The Professor ~ A JaeDo Love Story {oneshot}

Capítulo Único

Cena 1:

– É um pesadelo. – O grupo gigantesco de alunos entrou no salão, a organização não consegue manter tudo nos lugares. Os alunos estão se empurrando para encaixar na sala, por outro lado o medo dos professores de algum deles cair e ser pisoteado é enorme. A multidão sem fim finalmente consegue entrar na sala e os alunos estão falando aos cotovelos.

– SILÊNCIO. – Eu grito o mais alto que posso. Fiz a melhor careta que treinei para momentos como esse, precisava controlar a situação o mais rápido possível. Não era uma reunião de emergência mas também não contavam com a grande quantidade de alunos. "Peço que vocês se organizem, eu sei que não tem lugar pra todos mas...". Os alunos entraram novamente em desespero. Começo a perder um pouco da paciência e quase desistindo, resolvi gritar – VAMOS COMEÇAR.

Todo mundo esperava ver ela...

Mais cedo naquele mesmo dia

– E eu pensei que eu não ia mais ser afetada, mas eu não consigo ficar na mesma sala que a dele… – Betty está prestes a chorar e eu estou quase pra revirar os olhos. Não me entenda mal, mas meu trabalho não devia ser escutar os alunos reclamarem sobre a vida amorosa deles ou algo parecido. Alguém bate na porta da minha sala e Betty enxuga rapidamente suas lágrimas.

– Professor Doyoung... Ah, desculpa atrapalhar. – Um dos alunos do primeiro ano estica o pescoço com curiosidade ao entrar na minha sala e eu olho Betty que ainda tenta se limpar com a barra da manga da blusa que já está um pouco gasta.

– Aconteceu algo? – Pergunto para o aluno, não lembro o nome dele (algo com t) mas ele sabe onde minha sala é, então, provavelmente, eu vou reconhecer em algumas semanas.

– O coordenador está no corredor... é, subindo o corredor na verdade, e pediu para eu vim lhe chamar. – Ele disse e, então, esperou alguma resposta. Se é o coordenador então deve ser importante. Solto um suspiro rápido e Betty está olhando diretamente para mim.

– Betty você se incomodaria se… – Pergunto pra tentar sair dessa situação.

Novamente, não me leve a mal, apesar do meu trabalho de supervisor, minha sala virou um espaço aberto e provavelmente eu deveria receber um aumento por orientar até os alunos. Quando recebi essa promoção eu não sabia que a sala privada não seria tão privada assim. Eu tenho até uma agenda para lidar com os horários deles, era melhor eu me render de qualquer jeito. E é divertido estar por dentro das fofocas dos alunos. A escola não tem um conselheiro já vai fazer um ano e último supervisor se transferiu (provavelmente por falta de sanidade mental por lidar com tanta coisa).

Betty tem estado na minha sala duas vezes por mês já tem algum tempo e eu não vi muita evolução no amor próprio dela e eu me recuso a aconselhar ela sobre "cair na real" ou algo assim. Eu lembro como o ensino médio era difícil. Mas eu me perco muito no tanto de nomes por minuto que eu recebo saindo da boca dela. Ela se incomoda com os olhares, mas sabe lidar bem com a pressão educacional. O emocional dela é instável e eu não faço a menor ideia do que fazer com essa informação. Já resolvi um problema do professor Jeno de literatura antes das aulas começarem mais cedo (com isso quero dizer que vou trocar um horário com ele durante o turno da tarde). Mas esses assuntos mais delicados influenciados pelos hormônios da juventude me deixam nervoso.

– Eu já estou indo. – Falo para o garoto que esperava até agora por uma resposta. Ele fecha a porta da sala e Betty aguarda algum comentário meu, sentada e parada. – Já pensou em conversar com ele sobre isso? – Pergunto num último recurso... Ela nega, ponto pra mim. – Acho que esse é o primeiro passo. – Me sinto satisfeito com a minha análise. O olhar dela parece ficar mais leve, ela está cogitando. Eu solto um suspiro alto e me levanto da minha cadeira. – Eu tenho que ver o coordenador.