Always meant to be!

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POV's Narrador.

Diz a Ciência que nossos cinco sentidos possuem órgãos peculiares. Para perceber os sons, os ouvidos; para apreciar o toque, a pele; responsável pelo sentido da visão, os olhos; e ainda se é possível desfrutar, através de sistemas mais complexos, de aromas e sabores.

Mas há um outro ainda, que podemos chamar de sexto sentido, que ainda não pode ser explicado por nenhum meio científico. Esse sexto sentido consegue ser tão envolvente, embriagante e entorpecente, que apenas palavras não são capazes de descrever as sensações causadas por tal sentido, até porque, tentar achar uma descrição para isso, significa tentar limitar aquilo que ele buscar causar, e esse sentido não reconhece limites.

Uma outra particularidade desse sexto sentido, ele tem o poder de aguçar todos os outros. Por exemplo, quando se está com a pessoa que se ama, o cheiro te causa embriaguez, a visão dela te alucina, o toque te entorpece, e a voz te aquece. O sexto sentindo proporciona a percepção mais crua que se pode ter.

E qual é o órgão responsável por recepcionar tal sentido? A resposta é um tanto quanto simples, pois trata-se do órgão invisível e ao mesmo tempo, mais magnífico de todos, a alma.

E por que, via de regra, amamo-nos um ao outro? Por que, mutuamente, vivemos a nos desejar? A resposta: porque as almas carecem umas das outras, são gêmeas e necessitam, um dia, se completarem.

Algumas, acabam perdendo-se em meio a uma busca incessante, pois o corpo recusa-se a se deixar guiar por esse sentido. Por isso, é só aqueles que se permitem, e buscam sentir seu sexto sentido da forma mais pura, que acabam sendo vitoriosos. Pois eu, o destino, observo absolutamente tudo e posso afirmar que, na hora certa, a recompensa sempre vem, pois eu a faço de mim mesmo, ser destinada a vir. Como não recompensaria algo em seu estado mais puro ?

Num cantinho do infinito,

No recôndito mais bonito,

A tua metade está lá,

Na espera de te encontrar.

Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2022 – São Paulo.

Quando Rafaella decidiu que o melhor para a sua carreira seria mudar-se para São Paulo, a mulher não poderia imaginar que seria justamente na cidade onde costumam dizer que "não existe amor", que iria encontrar a sua alma perdida.

Ao tomar a decisão mais importante de sua vida, só faltava um detalhe que faria toda a diferença, escolher aquele que seria o seu lar nos próximos anos. Por não conhecer muito sobre a cidade, decidiu pedir ajuda aquela que por muitos anos dividiu uma casa com ela no Rio de Janeiro, onde cursou jornalismo, sua melhor amiga, Manoela Gavassi.

Rafaella achou que a sorte estava sorrindo para ela quando soube que no prédio onde Manoela morava, um apartamento há um tempo desocupado havia acabado de ser colocado à venda, mas não era sorte, era apenas o destino fazendo sua jogada inicial na vida da mulher.

Nesse exato momento, uma semana após sua conversa com Manoela, a mineira estava chegando no prédio onde pretendia morar, para conhecer o lugar.

– Bom dia, você deve ser o Marcos – a loira cumprimentou o corretor de imóveis que a esperava na portaria do prédio.

– Bom dia, senhorita Kalimann – o rapaz sorriu gentil – isso mesmo, é um prazer finalmente conhecê-la.

– O prazer é todo meu – Rafaella devolveu um sorriso cordial para o rapaz.

– Vamos entrando, aposto que quer conhecer logo o apartamento – o corretor indicou o caminho e seguiram conversando até o elevador.

Naquele exato instante uma coisa importante aconteceria na vida de Rafaella, e ela não fazia a mínima ideia disso, caso fizesse, ela teria desviado a atenção de sua conversa com Marcos por alguns segundos apenas para direcionar o seu olhar até a mulher que saia do elevador.

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