Capítulo único; Fotografias para recordar.

46 7 1
                                    

Era 24 de dezembro de uma década qualquer, não a de 2000, em 2000 as pessoas ainda se importavam em enfeitar biscoitos de gengibre e limpar a calçada de suar ruas, elas ainda se importavam com o natal e faziam festas. Hoje em dia não era assim, a tecnologia estava tão avançada que de duvida-se, tudo seria hologramático. Era estranho usar hologramas como enfeites natalinos, robos para limpar a calçada, e biscoito de gengibre instantâneo – você pingava uma gota de água numa cápsula, ela se abria e virava um biscoito de gengibre! Era a tecnologia! Abra os braços e a abrace com sua nova vida de conforto. Craig odiava isso.

Craig Tucker é um velho, ranzinza e velho, com seus 50 anos ele travava uma disputa com um objetivo de vida difícil de ser concluído; reclamar até a morte sobre o quão a tecnologia era uma merda. Não se dá para julgar um velhinho pelo seu anseio com a tecnologia avançada, não é mesmo? Mas o problema não era somente Craig querer ser ranzinza, era que realmente, ele não conseguia se acostumar com essa vida de conforto e músculos atrofiados.

— Nossa, que inferno!! Tweek?? Tweek!! — na casa dos Tuckers, Craig desceu às presas a escada aveludada, ela tinha um carpete vermelho, velho e fofo, o intuito era impedir que velhinhos resbalassem, realmente era preciso ter essa reliquia, pois craig estava descendo as escadas com suas meias natalinas com papais noeis esticados e deformados. Tweek estava na sala, passando um espanador num quadro que ele sempre deixava em cima da lareira. Estava distraído ao ponto de tomar um susto quando Craig gritou, dando passos para o lado e abracando o espanador e o quadro.

— AAHH O QUÊ?? A CASA TÁ PEGANDO FOGO?? — Suas pernas estavam bambas, trêmulas. Craig ergueu suas sobrancelhas, negando com a cabeça.

— O quê? Não! — O moreno ergueu o celular, o indicando. — Eu não estou conseguindo desbloquear meu celular. — Era óbvio que era isso, Tweek havia se sentido um bobo por ter quase entrado em colapso por tão pouco. Craig Tucker somente estava fazendo mais um de seus chiliques. Nada mais. Tweek guardou seu quadro, o colocando devidamente em seu lugar, ao lado de um papai noel velho e um aromatizador de ambiente. Tweek se aproximou e tomou o celular, o brilho da tela estava no máximo, seus olhos chegavam a secar e doer, ele não conseguiu ler nada. Como último recurso Tweek pegou seus óculos, estava na mesinha de centro. Finalmente, com seus óculos no rosto, ele pôde ler o que se passava naquele celular teimoso. Craig estava ao seu lado, totwlmente impaciente com a demora.

— Sim Craig, seu celular bloqueou, você tentou muitas vezes colocar a senha! —

— O QUÊ?? lastimável!! Eu paguei caro por esse celular, e ele já está dando defeito?? — o loiro rolou os olhos, retirando os óculos, ele não tinha mais no qie ajudar. Tweek teria que suportar Craig dando seus chiliques o restante da véspera de natal. Tweek não merecia isso, mas era algo que ele tinhan que suportar, já que quando se junta com uma pessoa, é impossível somente conviver com as qualidades de seu cônjuge. Tweek andou para a cozinha. Infelizmente Craig havia o seguido, Craig não havia entendido que Tweek estava farto dos chiliques de Craig.

— você está me ouvindo, Tweek? — perguntou, deixando Tweek completamente irritado. O loiro grunhiu, apertando sua cabeça e tremendo.

— Eu estou! Mas é muito, muito chato quando você dá os seus chiliques por algo que VOCÊ fez errado, e por algo que VOCÊ mesmo comprou! — além da grande bronca, Tweek gesticulou com as mãos, fazendo uma cara de pura amargura, Craig não quis contestar; era uma briga ridícula, tola e inconveniente. Não merecedora de continuação.
Tweek percebeu que Craig não iria falar mais nada a respeito de seus chiliques, era sua tática de fugir do problema e fingir que estava tudo bem, apesar de que nunca ficaria bem se Craig exagerasse em suas reclamações. Tweek aproveitou o silêncio e abriu a gaveta, pegando seu avental, era vermelho com listras pretas. Tweek o colocou no pescoço e tentou o amarrar, mas seus braços não conseguiam atar um laço com perfeição. Era impossível.
Tweek notou que Craig estava escorado no balcão, braços cruzados e observando a janela, estava nevando, bem menos qie algumas décadas atrás, com certeza era culpa do aquecimento global, o pouco de notícias da antiga televisão que eles tinham fazia Tweek ter essa noção básica de que o homem destruía tudo que tocava.

MemoriesOnde histórias criam vida. Descubra agora