Único - Importado de Inazuma

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— Tia? – Xingqiu chamou baixinho pela mulher sentada ao seu lado, levemente embriagada de forma que resultasse em um sorrisinho bobo em sua face.

— A benção, meu querido. – falou com o rapaz no mesmo volume enquanto se curvava em sua direção — Algum problema? Não se sente bem?

— Na verdade, não. – mentiu de modo sutil, porém não sendo identificado pela mulher já alterada — Estou um pouco enjoado e cansado, queria saber se posso subir para meu quarto e já ir descansar.

— É claro, meu anjinho querido. – ela virou mais um gole da bebida — Eu invento alguma desculpa caso perguntem de você, e pode ficar tranquilo que pela manhã os seus presentes estarão no mesmo lugar de sempre como todo ano.

— Obrigado, tia. – fechou os olhos para que a mulher pudesse deixar um selar em sua testa — Boa noite e feliz natal.

— Feliz natal, Xingqiu. – mesmo que ainda fosse véspera, ela acreditava que fosse ver o sobrinho novamente apenas na manhã seguinte para a abertura dos presentes junto dos demais familiares.

O garoto ignorou toda a falação que todos os parentes faziam e a barulheira desnecessária para pedirem por mais comidas ou bebidas, se escondendo pelas sombras até conseguir chegar nas escadas.

Trancou a porta de seu quarto e se trocou, tirando todos aqueles enfeites chiques e tradicionais de seu corpo e substituindo por coisas mais discretas e confortáveis, a sensação era semelhante a tirar diversos pesos de seus ombros e trocar por penas macias.

Apagou todas as luzes e até mesmo escondeu alguns travesseiros de baixo das cobertas como disfarce, esperou que o relógio completasse dez e meia da noite para que conseguisse escapar pela janela de seu quarto e fugisse das grades do lugar que chamava de casa.

Conhecia a rotina de segurança daquele lugar como ninguém, mas fazia apenas dois anos que certas pessoas finalmente conseguiram o cativar a ponto de desafiar toda essa barreira para escapar entre as sombras.

Exatamente como combinado uma semana atrás, foi possível visualizar uma figura em tons de azul claro sentado na beira da calçada que dava para o lago, com os olhos fechados apenas sentindo a fina garoa que caia antes da neve beijar suas bochechas desprotegidas.

— Escapei. – Xingqiu se aproveitou da distração alheia para se curvar e deixar um selar na testa do rapaz, que arregalou os olhos cristalinos ao se deparar com uma figura de ponta-cabeça a sua frente para deixar aquele carinho.

— Como convenceu seus pais a subir para o quarto? – era comum o outro dar esses sustos em si, eram cada vez menos efetivos para deixar seus olhos arregalados, mas a bochecha sempre ficava rubra, principalmente quando a surpresa vinha acompanhada de um selar no rosto.

— Nem olhei na cara deles, só precisei falar com jeitinho com a minha tia bêbada. – Chongyun soprou um risinho enquanto se levantava.

— Então vamos logo, a Xiangling estava fazendo um sacrifício pra fechar o restaurante no horário certo para reservar só para nós.

Sem falar mais nada os rapazes se puseram a andar nas ruas desertas. Todos já estavam com suas famílias rindo, comendo e se divertindo como era o padrão de todo feriado natalino, então o esperado era as ruas abandonadas e frias.

Apertaram o passo ao verem que já era quase onze horas da noite, Chongyun ainda estava cansado e não tinha planos de correr, mas Xingqiu não poupou sua folga e o puxou pela mão para que chegassem logo no restaurante.

Uma pequena luz estava acesa no restaurante Wanmin, sabiam perfeitamente o que a chaminha acesa na lateral significava, bastou entrarem no estreito beco para conseguirem entrar pela portinha da lateral que sempre ficava estrategicamente destrancada para que o grupo pudesse se reunir.

Em uma explosão de azulOnde histórias criam vida. Descubra agora