Capítulo 2 ☃️

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“Eu só quero você para mim
Mais do que você jamais poderia imaginar
Faça o meu desejo se realizar
Tudo que eu quero de Natal
É você
[...]
Todo mundo está cantando
Eu escuto aqueles sinos dos trenós tocando
Papai Noel, você não vai trazer a única coisa que eu realmente preciso?
Você não poderia, por favor, trazer o meu amor para mim?”

All I Want For Christmas Is You – Mariah Carey

All I Want For Christmas Is You – Mariah Carey

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24 de Dezembro.

                                             MIDNIGHT

      Eu não precisei estar com os pés na calçada do karaokê para concluir que aquela ideia era completamente louca. Não mesmo. Percebi que aquilo tudo era um absurdo antes mesmo de vestir meu vestido favorito e calçar os sapatos.

Mas, são 21:00h da noite da véspera de Natal, e eu estou aqui, plantada na calçada me perguntando o porquê de ter decidido isso. Era tarde demais para fugir.

Se Nicolas soubesse que estou hesitando, me mandaria parar de ser tão dramática e entrar logo. E ele, muito provavelmente, estaria certo.

E pensar nisso me fez respirar fundo e caminhar – fingindo confiança – até a entrada. É agora ou nunca.

  Quando atravessei a entrada do karaokê, um choque de realidade me atingiu. O lugar estava exageradamente iluminado, um som suave de flauta tocava ao fundo e tinha cerca de 18 pessoas.

E todas aparentavam ter mais de 50 anos.

— Ai, meu Deus... – murmurei, ainda impactada. Vasculhando o local com o olhar, concluí que aquela foi a pior ideia que eu já tive nos últimos 5 anos.

  No fundo, eu estava esperando pessoas jovens e sorridentes, bebendo, cantando músicas pop e trocando carícias labiais. Mas o que eu recebi foram pessoas de meia-idade murmurando música natalina e, alguns, cochilando nas cadeiras. Ninguém pulando ou gritando. Ninguém se esfregando compulsivamente em outras pessoas.

Nada, simplesmente… nada.

— Talvez tivesse sido melhor ter expandido meus horizontes em casa… – refleti ironicamente e apertei a bolsa contra o corpo, me preparando para dar meia-volta e sair daquele lugar, onde eu nunca devia ter entrado.

— Falando sozinha, querida? As pessoas da sua idade estão cada vez mais esquisitas. – uma mulher que aparentava estar na casa dos 50 anos, falou ao meu lado enquanto segurava um cigarro entre os dedos. Com ela, uma senhora um pouco mais velha abraçava uma garrafa de uísque e assentia com a cabeça.

— Perdão…?

— Você fala sozinha e ainda por cima é surda? – ela arqueou uma das sobrancelhas e eu arregalei os olhos, um pouco surpresa com a forma que aquela mulher falou.

A Meia-Noite de Eros (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora