Capítulo 4

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-Ayla me devolve! - Alexander erguia a voz em um tom raivoso ao se dirigir a irmã que tinha seu livro na mão enquanto ria do mesmo.

O principe se levantou de sua cama bagunçada com alguns lençóis escuros indo de encontro a irmã. O clima estava quente , o que não era muito comum para a temporada, Illyrian custimava a ser tão gelado quanto as manhãs da corte invernal, principalmente com o inverno se findando.

As constantes mudanças no clima deixavam os anciões intrigados, eram coisas simples e sutis, poderiam passar imperciptiveis até mesmo pelos féericos mais antigos. Afinal, muita coisa mudou nos ultimos anos, a presença de um rei que controlava todos os poderes das cortes e ainda tinha a benção selestial da mãe abalava não só os vivos, mas a terra, o solo e o ar.

Poderia ser algo normal, quem poderia saber? Não são muitos que sobraram desde o ultimo reinado, mas ainda sim, um ou outro se pegava pensando sobre isso, algo diferente, sim, mas não que merecesse a atenção dos anciões.

Ou era isso que pensavam

- Ah não... você só lê Alec, dá um tempo - a ruiva tinha o livro em mãos o foleando desinteressada enquanto passeava pelo amontuado de discos, livros e café no chão.

Alexander era um macho habilidoso, astuto e inteligente, mas herdou um dos defeitos mais obscuros de seu pai, algo que nem se quer tenta esconder mais. Alec era concerteza, o feérico mais bagunceiro daquela casa.

-Ayla me devolva o livro, por favor... - ele praticamente implorava 

-Qual é cara, que desespero louco é esse?- ela arqueia uma das sobrancelhas e da um sorriso felino paro irmão.- O que será que você anda lendo em Alec... vamos ver.- ela abre o livro contemplando com gozo Alexander falhando miseravelmente na tentativa puxa-lo de suas mãos.

-Ayla Vanserra me dá o livro agora porra!

-Quer?-ela sorriu ainda mais.- Vem pegar otário!

Sem pestanejar a Ayla saiu em direção ao corredor, Alexander tentava alcança-la e se esquivava graciosamente de todos os obstáculos que a fêmea colocava. Facas sairam do sapato da ruiva e voaram em direção as asas do irmão, ele retribuiu manipulando energia fazendo com que as facas em uma velocidade inlógica retornassem à sua dona.

Ambos correram um atrás do outro como crianças descobrindo a sensação de andar, eles corriam de um lado para o outro, usando as paredes como apoio para manobras de fuga no ar, seus corações batiam em uma musica acelerada, seus corpos se aqueciam e sons risnohos se alternavam entre as palavras de baixo escalão liberada entre os dois, a cada tentativa falha de pegar o livro da irmã, Alec se sentia ainda mais frustrado, então apelou para algo que não fazia a um tempo.

Enquanto lá em cima os dois se matavam, na cozinha no meio das cenouras cortadas, vapor quente e laranjas descascadas, as apostas rolavam soltas:

-Quanto tempo vocês acham que eles vão ficar nessa?- Mab perguntou enquanto cortava algumas laranjas.

-A última vez foi meia hora - Adran guardava copos no armário de madeira clara - Quem sabe, essa vez pode ser mais rápida.

-Aposto cinco moedas que Alec tira ela do sério primeiro - Nyx espremia a fruta em uma jarra de vidro.

-Aposto que Ayla derruba ele primeiro - Adran estende a mão para o primo que aceita de bom grado.

A cada tentativa falha de pegar o livro da irmã, Alec se sentia ainda mais frustrado, então apelou para algo que não fazia a um tempo.

-Vamos Tocha humana, me devolve a porra do livro agora!

Corte da IrmandadeOnde histórias criam vida. Descubra agora