansas City Chiefs.
E por fim, Frank, a caçula. A garota ainda estava ingressando na faculdade de ciências na tão sonhada Gotham University. Conquista que havia sido muito comemorado pelos irmãos e pai, mas que ainda era novidade na família e sendo assim, deixava os homens da família Jones exageradamente preocupados.
- Tem certeza que não quer dar meia volta e ir pra casa ? — perguntava Brian enquanto dirigia o pequeno caminhão da família carregado com a mudança de Frank para sua nova casa em Nova Iorque.
- Você já perguntou isso mil vezes, B. — disse ela sorrindo.
- Eu ainda acho que deveríamos ter trazido tudo isso de avião. — resmungou James apoiado entre os móveis de sua irmã. Todos os Jones se comprometeram a ajudar a irmã a iniciar sua nova vida, união era a coisa deles.
- Eu avisei que poderia lidar com isso sozinha, meninos. — defendeu-se Frank.
- James só está sendo dramático, irmãzinha...ele se tornou uma advogado almofadinha. — respondeu Luke rindo do mais velho.
- Disse o jogador de futebol que está arruinando o acabamento desses móveis. — reclamou Daniel.
A ideia de todos os irmãos Jones irem de caminhão até Gotham havia sido do patriarca da família, que disse que assim, conseguiriam aproveitar um tempo juntos, situação que rendeu muitas reclamações e brigas durante o percurso da pequena cidade de Conroe no Texas até Gotham.
- Estamos parecendo um bando de caipiras. — disse James enquanto estacionavam o caminhão em frente aos dormitórios da faculdade de Frank.
- Vocês não acham aqui estranhamente escuro ? — perguntou Brian encarando o céu.
- Eu não sei vocês mas estou muito interessado em oferecer uma consultoria pra empresa que fez aquele prédio. — comentou Daniel encarando o prédio com o enorme letreiro escrito "Indústrias Wayne".
- Bruce Wayne é o dono daquele prédio, ocasionalmente vejo ele em jantares que frequento ?
- Quem diz "ocasionalmente" ? — cochichou Luke para Frank que riu da piada do irmão.
Luke e Frank eram os melhores amigos do mundo, com um ano e meio de diferença foram parceiros em todas as fases da vida, iam para a escola juntos, dormiam juntos quando pequenos e eram conhecidos como "irmãos gêmeos" foram parceiros até mesmo nas roupas, quando Frank usava as sobras do irmão, fase que durou até que ela tivesse idade suficiente para usar sutiã, acontecimento que abalou a família Jones e aterrorizou seu pai.
Frank muitas vezes havia sido aconselhada por Daisy, irmã mais velha de seu pai, que a ensinou arduamente o que ela precisava saber do universo feminino. Era também sua confidente e uma de suas saudades da cidade natal.
- Certo, meninos, vocês podem ir agora. — disse Frank enquanto abria as portas do caminhão.
- E como vai descarregar tudo isso ? — perguntou Luke.
- Eu me viro. — deu de ombros sorrindo para o irmão.
- Prometemos ao papai te ajudar. — Disse Brian. — Então lide com isso. — sorriu ele pegando as malas da irmã.
- E não se preocupe com sua reputação irmãzinha, somos gostosos. — disse Daniel dando tapinhas em sua cabeça.
- E humildes. — respondeu Frank revirando os olhos.
Com a insistência dos irmãos, Frank recebeu a ajuda dos garotos para se organizar no prédio de dormitórios da Gotham University, organizando seus móveis e roupas no cômodo que seria compartilhado com outra garota que assim como ela, havia deixado a mudança para o último dia antes do início das atividades acadêmicas.
E assim sua nova vida se iniciou. Depois do longo dia de mudança e alguns choros emocionados e muitos abraços de despedidas, Frank se viu sozinha no pequeno dormitório que agora tinha as paredes preenchidas com pôsteres de jogos e os armários cheios com as roupas que trouxe de casa. Logo sua solidão teve fim com delicadas batidas na porta.
- Oi! — sorriu a garota loira entrando no dormitório com as mãos forradas com caixas enormes. — Sou Brianna, sua companheira de quarto. — estendeu a mão para Frank que apertou-a prontamente.
- Bem vinda e me desculpe a bagunça...meus irmãos estiveram aqui faz pouco tempo. — Franks justificou apontando para as caixas que ainda estavam no chão do quarto.
- Sei como é...não tenho irmãos mas meus pais tiveram um surto quando resolvi morar no dormitório da faculdade. — comentou Brianna. — Qual o seu curso ?
- Ciências aplicadas, e o seu ? — perguntou Frank.
- Administração. — respondeu Brianna. — Meu pai é algo como um empresário. — sorriu. — Está pronta para badalar Gotham ?
- Sim, claro! — sorriu Frank.
Frank havia se preparado por um ano para estar lá, deixou o cabelo crescer, seguiu o cronograma de exercícios adaptados de Luke e até mesmo roubou a assinatura premium de James em um aplicativo de exercícios.
Frank não queria ser mais a esquisita, quatro olhos ou dentes de esquilo, apelidos que costumava carregar nos ombros durante o ensino médio, ela queria se dedicar a faculdade e talvez fazer algum garoto que fosse decente e calmo se interessar por ela.
Depois que Brianna se apresentou a Frank, as garotas passaram a tarde conversando e se ajudando a transformar o pequeno quarto em uma espécie de lar para as duas. Se entrosaram logo de cara, o que facilitou para que o tempo corresse depressa. No outro dia, as garotas enfrentariam o início da semana letiva e Frank se sentia positiva e pronta.
Frank queria seria só Frank Jones, aluna do primeiro ano do curso de ciências aplicadas da Gotham University, ela estava focada em ter uma nova vida e não faria nenhuma loucura, foi o que repetiu a si mesma antes de pegar no sono encarando o enorme e luminoso prédio das indústrias Wayne pela grande janela de vidro de seu quarto.Dick Grayson pov.
Richard John Grayson.
Eu não uso esse nome, meu nome é Dick.
Não necessariamente é do que a maioria das pessoas me chama, existem variações como: Asa noturna, ex-Robin, amor ou demônio. As duas últimas variações dependem se estamos falando de garotas ou inimigos. Acredite em mim, nem sempre eles são diferentes.
Péssima apresentação, eu sei.
Mas é tudo o que posso fazer enquanto encaro tediosamente Bruce, que está sentado a minha frente, enquanto ele simboliza análises estratégicas para capturar Capuz Vermelho, Jason.
Jason Todd era o Que eu podia chamar de dor de cabeça mensal, principalmente quando se tratava do uso de seu codinome, Capuz vermelho.
Quem um dia foi meu sucessor ao manto de Robin, agora era algo como uma pedra no meu sapato. Motivo também por ter abandonado o maravilhoso sol da Costa e minha equipe para voltar a encarar o tenebroso céu cinzento de Gotham e a pior parte da mudança, encarar meu "pai".
Bruce Wayne era um homem de fases, ótimo para a ação, péssimo para a família. Devo a ele mais do que um dia posso pagar, mas vamos lá, ele também é como uma tijolada para uma dor de cabeça. É um transtorno, principalmente quando se é o "filho adotivo mais velho".
Adoção era uma parte estranha de minha vida, me tornar o Robin foi algo extraordinário mas um divisor de águas também.
Um dia estava morando no circo, sendo um dos famosos e fantásticos acrobatas Graysons, minha família. No outro dia, eu era um órfão solitário e depois Robin, o parceiro e filho prodígio do morcego mais temido de Gotham city.
- Você entendeu ? — perguntou Bruce. Não cara, eu não prestei atenção no que disse.
- Claro. — respondi.
- Preciso que fique de olho em Briana Carson, o pai dela está na mira das gangues e a cabeça da filha está valendo vários milhões de dólares.
- E onde Brianna está ? — perguntei.
- Universidade de Gotham. — respondeu Bruce simples.
- E como espera que eu entre lá ? — perguntei a ele.
- Você será Dick Grayson, o filho adotivo de Bruce Wayne que transferiu os estudos da Califórnia para cá. — disse Bruce. — Eu já até fiz sua matrícula.
- Então eu serei eu mesmo ? — debochei.
- Sim, com um leve fingimento de interesse e simpatia. — ironizou Bruce. – Será fácil.
- Farei isso e voltarei pra Califórnia. — digo a ele já me levantando da cadeira de seu escritório.
- Como quiser. — sorriu ele.
Dei um leve aceno de cabeça para Bruce e me retirei de seu escritório na mansão Wayne.
Suspirei andando pelos velhos corredores que eu odiava conhecer tão bem, tudo aquilo era velho demais e cansativo demais.
- Sr. Grayson. — cumprimentou Alfred e eu sorri.
- Como vai Alfred !?
- Sempre mais novo, senhor Grayson. — me respondeu sorrindo e apontando para a porta de meu antigo quarto. – Como o senhor sabe...se precisar, me chame. — fez uma reverência formal e me deixou sozinho encarando a velha porta.
Ao entrar no quarto, quase sorri, isso mesmo, quase.
Meu antigo quarto permanecia o mesmo desde que eu havia o abandonado e me aventurado pelas missões em diversas equipes, como Artemis gostava de dizer, um nômade. Me joguei na cama enorme e macia e encarei o teto analisando o foco de minha missão.
Seria fácil, era só uma universitária, elas são movidas por hormônios.
Dividi em etapas:
Primeiro, me fingir de bom aluno para conquistar a garota. Segundo, levá-la em um encontro e por fim, guarda-lá em um esconderijo protegido o suficiente.
Se seguisse tudo como combinado, eu seria o herói, tiraria Bruce do meu pé e até conseguiria transar se a garota estivesse apaixonada o suficiente.
Sorri fechando meus olhos.
Seria brincadeira de criança.
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أدب الهواة"I'm the definition of wreck, if you look into my soul Comes out the most when I feel I'm in a vulnerable place Made a lot of mistakes I wish I knew how to erase When I'm afraid, might get distant and I push you away" ...