Capítulo 11

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Cap 11- rain.

Lvy

Restaurante Acquerello; San Francisco.

Todo jantar até agora estava sendo incrível, mesmo com o chá de sumiço da Maya e do Mathew, todos os pares da mesa trocavam conversas leves e descontraídas. Também não pude deixar de notar como a Daya e o Henry se deram bem, eles parecem dois adolescentes no auge dos seus dezesseis anos conversando, rindo com meus próprios pensamentos volto minha atenção para o Lucas.

— Querida? Está me ouvindo? — Lucas perguntou me tirando de meus devaneios.

— Desculpa, o que foi?

— A Maya, acha que aconteceu alguma coisa? Ela e o Math saíram faz um tempo. — Ele diz enquanto seguramos nossas mãos em cima da mesa.

— Devem estar bem, a Maya e ele sabem se entender, às vezes. — Falo — Mas então, pensei que podíamos sair de novo, o que acha?

— A não gatinha. — Ele diz alongando a última letra preguiçosamente.— Eu que tinha que te chamar para o próximo encontro. — Ela fala com a cara emburrada me fazendo rir. — Já que não tive esse prazer, posso te levar para um lugar antes de irmos embora pro dormitório?

— Por mim está ótimo, mas por agora temos que comer, a comida daqui demora muito. — Digo e ouço um resmungo de concordância pela Daya e uma risada de Henry.

Após mais alguns minutos esperando e trocando papo, a comida finalmente chega para nosso agrado. Mas não foi apenas a comida que chegou. Antes que pudéssemos começar a comer, Maya retornou à mesa, mas algo em sua expressão denota irritação. Mathew vinha atrás em seu encalço, o clima entre eles é palpável e a mesa instantaneamente fica quieta.

— Desculpem pelo sumiço, pessoal. — disse Maya, forçando um sorriso enquanto se sentava novamente em seu lugar.

Mathew deu um sorriso invertido para Lucas que o questionava com as sobrancelhas expressivas, seus olhos encontrando os da Maya brevemente antes de desviarem novamente. Era claro que algo estava errado, e o desconforto pairava sobre a mesa como uma sombra.

— Está tudo bem? — perguntei, preocupada.

Maya suspirou, trocando um olhar rápido com Mathew antes de responder: — Tudo ótimo, nada que tenha que se preocupar.

A resposta dela não conseguiu dissipar completamente a tensão, mas concordamos, silenciosamente, em deixar o assunto de lado temporariamente e nos concentrarmos no jantar à nossa frente. No entanto, mesmo com os pratos deliciosos servidos, a atmosfera ao redor da mesa estava longe de ser descontraída. Enquanto tentávamos voltar à normalidade e saborear nossas refeições, era evidente que algo estava pairando no ar, algo mais denso do que o aroma da comida à nossa frente. Mathew e Maya mantinham uma troca de olhares furtivos, ocasionalmente interrompidos por pequenos suspiros ou movimentos nervosos. O restante da mesa tentava disfarçar a preocupação, mas o silêncio era ensurdecedor. Enquanto Daya mantinha a conversa fluindo com sua leveza habitual, Helena, sentada entre mim e Maya, também percebia a tensão na mesa. Com um olhar solidário para Maya, ela discretamente pegou sua mão por baixo da mesa, oferecendo-lhe um apoio silencioso e sendo respondida por um sorriso carinhoso. Helena sempre foi boa em ler as emoções dos outros e sabia quando alguém precisava de conforto, mas também sabia que o sorriso que Maya acabara de dar afetou Mathew.

— Então, o que estão achando do lugar? — Helena pergunta com um olhar para que seu namorado continue.

— Foi aqui que eu pedi ela em namoro e foi nosso primeiro encontro. — Ele completa.

— Eu estou adorando, o espaço é deslumbrante, não vou nem começar a falar da comida. — Maya diz deixando o clima mais leve, e consequentemente fazendo eu e Daya darmos um suspiro de alívio. — Falando em comida, Layla falou comigo, e disse que está aprendendo a cozinhar e gostaria que nós fossemos para a casa dela no fim de semana, o que acham? — Maya fala se dirigindo as meninas.

Todas as Imperfeições do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora