Quarta-feira, 10 de dezembro de 2003
Ultimamente, havia se tornado um hábito almoçar no escritório dela, longe de olhares curiosos. Normalmente, ela falava sobre seu mais novo projeto, com os olhos brilhando de paixão, enquanto a cadência rápida de sua voz e sua dedicação faziam coisas na mente e no corpo de Harry. Dessa vez, no entanto, ele podia cortar a tensão com uma faca enquanto os dois pegavam a comida em silêncio.
"Não entendo por que você está chateada", disse ele finalmente, largando o garfo.
"Você não entende?", perguntou ela, com a raiva aflorando em seus olhos quando os ergueu para encontrar os dele. "Você quase atacou a McLaggen no trabalho".
Ele deu de ombros. "Quase."
"Você não pode continuar agindo assim, Harry", disse ela.
"Eu discordo", respondeu ele. "O idiota convidou você para um encontro, o que eu deveria fazer?"
Ela revirou os olhos e se levantou. Não eram boas notícias quando ela começou a andar de um lado para o outro em seu escritório.
"Não é de conhecimento geral que estamos nos encontrando. Nós dois concordamos que não queremos que isso saia nos jornais."
"Bem, eu mudei de ideia", disse ele, virando-se para encará-la. "Vamos aparecer nos jornais. Vamos aparecer na primeira página todos os dias. Não tenho nada a esconder."
"Você só está dizendo isso agora porque ficou possessivo", disse Hermione.
Sem conseguir se conter, Harry se levantou e se aproximou dela, puxando-a para um abraço apertado e segurando seu queixo. Mantendo-a imóvel, fez com que ela olhasse em seus olhos. Passou os dedos em suas costas, ansiando por tocá-la o máximo possível.
"É assim que eu sempre sou", disse ele, em voz baixa. "Não me peça para explicar, eu não era assim antes. É que há algo em você."
Hermione colocou as mãos no peito dele e respirou fundo. "Eu notei."
Ela não parecia estar com raiva. Ela tinha ficado mole nos braços de Harry. Flexível, sua raiva e resistência se dissipavam lentamente. Quando ela ergueu o olhar para o dele, ele estava um pouco mais escuro do que antes. Um sorriso se desenhou nos cantos dos lábios dele.
"Você gosta", ele sussurrou, enquanto sua mente começava a se agitar, processando. "Admita. Você gosta do que está fazendo comigo."
"É... isso... não vem ao caso", disse ela, franzindo os lábios.
"Qual é a questão então?", perguntou ele, enquanto deixava os dedos percorrerem as bochechas dela. Ele queria devorar aqueles lábios lindos, carnudos e trêmulos, mas decidiu que poderia se abster por mais algum tempo. Talvez.
"E quanto a mim e ao que estou sentindo?", perguntou ela.
Harry franziu a testa. "Desculpe?"
"Urgh, eu só... odeio estar... sabe de uma coisa? Esqueça", disse ela, tentando se desvencilhar do abraço, mas Harry não estava tendo nada disso.
"Não" disse ele, apertando-a com mais força e depositando um beijo em sua testa. "Não faça isso. Fale comigo, por favor."
"Tudo bem!", disse ela. "Você acha que é a única pessoa que fica com ciúmes?"
Harry se afastou um pouco para observá-la. Isso foi uma surpresa. E não foi de todo desagradável. Ele não queria desrespeitar os sentimentos de Hermione, é claro, mas as palavras dela despertaram sua curiosidade instantaneamente.
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Our Memory, Unbroken | Harmione
FanfictionUma maldição que tem como alvo as memórias dos nascidos trouxas sobre sua magia atinge Hermione sete anos após a guerra, fazendo-a esquecer seu relacionamento com Harry. Em uma corrida contra o tempo, Harry precisa capturar os responsáveis e garanti...