• NICOLE MORGAN
Dois anos depois.
Meus saltos ecoaram pelo corredor enquanto eu seguia até a sala de reuniões da mansão Nagrom, localizada ao leste de Charleston. Ao abrir a porta, vi que todos os sócios já me aguardavam.
- Boa noite à todos - disse eu, me sentando na cabeceira da mesa.
Todos os meus cinco sócios eram pessoas de extrema confiança; eu já havia sido traída demais dentro da minha própria família.
- Rendimentos? - Perguntei, olhando para Angeline, a única mulher da minha antiga equipe principal, qual minha filha Lizandra também fazia parte, antes de desaparecer.
- Muitos - respondeu, sorrindo. - Belivoke acaba de assinar um contrato conosco.
- Tipo de carga?
- Cocaína pura - responde. - Ele irá cuidar das fronteiras.
- Ótimo - respondi.
Ela havia se casado com Armani - outro sócio meu - e ido para Rússia, onde os nossos negócios estavam se expandindo muito ultimamente.
- Gabriel Santin acaba de ser morto - disse Megan, mãe do meu ex-genro, Leonard. - Uma fonte confiável acaba de me avisar. Um tiro na nuca, isso se parece com quem?
Havíamos nos encontrado duas vezes para nos consolarmos depois que nossos filhos desapareceram. No inicio, eu sentia que ela achava que a culpa do filho dela ter partido de tal maneira havia sido por causa da Liz, com o tempo ela entendeu que aquilo iria aconteceria de qualquer forma; era quase destino. Depois ela me propôs uma aliança com a Nagrom; estava cansada de ficar longe dos negócios por conta do marido. Eu entendia aquilo.
- Os Franzinne, claro - respondi. - Eles querem começar a passar as cargas pela rota número quatro e acham que a melhor distração é matando o Gabriel.
- Não é de todo uma ideia ruim - comentou Sávio, um sócio chinês que amava um rabo de saia. - É uma ótima distração, sem falar que agora que o Gabriel está morto, quem vai ficar no comando?
- É uma distração passageira - rebati. - Se a Valerie não assumir o comando, a Barbara vai.
- Prevejo sangue e muita cabeça rolando - comentou Megan.
Meu celular tocou. Era o investigador Patrick, mais conhecido como Topa-Tudo; nunca descobri se era porque aceitava todos os tipos de caso ou algum quesito sexual.
Topa-Tudo cuidava do caso da minha filha, Lizandra. Desde que ela sumira, nunca mais havíamos tido notícias. Não sabia se estava viva ou morta. Por isso que todas as vezes que Topa-Tudo me ligava, eu sentia meu coração acelerar de desespero. Não sabia o que iria escutar, uma pista falsa novamente? Encontraram o corpo ou ela viva? Nunca sabia.
- Nicole - disse o homem, ofegante. Parecia estar na chuva. - Acho que encontrei sua filha - a pausa que ele deu, essa maldita pausa, me fez adivinhar o que veio em seguida. - Eu sinto muito.
Fechei os olhos e senti as pernas fraquejarem. Esperei tanto por uma notícia, mas não essa. Não, não, não; essa não.
- Onde? - Murmurei.
- Califórnia.
Ela sempre quis ir à Califórnia.
- Obrigada, Patrick.
Desliguei o celular e segurei a cabeça com as mãos. Aquele era o dia mais triste da minha vida. Dia oito de dezembro, o dia que eu descobri que minha filha, Lizandra Morgan, estava morta.
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Morgan's - No Olho De Liz
Teen FictionVocê tem dezessete anos. É rica, tem uma família perfeita composta por uma irmã mais nova e outra mais velha, seu pai e sua mãe. Adora surfar e é líder de torcida. Você é Lizandra Morgan, uma das garotas mais cobiçadas da pequena cidade de Charlesto...