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Eu comecei a rezar seja pra que quem quer que ouvisse minhas pressas, e a medida que a noite chegava, eles ainda não iam embora uns se espalharam sentando numa árvore de frente pra mim, outros sentavam no pé na árvore, mas ele, ainda estava encost...

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Eu comecei a rezar seja pra que quem quer que ouvisse minhas pressas, e a medida que a noite chegava, eles ainda não iam embora uns se espalharam sentando numa árvore de frente pra mim, outros sentavam no pé na árvore, mas ele, ainda estava encostado na árvore de frente pra qual eu tava e me encarava, acho que desde que nos encontramos ele não tirou os olhos dos meus.

- Aí garota, você tem a bexiga presa é? Certeza que tem pedra nos rins, até agora não quis fazer xixi, tá difícil. - A mesma mulher que amarrou os cabelos e preparou pra subir falava pra mim.

Ainda me perguntava o que o de máscara de coelho falou pra ela, pra ela não subir, mas ainda sim agradeci mentalmente, ao mesmo tempo acho que ele tá fazendo de gracinha, já me passou várias vezes pela cabeça  desistir e me entregar a morte, mas por que me entregaria a algo que eu não fiz merecer ? Por que nada me tira da dúvida do que eu fiz pra isso, nenhum me fala, por que as pessoas tem que serem assim? Meu irmão é igual.

- Ahnn, cara coelho? - ele mexeu com a cabeça - Você pode me responder agora de maneira mais detalhada por que eu tenho que morrer? Ainda não entendi essa parte - dei um sorriso amarelo.
O tempo que fiquei aqui a única coisa que eles disseram repetidamente é que tem que me matar, mas acho que isso já tinha entendido desda primeira vez, mas não o por que, depois que o cara coelho praticamente arrancou meu pé numa tacada, chorei por horas, depois me recompus, rasguei uma parte da minha calça e amarrei meu pé, como se fosse uma tala, por que se tivesse que correr de novo, não importava o estado dele, mais iria correr, uma vez li um livro onde o personagem mencionava que as estrelas ouvem os sonhos que são atendidos então estrelinha se estiver me ouvindo agora, eu quero viver, quero viver e ser muito feliz só peço isso, por favor.

- Você tem que ser morta. - ele me respondeu por fim

- Tá isso eu entendi, euem, parece um disco arranhado, só fala a mesma coisa.. - resmunguei - quem são vocês? - eu olhei pra eles, o qual TODOS me encaravam, me sentia até uma celebridade.

- Por que, quer saber? - um deles rosnou - Sua espécie não merece nem nossa misericórdia de conversar com a gente. - espécie ? An? Esse cara é maluco?

- Entendo,desculpa, mas eu acho que na posição que me encontro agora, eu poderia saber quem vai me matar e por que minha  espécie, não merece viver. - cruzei os braços o olhando.

- Vocês tiraram tudo da gente, morra filha do 
pecado! - Outro falou.

- É morra! Desça aqui e deixa a gente comer sua carne e usar seus ossos como assessórios!

- Eu vou beber seu sangue!

- Vamos te picotar!

Enquanto um a um detalhava o que faria comigo e com o resto meu corpo, eu apenas encarei aquele que não falava, mas pude vê que se eu descesse seria a sua única presa. Meus olhos buscavam por alguma reação de bondade, mais todo seu corpo, principalmente seus olhos me diziam que ele estava disposto a me ter morta a todo custo.

Eu só queria voltar e vê meu irmão, assistir um filme, ou pintar uma tela sobre o céu hoje, ler aquela carta vermelha, ou somente dormir na minha cama, queria correr e sorrir a ler algum livro, queria escrever uma carta, e não estar aqui parada vendo a hora passar e ser devorada, meus olhos encheram de lágrimas e chorei, pela minha vida, por ta tendo um aniversário péssimo, por ter nascido e por tá numa posição onde não tô podendo escolher entre viver ou morrer.

Chorei, pela dor no pé, chorei pela dor de não ter meus pais pra eu correr pra eles, chorei por ter uma vida esquisita, chorei por saber que meu destino é morrer, eu não posso ser assim, por que ? Por que não tive uma vida normal? O que ta acontecendo ? Então levantando a cabeça vi uma luz, era verdinha, parada um pouco longe de mim, mas lá estava ela, meus olhos brilhava sobre  seu brilho.

- Me deixe viver, me faça brilhar como você, me deixe viver, quero ser feliz estrelinha, ouça meu pedido - sussurrei pra estrelinha.

Ela então rodou, brilhou e sumiu, me deixando no escuro de novo, suspirando, limpei minhas lágrimas, meu barriga roncando me fez decidir dormir, o galho era longo e groso, mais ainda sim, desejei uma corda pra poder me amarrar e não cair, já que não tinha, apostei na sorte.

Quase fechando meus olhos, vi o cara coelho, finalmente se sentar também, encontrando meu olhar, ele mostrou os dentes e fez sinal que ia cortar meu pescoço, mostrei a língua pra ele e virei minha cabeça pro outro lado, olhando o céu até por fim fechar os olhos e cochilar.

[...]

Flashback:

Gael tinha voltado do mercado e batia na porta sem parar, ele sempre foi apressadinho, tudo que ele fazia parecia que tava fazendo correndo. Me levantando e calçando minhas pantufas, corri até a porta.

- Oi chegou? Comprou meus cereais? E o arroz? - perguntei pegando as sacolas da sua mão e levando até o armário da cozinha.

- Não tinha seu cereais, mas comprei seus bombons e lasanha, tudo bem? - Ele bagunçou meu cabelo enquanto me ajudava. - Terminou a atividade? Sabe que tem que passar pra ter um emprego bom né ? Vai ser enfermeira igual a mamãe ?

- Não, quero ser policial igual papai, quero trazer paz pra cidade. - sorri, mostrando o dentinho que faltava na frente logo após dele arrancar prendendo ele na porta e batendo ela, doeu muito, mas ele disse que a dor nos fortalece, então tudo bem

- Você deveria ser enfermeira Yully!!! Esquece essa de ser policial, não vou deixar, você não pode se arriscar pelos outros já te falei!. - Bateu as portas e saiu, suspirei e fui atrás dele.

- Gael, deixa disso, papai iria se orgulhar de ter um dos filhos seguindo o mesmo rumo que ele, quero ser uma mulher forte, quero lutar pela justiça! Quero te proteger assim como você faz comigo. - falei pra ele chutando sua porta.

- Yully, nosso pai iria se orgulhar de você se você fosse enfermeira, como enfermeira você também pode ajudar os outros, deixa essa de ser policial. - ele resmungou atrás da porta.

- Eu quero ser mais pela sociedade Gael, deixa de ser chato, só me apoia, vai ser legal e eu vou tomar cuidado eu juro. - se passaram minutos e ainda não escutei ele falar, então quando ia saindo eu escutei

- Espero que um dia você me escute e me entenda, tudo que faço é pelo seu bem. - Não respondi e sai

Me despertando do sono senti uma coisa gelada cheirar na orelha e meu pescoço, meu corpo não se mexia eu tava paralisada, parecia uma fucinho, meu coração acelerou, parecia tá me analisando.

- Sei que você tá acordada, não faça barulho e se levante, em silêncio. - Abri meus olhos e quase caí com o que eu vi

 - Abri meus olhos e quase caí com o que eu vi

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MEU AZARADO DESTINO! FINALIZADO!!!Onde histórias criam vida. Descubra agora