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Domingo, 24 de setembro de 2006

Se havia um momento para fazer uma pausa na agitação contínua e no zumbido cada vez mais alto em sua mente, era depois de descobrir que seu melhor amigo, uma das pessoas em quem ele mais confiava, estava fazendo negócios obscuros com puristas de sangue no Beco Knockturn. Com os pés trôpegos, Harry aparatou de volta a Grimmauld Place, evitando, por algum milagre, que seu punho atravessasse a porta da frente. Ou na caneca sardenta de Ron. Mas ele sabia que não deveria colocar o caso em risco ao se comportar de forma imprudente, por mais que se ressentisse desse pensamento.

Incapaz de subir as escadas até o quarto, ele se sentou no sofá da sala e olhou em volta para as paredes repletas de estantes, como se quisesse que elas lhe dessem uma resposta. Tudo o que elas faziam, entretanto, era lembrá-lo de Hermione. Seu entusiasmo desenfreado sempre que comprava um novo livro e procurava um lugar para ele na estante. É claro que isso variava, assim como a ordem dos livros. Seja cronológica, alfabética, por gênero, às vezes por tamanho e cor, ela estava sempre reorganizando os livros. Harry sorriu para si mesmo.

Ele já sentia falta dela. Seus lábios ardiam com a lembrança dos dela, sua pele clamava pelo contato habitual. Ele queria ouvi-la falar de seu trabalho no Departamento de Criaturas Mágicas à noite, enquanto ele beijava seu pescoço e abria o zíper de sua saia, mais impaciente do que nunca para pegá-la.

Harry, ela gargalhava, jogando a cabeça para trás, fazendo com que seus cachos ondulados dançassem ao seu redor. Me dê mais cinco minutos, por favor.

Não, não, continue, ele dizia. Continue falando. Isso me excita.

Sim, ele pensou, passando a mão pelo cabelo e abrindo o zíper da calça. Muitas coisas nela o excitavam. Talvez alguns as achassem estranhas, mas que se danem essas pessoas, para ele eram circunstâncias de excitação completamente normais.

Vê-la debruçada sobre a escrivaninha em seu escritório em casa, trabalhando até a meia-noite, rabiscando loucamente alguma nova legislação destinada a proteger as criaturas mais fracas da sociedade. Ela franzia a testa e mastigava a ponta da pena de forma sedutora, com as mãos salpicadas de tinta.

Venha para a cama, ele sussurrava para ela, abraçando-a por trás, afastando seu cabelo para poder beijar e lamber seu pescoço.

Mmm. Não posso, Harry. Ainda tenho trabalho a fazer.

Então vou fodê-la aqui mesmo.

E ele o fez, muitas vezes, colocando os papéis dela de lado - com cuidado para que ela não o matasse por estragar seu trabalho duro -, pegando-a e colocando-a sobre a escrivaninha, abrindo suas pernas e comendo-a até que ela gozasse em cima dele. Merlin, foi uma felicidade. Mesmo agora, sozinho no sofá, enquanto acariciava seu pênis que endurecia rapidamente, ele podia sentir o gosto dela em sua língua.

Sem querer, a voz dela de mais cedo naquele dia, determinada e corajosa, entrou em sua mente enquanto ele fechava os olhos, isolando-se do mundo com as lembranças dela.

Quando isso acabar, quero fazer uma viagem. Até já decidi para onde. Vou para Barcelona.

A boca de Harry se abriu, seus movimentos se aceleraram enquanto ele perseguia seu prazer, e ele se viu transportado de volta àqueles momentos de dois anos atrás.

O local, antes de mais nada, era fantástico. Mesmo depois de tanto tempo, a magia conseguiu impressionar Harry. O hotel deles ocupava espaço, mas também não ocupava, no coração da já mágica cidade. Da janela de seu quarto, eles tinham uma vista completa da Sagrada Família. À noite, ela era ainda mais deslumbrante.

Our Memory, Unbroken | HarmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora