Frio e presente

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Os dedos gelados de Shouyou seguraram o rosto de Nishinoya o pegando de surpresa.

—Seu rosto tá gelado... Você tá com frio?

— Só um pouquinho, mas não me incomoda.

— Espera só um pouquinho...

Shouyou desenrolou o cachecol azul de seu pescoço, enrolando de volta em Nishinoya, deixando o pescoço, boca e nariz dele cobertos. O tecido era quente, e ele conseguiu sentir um pouco do aroma fraco de Shouyou que havia ficado ali na peça de roupa, o gesto havia pego Nishinoya completamente de surpresa. Ele retirou o pano felpudo do seu rosto para poder falar melhor, suas bochechas estavam quentes e vermelhas.

— Mas você não vai ficar com frio?

— Eu estou bem, de verdade não se preocupe. — Shouyou sorriu. — Ah e esse cachecol é um presente tá, então não precisa me devolver.

Nishinoya ouviu aquilo sem saber onde por a cara envergonhada dele, talvez cobrisse com o tecido do cachecol que acabou de ganhar. Sorriu e sentiu o corpo todo quente, principalmente o rosto, que apesar da vergonha, estava mais iluminado que as luzes que piscavam ao seu redor.

— Obrigado. — Disse enquanto tentava não desmaiar de nervoso e vergonha. — Eu não tenho nenhum presente para você. Eu realmente não me lembrei de comprar.

— Não tem problema, Noya, sério. — Nishinoya não sabia se ele estava sendo gentil ou realmente não se importava em não receber um presente também. Como pode esquecer algo tão importante? Se culpou mentalmente por isso. — Mas é um presente, o seu presente! Eu preciso resolver isso agora.

— M-mas Noya não precisa se preocupar, eu realmente...

​​​​— Mas eu quero te dar um presente porque eu gosto de você...

Ambos olharam um para o outro, e ambos ficaram sem jeito desviando o olhar. Nishinoya pegou coragem de onde não​ tinha e ele mesmo segurou a mão de Shouyou o puxando junto com ele.

— Eu vou te comprar um chocolate quente para você, amanhã eu te dou seu presente.

— Noya não precisa é sério...

Não adiantou, já que Nishinoya mesmo assim insistiu na ideia, puxando Shouyou pela mão, que apenas cedeu e seguiu com ele. O vento ou o frio não o incomodava tanto, afinal seu coração quente e os dedos de Nishinoya ao redor do seu era o suficiente para lhe aquecerem. 

O frio não parece tão ruim agoraOnde histórias criam vida. Descubra agora