amor em little italy

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Se Piper estava com medo que as coisas começassem a ficar estranhas entre ela e Jason depois que tinham passado a primeira noite juntos, fica mais tranquila ao notar que nada tinha mudado muito entre eles. Ainda trabalhavam juntos em alguns projetos que ela adorava ver ganhar vida, ainda andavam por aí, assistiam filmes e ele tentava, de todos os jeitos, fazê-la aprender italiano. Claro, tinham acrescentado beijos e toques e noites em claro e todas as ordens que só ele era capaz de dar de um modo que a deixava de joelhos por e para ele.

Também nota, porém que sua percepção sobre ele vai mudando conforme os dias passam. Sentia uma vontade absurda de ficar com ele, de tocá-lo e se pega, por várias vezes em momentos aleatórios do dia, como enquanto escovava os dentes ou tomava banho, pensando nele e no que ele estaria fazendo. Também começa a perceber que seu coração sempre dava uma leve descompassada todas as vezes que ele toca nela ou até quando sorria ou a beijava de um modo espontâneo, e fica se questionando quando isso começou a acontecer e exatamente o que significava. Gostavam de se beijar, fato, mas se tivesse apenas tirando proveito da amizade dele e o adendo sexo, não ficaria beijando Jason a todo instante que tivesse a oportunidade - ou mesmo não ia querer beija-lo tanto assim, porque, para ela, ficar trocando beijos com alguém, tinha que envolver algum sentimento.

E ela sabia que aquele beijo totalmente românico na sacada do salão do baile não tinha sido só atração física. Tinha sido muito surrealmente fofo e delicado e vestido demais para usarem vontade de fazer outra coisa como desculpa.

Outro exemplo são os dias que ele passa doente, com uma forte gripe e um pouco de febre, que se transformam em um inferno na terra para ela, que praticamente se muda para a casa dele para cuidar de Jason e garantir que ficasse bem logo. Se lembrava muito da mãe quando ela ou a irmã ficavam doentes ou do pai, quando a mãe adoecia, que sempre ficava preocupado, atento e com um aperto no peito por ver o outro ruim de saúde, mesmo que fosse só uma gripe. Faz de tudo para deixá-lo confortável e, mais ainda, para que ele ficasse perto dela e ela, de algum modo, o fizesse sentir melhor. Jason, por pior que se sentisse e por mais que a dor no corpo o fizesse querer chorar, sente alívio todas as vezes que sente aos mãos de Piper em seus cabelos, fazendo cafuné, ou quando ela se força a não esquecer nenhum horário dos remédios que ele estava tomando, ou quando usa o YouTube para aprender como fazer chocolate quente porque ele estava com vontade depois de dias sem comer quase nada. Era bom ter a atenção e o carinho dela dessa forma e é melhor ainda quando ela fica por ali, depois que ele melhora, só porque ele pede, só porque estava com saudades de ver um filme bobo com ela - porque doente ele dormiu em todos - e porque estava com saudades de tocar o corpo dela e fazê-la gemer.

Jason não sabe porque, mas se pega planejando e fazendo passeios mais românticos com ela, como no dia que fizeram um piquenique no Parco delle Cascate, cheio de bolachinhas de chocolate que ela amava - e que ele tinha feito questão de fazer para ela -, lanches naturais e suco de uva, e também aproveitaram para visitar as pequenas cachoeiras do lugar e ele se pega segurando a mão dela enquanto andam,m. Ou em outro momento, que ele a leva para conhecer uma das vinícolas mais famosas de Verona e se diverte com a quantidade de vinho que a garota aproveita para tomar, além de levar algumas garrafas para casa - enquanto dizia que agora que ela tinha feito um passeio turístico em uma vinícola, se sentia parte da Itália. Internamente, Jason gosta quando o guia acha que eles são um casal e ela não o corrige. Piper gosta de como as mão dele não ficam longes dela por muito tempo e também de perceber como o loiro podia ser territorial quando olhavam demais para ela.

Mas o passeio favorito de Piper é quando ele a leva até Siena, para passarem o fim de semana e ela tem certeza que, de alguma forma, aquilo se transformou em um passeio muito romântico, com direito a andarem de mãos dadas pela cidade, trocarem beijos e carícias a todo instante e se amarem noite a dentro.  A cidade, uma das mais importantes da Toscana e que ficava há quase trezentos quilômetros de Verona, a faz se sentir como uma adolescente apaixonada e sabia que estava agindo como uma. Sabia que tinha se entregado de corpo e alma para ele, sabia que não tinha como mais fingir que não era nada demais.

Sim, continuavam tentando agir normalmente como amigos, mas só quando não estavam agindo como um casal. Piper decide, por enquanto, ir levando as coisas devagar. Decide esperar o momento certo para dizer a ele como estava se sentindo, porque desconfiava que ele, assim como ela, também tinha pulado de cabeça no envolvimento deles e na forma como se sentiam. Ela via o modo como que ele olhava para ela, percebia os carinhos esporádicos, notava o quanto ele tinha passado de passeios turísticos para passeios românticos.

Então, quando voltam para Verona e seguem a semana, Piper tenta se segurar em como agia perto dele. Se esforça para não beija-lo a todo instante, para não ocupar o colo dele mais vezes do que o necessário, para não se arrumar com pressa só porque queria vê-lo. Mas naquela sexta-feira, quando ele confirma que a tradição de sexta estava em dia, ela não resiste. Sabe que, talvez, devia evitar, porque sabia que ficaria o fim de semana todo com ele, na cama, mas só a ideia disso a deixava molhada, com vontade e ansiosa para gastar mais e mais horas com ele. Eles só precisavam de coragem. A única coisa que falta é coragem para abrirem o jogo, dizer o que sentem, decidirem se vão correr o risco. No fundo, Piper sabe que estava disposta a apostar todas as fichas que tinha.

someone to save me - fanfic jasiper Onde histórias criam vida. Descubra agora