Para meu inimigo, com amor

|Capítulo 32|

Isabella Walker

Christopher Cannon se parece com um anjo enquanto dorme. Apesar do rosto com o curativo em um lado e um arranhão na bochecha. Mas ainda assim, ele se parece com um, os lábios entreabertos e os cabelos escuros caindo na testa.

Não sei a quanto tempo estou o observando dormir, seu peito descendo e subindo calmamente, mas desde que acordei não consegui voltar a dormir, a ansiedade de ir ver meu irmão e conversar com ele sobre tudo isso me deixou inquieta durante toda a noite, me levando a ter um pesadelo atrás do outro.

Acordei cedo com um pulo depois de outro sonho esquisito, então Christopher passou o braço pela minha cintura, me puxando para perto ainda dormindo. Estou assim desde então, abraçada a ele e ele abraçado a mim.

Deslizo meus dedos pela sua testa, afastando os cabelos que caiam em seus olhos, suas mãos se apertam na minha cintura me mantendo no lugar, mas não vou a lugar nenhum.

– Volte a dormir, ainda está cedo. – ele resmunga ainda de olhos fechados, sua cabeça deslizando para meu pescoço e se aconchegando ali.

Fico quieta e deixo que ele volte a dormir, meus dedos brincando nos seus cabelos em um cafuné leve. Não sei como vamos começar a conversa com Peter, não sei nem mesmo se ele irá querer me ouvir depois de tudo. Mas é Peter, é meu irmão mais velho e meu melhor amigo, não posso continuar com essa briga e não posso em hipótese alguma deixar que nós nos afastemos.

Quero estar com Christopher. Estar com ele me causa sensações que eu nunca havia experimentado antes, mas principalmente, estar com Christopher me traz a sensação de segurança, a qual eu sempre estive buscando. Não posso perder ele também.

Depois de um pouco mais de uma hora Christopher se mexe ao meu lado, suas mãos vão para minha cintura me puxando para perto, coloco meu braço debaixo na minha cabeça e o outro levo para sua bochecha quando ele começa a resmungar.

– Ficou me observando dormir todo esse tempo? – ele resmunga ainda de olhos fechados. Quando permaneço em silêncio, ele os abre devagar, levando uma das mãos para os coçar antes de me encarar – Ei, tudo bem?

– Tudo. – sussurro de volta como se compartilhasse um segredo – Apenas, não consegui dormir.

– Vai dar tudo certo. – ele diz baixo, os olhos estreitos de sono enquanto ele se enfia no meu pescoço novamente.

– Vou tomar um banho.

– Não, depois. – ele resmunga abraçando minha cintura – Fica aqui, está tão confortável e quero me certificar de que não é mesmo um sonho.

– Não é um sonho. – rolo os olhos e bufo baixinho, o que faz com que ele levante a cabeça para me encarar.

– Chata.

– Chama a Iris então. – resmungo me virando de costas para ele, sinto quando ele gargalha baixo no meu pescoço e então se arrasta para cima de mim, beijando meu pescoço e abraçando com força minha cintura.

– Vai ficar nessa, mesmo? – ele pergunta beijando novamente meu pescoço naquele lugar sensível que me causa um arrepio por todo o corpo. Claro que não vou, ontem a noite ele me convenceu do porque disse o nome dela no hospital e depois me beijou até eu esquecer o assunto, mas não quer dizer que não posso usar isso desta vez. Só hoje.

Christopher continua sua trilha de beijos, da minha nuca a minha clavícula, então sobe para meu pescoço com a ponta da língua tocando brevemente, fecho os olhos e aperto os lábios um no outro para me evitar de fazer besteira.

– Bella? – ele chama no meu ouvido, a voz rouca de quem acabou de acordar faz um frio subir pela minha barriga e eu imediatamente rolo na cama, apoio meus pés no chão e corro até o guarda-roupas pegando uma toalha.