Reconstrução

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Emma

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Emma

Depois de alguns segundos paralisada, consegui raciocinar e ligar os pontos. Regina estava lutando com um homem perto do píer, eu podia ouvir seus gritos, e depois daquele disparo se fez o silêncio. Eu sabia que não poderia me desesperar, porque tinha Henry nos meus braços, tentando a todo custo olhar curioso para onde vinha o barulho.

- Querido. – Chamei sua atenção. – Preciso que você corra até o Granny's o mais rápido que conseguir.

- Mas mamãe, a Gina... – Ele mais uma vez tentou olhar para onde agora o silêncio reinava.

- Henry, por favor. Eu vou procurar pela Gina, mas agora preciso que você seja um rapaz crescido e responsável para buscar ajuda. – Pedi, segurando seu rosto para que olhasse para mim.

Meu pedido pareceu surtir efeito, e Henry imediatamente mudou sua postura, e a expressão de medo suavizou um pouco, dando espaço para um ato de coragem. Coloquei meu filho no chão, virando seu corpo em direção à rua e apoiei minhas mãos em seu ombro.

- Corra Henry. E só volte aqui com ajuda! Nem pense em voltar aqui sozinho.

Sussurrei em seu ouvido, e assim que afastei meus braços, vi meu filho correr para longe daquele lugar que se tornou nosso inferno, não só pelo fogo, mas pela situação como um todo. Agora, com Henry fora de perigo, eu poderia arriscar e buscar por Regina. O silêncio ainda era presente, e quanto mais eu me aproximava de onde aquele disparo tinha vindo mais eu me amedrontava com o que eu poderia ver. Eu jurei a mim mesma, que se aquele desgraçado tivesse machucado Regina, eu o matava. E não precisaria de nenhuma arma de fogo para isso, pois meus próprios braços se encarregariam de fazer o serviço.

As chamas atrás de mim iluminavam meu caminho, e ao dobrar a lateral da garagem consegui enxergar um amontoado de corpos. Mais precisamente, dois corpos. O homem com o qual Regina lutava estava encobrindo seu corpo completamente, e suas pernas expostas pelo short que usava, estavam esticadas, praticamente jogadas no chão.

- Regina... – gritei, e não me preocupei se por um acaso aquele homem levantasse de cima da minha mulher e viesse em minha direção. Eu iria amar socar sua a cara. Porém meu grito não fez efeito, nenhum movimento aconteceu. Isso me deu um impulso, e me aproximei ainda mais.

- Regina... – Chamei novamente, quase implorando para que ela me respondesse. Uma lágrima escapou dos meus olhos, com a possibilidade do pior ter acontecido. Eu não poderia perder Regina.

- Regina... – Eu estava a alguns passos deles, quando meu chamado saiu como um murmuro pelas lágrimas que agora corriam pelo meu rosto com um pouco mais de força.

O fio de esperança que eu tinha estava tão estreito, mas ele ainda estava ali. Não sei exatamente o que fazia com que ele não se despedaçasse. Provavelmente a força de todo sentimento que eu nutria por Regina, a vontade de viver muitos outros momentos felizes ao seu lado, o desejo que seu corpo e o meu se tornassem apenas um novamente, o sonho de ter Regina em nossa família. Eram muitos os motivos pelo qual a esperança ainda vivia dentro de mim. E foi por causa dela, e do encerramento dos fogos barulhentos na baía, que consegui ouvir um sussurro vindo daquele pequeno empilhado de corpos.

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