{7} Confrontos

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Data e hora indefiníveis

"Droga!" Harry gritou, para as sombras que se contorciam e os relógios que faziam tique-taque, para as ampulhetas quebradas que vazavam areia.

Tremendo, ele guardou o pedaço de pergaminho amassado no bolso e pegou o livro que estava pendurado no teto, com sua mensagem tentadora. Que lugar era esse? Ele tentou aparatar do lado de fora da sala, onde quer que fosse, mas sem sucesso. Ele olhou em volta, procurando uma saída. As páginas do calendário na parede estavam voando cada vez mais rápido, pegando fogo, suas cinzas caindo no chão como neve amaldiçoada. Não havia janelas ou portas, nada. Só havia uma saída, então.

"Bombarda Máxima!" Harry disse, apontando sua varinha para a parede, preparando-se para a explosão.

Mas nada aconteceu. Em vez de atravessar a parede, o feitiço foi absorvido por ela. O flash de luz colidiu com as sombras contorcidas que o engoliram e escureceram, provocando-o. O queixo de Harry caiu.

"Bombarda Máxima!", repetiu ele, dessa vez lançando mais força sobre o feitiço.

Mais uma vez, as sombras impenetráveis neutralizaram sua magia. Ele se aproximou da parede e a empurrou com a mão. As sombras subiram por seu braço, envolvendo-o na escuridão.

"Merda", disse ele, retirando-se rapidamente como se tivesse sido queimado.

Tocar as paredes era uma má ideia, então. Elas aniquilavam a magia, a mesma coisa que pulsava em suas veias. Ele andou de um lado para o outro, fechando e abrindo os punhos, querendo que as rodas de sua mente girassem mais rápido. Que diabos era aquilo? Com os dentes cerrados, Harry começou a lançar feitiço após feitiço nas paredes, esperando que elas cedessem. Sem sucesso. As sombras estavam apenas se alimentando de sua magia, expandindo-se, crescendo. Ele começou a senti-las como se fossem um peso físico.

Ofegante, Harry foi pegar a rosa que o havia trazido até ali. Esperando contra toda esperança que fosse uma chave de portal incomum, como a Taça Triwizard, e que ela o levasse de volta. Mas, é claro, isso não aconteceu.

Ele estava preso.

"Não tenho tempo para essa merda", ele gritou para a sala, como se ela fosse deixá-lo sair se ele a repreendesse.

E então ele se deu conta. O tempo. Ele percebeu tudo agora. Relógios, ampulhetas, páginas de calendário queimadas, areia. O tempo. Ele não tinha estado exatamente aqui antes. Mas sabia onde estava. Ele remexeu em seu bolso e tirou a pétala de rosa que havia prometido a si mesmo que não usaria. Por alguns segundos, ele simplesmente ficou olhando para ela, sua raiva quase o dominando. Quem ela pensava que era, Dumbledore? Por que não dizer a ele o que fazer com essa maldita coisa?

Sua habilidade mais importante é pedir ajuda.

Com um pequeno suspiro de realização, Harry levou a pétala de rosa aos lábios.

"Preciso de ajuda", disse ele.

Do nada, ele sentiu uma mão agarrando-o e a sala desapareceu em um turbilhão de relógios, areia colorida e chamas giratórias. Ele foi pressionado de todas as direções, sentindo como se todo o seu corpo estivesse sendo empurrado por um tubo de borracha. Era como uma aparição lado a lado com uma pessoa invisível. Quando seus pés atingiram o chão e o mundo voltou à vista, ele estava cara a cara com Angelina. Ele teve apenas um breve segundo para dar uma olhada ao redor e reconhecer o corredor do Nível Nove do Ministério da Magia.

"Onde diabos você estava?" perguntou Angelina, agarrando-o pelos ombros, mais agitada do que Harry a via há anos. "O que aconteceu? Todos estavam procurando... pensamos que você estava morto."

Our Memory, Unbroken | HarmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora