07. Costuras e Enganos

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[...]

Apesar de nervosa pelo que iria fazer, Dahyun estava de bom humor por Jeongyeon e pelas tonturas que não haviam retornado mais. A Kim nunca cogitou a origem delas, mas não parecia nada sério, então nunca se preocupara. E o sumiço das mesmas só confirmou o que antes já imaginava.
Tomando em mãos uma fita, linhas e uma agulha, ela se dirigiu novamente até o quarto de sua Senhorita. Ela torcia para que as falhas fossem apenas nos ombros, braços ou uma costura solta.
Entretanto, quando se deteve na porta do quarto, além de fita-la já pronta no glamoroso vestido vermelho, ela se deu conta da maldita falha; uma cintura frouxa demais. A Minatozaki fitou-lhe.

─ Oh... Dahyun, eu acho que...

Sana parou, tentando achar algo reconfortante para um trabalho difícil.

─ Não vai demorar muito, serei rápida.

Ela jurou ver um suspiro escapar da japonesa.
Sana ficou parada enquanto a Kim se aproximava com seus materiais. A Minatozaki sentiu seu corpo inteiro entrar em alerta. Sua cabeça e seu coração estavam lhe torturando com seus próprios questionamentos antecipados. Dahyun foi para trás da estrangeira.
Ela parecia tão hesitante quanto Sana, mas decidiu convencer a si mesma do quão banal poderia tornar aquela situação.
A mais alta fitou o chão. Tudo dentro de si fraquejou quando os dedos da coreana repousaram sobre sua cintura.
Um arrepio passeou em tudo de si. A Kim, por estar tocando-a, pôde sentir o tremor sobre si. Ela recuou suas mãos.
Dahyun não queria nada disso, dessas sensações indesejáveis, e, se pudesse, pararia ali mesmo pois estava tão certa dos últimos episódios quanto Sana.

─ Senhorita, tudo bem?

─ Perfeitamente.

Essa foi a mentira mais deslavada que já contou em toda a sua vida. Sana sorriu, frustrada.
A japonesa se surpreendeu quando Dahyun tomou posse de seus cabelos ruivos e os pôs por sobre seus ombros delicadamente. Sua nuca ficou exposta, ela sentia a respiração quente contra sua pele.
Seus corpos quase colados, mas Dahyun continuava seu dever com diligência. Forçando-se a ignorar qualquer outra coisa, a coreana se preparou para o serviço.
Sana olhou-a por cima do ombro e se arrependeu quando o fez; a coreana mordia seu lábio inferior ao que analisava a vestimenta. Sana volveu seu olhar para a frente outra vez, cerrando suas mãos.

─ Há uma costura aqui atrás. ─ Informou a dita cuja, começando o trabalho.

A Minatozaki, em questão de segundos, pôde sentir o material de sua vestimenta ser puxado com precisão, sua cintura estava finalmente começando a ser desenhada sob o tecido. Dahyun tinha mãos excelentes, mais do que Sana poderia supor.
A Minatozaki suspirou, tentando se manter quieta, mas seus pensamentos pecaminosos e seu desejo ardente iam contra si. Ela fechou os olhos após tê-las de novo. As mãos outra vez, checando quaisquer coisas no mesmo lugar.
Acordar e já se encontrar em uma situação como aquela não era nada realmente fácil. Suas distrações fúteis do dia anterior foram jogadas no lixo. A garota não iria ir à lugar nenhum.

─ Senhorita, muito apertado?

─ A-ah, não, não está.

Por muito tempo, ao ver da estrangeira, tudo se manteve quieto. Dahyun fazendo seu trabalho enquanto ela tentava não se perder nos toques repentinos, no ambiente monótono, no fato de estarem a sós.
O silêncio ensurdecedor pairava sobre o lugar, Sana estava ficando inquieta por suas próprias tolices irreais.

─ Estou quase terminando, mas embaixo há costuras soltas também. Bem na base.

Sana riu nervosa.

─ Esse vestido não é tão velho, mas eu acabei com ele bem rápido, não?

A EmpregadaOnde histórias criam vida. Descubra agora