Jordom Jicken

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- Pare esse ladrão! - Gritava uma mulher.

A situação ao meu ver naquela rua movimentada por turistas e carros que tentavam passar onde quase não se achava passagem por causa dos barracos comerciais, era que o homem correndo na minha direção, roubara a bolsa da turista que gritava desesperadamente.

Acho que todos naquela região ouviram o berro que ela deu e como o ladrão já estava correndo direto justo para mim, não dava para perder essa oportunidade.

Me coloquei no caminho dele dando passos para o meio da rua com o corpo firme pronto para aguentar qualquer coisa e logo ele gritou para mim:

- Sai da frente seu idiota! - Ele estava bem irritado e desesperado.

Logo eu abri passagem para ele que instantaneamente deu um sorriso convencido como se tivesse se safado, porém ele não esperava que logo cairia no chão por tropeçar na minha perna esticada fazendo o bandido se estrubiçar na rua feito de tijolos pequenos.

- Ugh! - Gemia pela ralada na cara que levou do chão. - Desgraçado!

E ele ainda me insulta? isso é inaceitável.

O ladrão após se levantar e se recompor com a minha permissão, vem na ofensiva para minha direção querendo me esmurrar com seu braço flexionado pronto para acertar um soco.

Porém, eu fingi ser acertado até eu desviar da surra, fazendo o bandido acertar seu soco no ar.

E como contra ataque, dei um soco na sua cara sem muita cerimônia para o golpe, fazendo com que não tenha sido tão forte, mas ele demonstra o contrário já que quase perdeu o equilíbrio com esse golpe.

O ladrão percebe que eu sou uma ameaça e que não teria chance contra mim e então ele corre para o meio da população fugindo de mim.

Eu que não estava nem um pouco a vontade de correr atrás só o deixei fugir, até porque ele parecia ser tão burro que provavelmente não percebeu que eu peguei a carteira da turista enquanto a gente brigava.

- Hum... - Analiso a carteira da jovem turista que vinha correndo na minha direção.

Ela finalmente chega, mas bem ofegante, porém logo recupera seu ar.

- Muito obrigada, senhor. - Agradece a moça.

- Ah, não foi nada! - Apenas agi de mesmo modo, sorrindo e sendo gentil. - Aqui, a sua bolsa.

Estendi o objeto a ela que o pegou apressadamente.

- Muito obrigada!

Ela agradece de novo e depois da meia volta com pressa entrando na multidão de espectadores que tinha se formado na rua estreita.

Eu também segui meu caminho e agora que consegui uns trocados da carteira que estava com aquela moça, posso comer alguma coisa para o jantar.

Sei que isso não foi tão gentil, mas eu precisava disso bem mais que ela e como todo mundo já deveria saber, nesse mundo não existe santos.

Andava pela rua enquanto encarava um grande painel de vidro de uma loja e ela refletia todos ali na rua até mesmo a mim.

Eu estava com um casaco azul escuro com detalhes em ciano ou em um outro azul só que um pouco mais claro e já que ele estava aberto, dava para ver minha camiseta preta com uma estampa de um triângulo da cor branca cujo a forma do triângulo só era o contorno. As minhas calças eram um jeans largo e solto na parte das pernas, pois a calça cabia perfeitamente na minha cintura, ela era um azul bem escuro.

E também, a minha marca de nascença, é um anel que contorna o meu pescoço fechado por um triângulo na minha nuca.

Eu procurei por um estabelecimento em volta da praia que era o motivo para tantos turistas vierem até Partovia.

Agora eu só quero comer alguma coisa e depois voltar a minha procura.

- Hum, acho que aqui é um bom lugar.

Acabei me deparando com uma barraca onde o nome era bem particular.

"Quiosque Ton Rada"

Bem, tanto faz o nome, apenas me assentei nos bancos que tinha em volta da barraca.

Cada banco era acompanhado de uma mesa bem arrumada com panos de mesa azuis quadriculados.

E então veio o garçom que era o próprio dono do estabelecimento, acompanhado de um caderno pequeno, ele disse:

- O que gostaria?

Como eu estava acompanhando de um cardápio deixado na mesa, já havia escolhido minha refeição.

- Vou querer o número 18.

O chef anotou cuidadosamente e se despediu:

- Certo, logo o seu pedido estará pronto.

Enquanto via ele ir para dentro de sua barraca, notei que tinha um alvoroço estabelecimento ao lado.

Fiquei um pouco curioso com a movimentação, mas não era o suficiente uma multidão barulhenta atrair totalmente minha atenção.

A barracada do Ton Rada não estava com muitos clientes, havia eu e mais dois casais e nós estávamos bem longe um do outro.

Foi logo quando eu vi algo metálico e brilhante por cima do aglomerado.

- Não custa nada ir dar uma olhada e o meu pedido vai demorar um pouco.

Dei uma chance ao levantar de minha mesa e ir até a agitação.

Quando cheguei, saquei o que tava rolando, tinha um cara com uma lança fazendo peripécias para o público.

E a cada número que ele fazia, as pessoas aplaudiam e jogavam algumas gorjetas para uma caixa que parecia ter o tamanho exato da lança.

Ele balançava aquela lança para lá e para cá, girando e jogando, era realmente um circo de rua para o artista.

Ele tinha um cabelo liso e castanho com alguns cachos que ficavam no seu rosto, acompanhado de um chapéu mexicano todo colorido em cores vermelho, amarelo e bege. Suas roupas eram uma pequena jaqueta bege que mal cobria sua camisa regata laranja que tinha círculos estampados em preto. Ele usava bermudas de pano bege e sapatênis laranja. Ele também tinha uma tatuagem em um círculo preto abaixo do olho esquerdo.

Até que chegou o momento em que o artista cessou seus movimentos e disse:

- Sinto muito senhores, meu tempo já está de esgotando, mas esse próximo truque vai ser o último espetáculo para minha deixa.

O público se entristeceu ao ouvir a mensagem, mas também a empolgação aumentou com o comunicado.

- E para a nova apresentação, eu vou chamar um de vocês.

Eu estava na primeira fila e estava torcendo para não ser eu.

Mas por uma obra do destino, eu fui o escolhido pelo dedo indicador do artista.

- Haha! - Ria ele. - Parece que você tirou a sorte grande.

Não tive escolha a não ser aceitar esse azar repentino, nem quero pensar em ver os olhos de reprovação do público empolgado caindo sobre mim.

Me posicionei ao lado dele com o mesmo dando uma explicação sobre o que vai acontecer:

- Então pessoal, será assim que vai funcionar o próximo número... Eu vou perfurar este homem com minha lança, porém, ela não vai chegar a entrar na barriga dele.

A plateia olha com dúvida e um pouco de tensão depois do absurdo dito pelo homem.

- Qual o seu nome, senhor? - Perguntou o mágico para mim em um tom baixo.

- Meu nome... É Jordom. - Disse com convicção.

Voltei meus olhos para o público por um curto instante e percebi que o dono do Ton Rada estava entre a plateia, pensava fortemente que ele não deveria estar ali, mas sim preparando meu prato.

- Ah, aquele velho maldito. - Sussurrei para mim mesmo.

- Vamos começar! - O apresentador chama a atenção do público.

J-Jicken Part 1: Role And BonesOnde histórias criam vida. Descubra agora