*as notas finais n tem mto a ver com a fic
🌧️
Minho estava se perguntando quem no mundo teve a brilhante ideia de criar estereótipos. Aquilo doía tanto, ter medo de tudo, de ser quem é, de sentir. Era doloroso.
Em dias cheios, às vezes o Lee só queria jogar sua cabeça em cima da mesa do próprio escritório e ficar ali. Sem pensar, sem trabalhar, sem nada. Era complicado, todo ser humano tinha suas necessidades afinal.
Ainda que fosse difícil e confuso poder se expressar, Minho costumava dizer que tinha muita sorte naquela vida. Sorte por ter pessoas incríveis ao seu lado, sorte por ter uma profissão que lhe agradava, sorte por ter uma vida decente e confortável - o que para muitos seria considerado luxo. Então agradecia, agradecia imensamente pela sua vida.
Apesar dos altos e baixos, não dava para controlar quando todas suas emoções iriam à tona, e, naquele dia específico, logo em seu aniversário de namoro, estava tendo um péssimo dia. Batia a cabeça no volante do carro várias vezes, tentando espantar toda negatividade de sua mente.
Minutos antes, havia mandado uma mensagem específica para Jisung.
Lino
Sunggie, escolhe um filme.
Era claro para o casal a intimidade que tinham, o quanto eram abertos a entender, a ouvir, a se colocarem no lugar do outro. E estava tudo bem, pois relações, ao menos para eles, eram baseadas em confiança e compreensão. Estavam ali um para o outro e para si mesmos.
Acabaram por estabelecer uma regra, visto que ambos sempre estavam ocupados durante o dia mas depois das 19h eram livres para curtirem juntos. Toda vez que alguém precisava de um abraço, um beijo, ou só uma simples conversa, escolhiam um filme para ver e tornarem o ambiente mais único, mais deles. Era fofo, ainda que muitas das vezes acabavam por perder pequenas cenas dos filmes.
Ao receber a mensagem, Jisung não tardou em tomar um banho quente - pois estavam em pleno inverno - e separar os pacotes de salgadinhos que deixavam reservados estritamente para aquelas ocasiões. Jogou tudo sobre a mesinha da sala, buscou cobertas, e ficou ali, esperando o amor da sua vida.
Quando a porta se abriu, Minho apreciou a cena fofa do namorado embrulhado nos cobertores enquanto mexia no controle da smart tv. Tirou seus sapatos, casacos, bagunçou os cabelos antes devidamente alinhados, e desabotoou sua camisa.
Jisung não entendeu, mas mesmo assim levantou a coberta e abriu os braços para o mais velho se aninhar com ele no espaçoso sofá.
A verdade era que Minho estava tão cheio por causa da exaustão que sentia-se sufocado pela simples roupa. Estava prestes a ter um treco.
-O que foi, hm? - Jisung perguntou baixinho com sua voz doce. Fazia tempo desde a última vez que Minho havia pedido por um filme. Ainda por cima, chegou em casa com uma expressão tão abatida que a preocupação dobrou de tamanho.
O interessante era que, apesar de sequer pedir por isso, Jisung tinha a mesma delicadeza consigo que uma mãe usava com seus filhos. Ele acariciava seus cabelos, massageando o couro cabeludo, então perguntava o que se passava, sempre angelical e paciente; abraçava, beijava, às vezes chorava junto, às vezes ria e fazia bobagens para aliviar o clima, um verdadeiro amor.
Minho sentia-se melhor só de olhar para a cara atenta do namorado e perceber que, no fim de tudo, teria sempre beijos e amor esperando-lhe em casa.
-Aconteceu algo no trabalho? - Sem respostas, tornou a perguntar.
-Não. - O Lee respondeu abafado, havia encaixado sua cara na curva do pescoço quente do Han. - Na verdade sim, mas não.
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It's ok. - Minsung
FanfictionEstá tudo bem chorar, está tudo bem ter tido um péssimo dia e querer descontar isso em lágrimas grossas e salgadas, apenas saiba, meu amor, que eu vou estar aqui para enxugar seu rosto e dizer o quanto eu te amo.