O Banheiro do Bordel

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Bruno tinha se mudado para uma cidade nova há dois anos, justamente algumas semanas antes da pandemia começar e todo o processo do isolamento social acontecer pelo mundo. Nisso, ele ficou preso em casa por todo esse período, sem conhecer ninguém e sem transar. E a cada mês que ele passava preso só em casa, um fogo crescia em sua alma o incendiava, a ponto de deixá-lo louco. Sentia que se não transasse na próxima semana ele poderia morrer, como se aquilo fosse uma necessidade fisiológica necessária para que conseguisse sobreviver. E talvez fosse mesmo.

Ele curtia tanto ficar com garotas quanto com garotos, mas nunca chegou a se arriscar nos aplicativos de paquera. Aquilo já era demais para ele, então acabou decidindo que deveria ir em algum prostíbulo que tivesse na cidade. Será que transar com uma prostituta poderia ser tão caro assim?

Os dois anos de pandemia fizeram sua criatividade sexual ir até a insanidade e voltar. Tinha dias que chegava a bater punheta três vezes, mas seu pau estava começado a se queixar de dor e Bruno teve medo de que alguma coisa acontecesse com ele. Tinha visto todos os tipos de pornô do mundo, e isso o deixou ainda mais mal. Pornografia não era o suficiente, e sua mente tornou-se doente a ponto de perceber que precisava se tratar. Então ele deixou aquele mundo de lado e ficou sem se masturbar nem vem pornô por quase um mês inteiro. Ele sabia que era um viciado, e logo a sensação de abstinência que começou a ter chegava a fazê-lo gritar. Tinha que gozar, mas não sozinho, ele precisava de alguém.

Descobriu que existia um puteiro não muito longe de sua casa. Era um lugarzinho pequeno, escuro, fechado e com luzes vermelhas na maioria dos cômodos. Tinha algumas mulheres mais bonitas e corpudas, só que eram mais caras. Ele nunca tinha ido a um bordel antes, e agora estava nervoso. Suas mãos tremiam, e estava começando a soluçar, então respirou fundo e foi até onde os rapazes eram recebidos.

– Oi – ele falou com a recepcionista. Ela tinha roupas curtas e o cabelo loiro estava amarrado para trás. – Eu...

– É novo aqui, não é? – ela lhe lançou um sorrisinho simpático. – Pela sua carinha eu sinto que você nunca chegou a vir num lugar desses, acertei?

– Sim... Quer dizer, não. É, eu nunca vi num...

– Puteiro.

– É.

– Olha, a gente tem a Cléo, a Duda, a Teresa e a Clara disponíveis. A Clara é a mais cara, já que ela é nova e mais corpuda. Aqui a meia hora custa quarenta reais, e a hora custa setenta – ela dizia enquanto apontava para cada uma das garotas que se encontravam sentadas em um sofá na sala ao lado. Todas estavam usando seus celulares, sem ligar muito para o que acontecia na recepção. Algumas fumavam alguma coisa.

Bruno engoliu em seco.

– Tudo isso?

– É, a gente precisa ganhar a vida.

De repente um homem mais velho chegou pela porta de entrada e ficou ao lado de Bruno. Ele tinha uma barba bem feita e grisalha, além de que exalava confiança e maturidade. As roupas de jeans e couro que vestia o deixavam com um visual másculo e forte.

– Olá, meu querido César – a recepcionista o cumprimentou quando chegou. Bruno julgou que ele deveria ser um cliente fiel. – O que vai querer hoje?

– A Bruna, como sempre. Ela é minha favorita.

– A Bruna já está com um cliente agora – a recepcionista coçou os lábios por um instante. – Você pode vir mais tarde ou então esperar um pouco. Acho que é questão de vinte minutos.

César parou por um tempo, olhando agora para Bruno.

– E aí, rapaz, como que vai?

– Eu tô de boa – tentou parecer calmo. Bruno queria sair correndo dali, e agora sabia tinha sido uma má ideia. Quanto mais pessoas vissem que ele estava em um local como aqueles, mais chances teria de que alguém o reconhecesse e logo espalhasse a notícia para todas as pessoas do mundo.

O Banheiro do Bordel (CONTO ERÓTICO GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora