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Já era a noite quando subi no meu telhado e deitei sobre as telhas pra olhar as estrelas, ali sentia que era o único lugar onde ninguém me via, ninguém me pertubar, me lembro até hoje que foi procurando meu irmão que encontrei esse lugar

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Já era a noite quando subi no meu telhado e deitei sobre as telhas pra olhar as estrelas, ali sentia que era o único lugar onde ninguém me via, ninguém me pertubar, me lembro até hoje que foi procurando meu irmão que encontrei esse lugar.

Flashback :

-GAEL? Gael? Aonde você está ? Eu não falei por mau, me perdoa. - solucei - Não vai embora por favor, só tenho você. - continuei procurar ele em toda parte.

Eu e o Gael brigávamos direto quando criança, ele por ser um adolescente imaturo e eu por ser uma criança que tinha carência afetiva, sempre queria ele por perto e ele me queria por longe, mas não importava a hora se eu gritasse ele sempre vinha me socorrer. Ele dizia sempre antes de me dá boa noite que eu era a cópia da mamãe, me pergunto como ela era, se eu sou mesmo igual a ela, já que não tem fotos dela, apenas imagino.

Hoje mais cedo houve uma palestra sobre o dia dos pais na escola, ele não foi, então fiquei sozinha numa sala vendo todos meus colegas de classe se abraçarem com seus pais enquanto eu só olhava, até aí tudo bem, mas um dos meus colegas chegou em mim puxando sua mãe e olhando nos meus olhos disse:

- Você quer um abraço da minha mãe? Eu posso emprestar ela, já que você não tem uma. - Sabia que aquilo não tinha sido por mau, mas olhando o desconforto da mãe dele me senti humilhada, " por que eu não tinha uma mãe ?" " Por que ela me deixou?" Perguntas e mais perguntas me faziam querer chorar, sai dali correndo e me escondi embaixo de uma mesa tampando meus ouvidos pra não ouvir mais música, pais e filhos nem nada.

Se ao menos Gael estivesse aqui...

Então quando tudo aquilo acabou, indo pra casa encontrei ele de conversa com uma menina, mesmo de olhos inchados, cabelo bagunçado fui lá nele, não podia acreditar que ele não tinha ido por uma menina qualquer, eu era a família dele, eu deveria ter sido prioridade pra ele, mais aquilo, era ... Doloroso, puxando sua blusa pra ele me notar, disse :

- Gael...? Por que não foi pra minha apresentação? Eu te esperei no portão da escola até cansar, tava ansiosa pra entregar isso.. - estendo um cartãozinho com desenhos meu e dele e uma cartinha.

- Yully, agora não, depois conversamos. - Se virou e voltou a conversa com a menina, que nem me olhou, frustada entro no meio deles dois.

- Gael! Me escuta, vamos pra casa vai? Hoje é.. dia dos pais, passa comigo, vamos vê um filme, brincar de pique-pega no campo ou plantar uma flor no jardim. - Cruzo os braços, irritado ele me empurra pro lado.

- Yully já te disse pra não me atrapalhar! Depois conversamos. - Meus olhos enchem de lágrimas, me viro pra menina que tá com ele, que novamente nem me encara, vejo que suas roupas eram bem curtas e tinha um cheiro horrível de cigarro, voltando a olhar pra ele puxo sua blusa de novo.

- Gael, eu só quero passar o dia com você, olha minha cartinha, olha, eu fiz pra você, com muito carinho e... - A menina pega então da minha mão a cartinha, rindo e se vira pro meu irmão.

- Fala sério GaGa, que coisa mais brega, manda logo seu patinho feio de volta pra casa pra gente voltar a fazer aquilo - piscando pra ele amassa minha cartinha e enfia no bolso.

- NÃO, DEVOLVE! GAEL ELA PEGOU SUA CARTINHA, DEVOLVE SUA BRUXA, DEVOLVE AGORA. - Começo a puxar ela chorando, mas meu irmão me segura pelo braço e me arrasta até a esquina.

- Yully, pra casa agora! Já disse que não vou te ouvir, também não vou pra casa, não sou nossos pais pra comemorar esse dia de merda com você, agora vá. - Meu coraçãozinho tava todo dolorido, desse ângulo pude vê seus olhos vermelhos e sentir seu cheiro, o mesmo cheiro dela.

- Tem razão, você não é e nunca vai ser nossos pais, seu babacão, um dia vou embora e você vai ficar sozinho! - Grito na sua cara e saio correndo pra casa.

Quando entro em casa vou direto pra cama e enfio minha cara no colchão e choro sem parar. "Babaca, babaca,babaca, aquela menina nem era bonita, nem legal, ela não merece ele, mas ele me trocou por ela, eu não sou legal o suficiente pra ficar com ele então?", Por fim de tanto chorar acabo adormecendo.

O barulho da porta batendo e seus passos na casa me fazem acordar, emburrada decido que não vou até ele, ele não merece me destratou! A gente só tem um ao outro por que ele fez aquilo? Isso nunca tinha acontecido e o cheiro que saia dele era insuportável, não sei como ele aguentou já que é todo cheio de frescura sobre ser cheiroso sempre levando perfume, pasta de dente e desodorante na mochila sempre que vai sair. Então respirando fundo me levanto e vou caçar ele pela casa, não escutei a porta fechando de novo então ele ainda está aqui né? Verifico seu quarto, a sala, a cozinha e nada dele, me lembro então que sempre que brigamos ele se esconde até eu pedir desculpas.

- Gael? Gael? Desculpa eu não devia ter atrapalhado você.. - Falo baixinho, ainda o procurando. - Só queria passar o dia com você, isso não tem problema né ? Afinal... Você é como papai e mamãe pra mim.. -  Sem respostas, começo a ficar nervosa, já era pra ter me respondido, saído do lugar que se escondeu e me abraçado.

- Gael? Pode sair daí né ? Eu pedi desculpas - Nada, silêncio total, vou então até o jardim e olho as ruas e em volta da casa. - Gael? Gael? Não tem graça, não pode se esconder assim de mim, desculpa - comecei a chorar.

Então como se fosse um gatinho escuto um choro abafado vindo de cima da minha cabeça, onde só havia o telhado, dando a volta na casa acho a escada que papai usava pra mexer na antena da televisão, subindo devagarinho e olhando só pra uma brechinha vejo então ele.

Uma das suas mãos estava tampando a boca, enquanto a outra segurava minha cartinha, seu choro era baixinho e seu corpo tremia, a carta que estava bonitinha agora se encontrava toda amassada e uma parte dela parecia ter sido queimada, mas ainda sim ele a segurava como se tudo dependesse disso. Não sabendo o que fazer já que ele nunca gostava que eu via ele chorar, desço e vou pra cozinha fazer brigadeiro e pipoca, isso vai fazer ele melhorar, sei que vai.

Me lembrando disso, choro como uma criancinha novamente, eu amava meu irmão, não importava como fosse nossa relação, eu o amava ele era tudo pra mim, ele sempre fez de tudo pra colocar comida na mesa pra gente comer, sempre me levava a escola e contava histórias de coisas que nossos pais faziam. Admirando as estrelas de olhos embaçados desejei que ele estivesse no paraíso, me olhando e me chamando de bobinha por tá chorando tanto.

[...]

A comida do Aszel estava com um gosto gostoso, se estava envenenada eu não sei, mas eu estava com fome e não podia deixar de me cuidar mesmo que estivesse de luto, minha saúde e sanidade ainda dependia de mim, agora apenas de mim, tinha que arrumar um emprego e terminar a escola, as contas não seriam pagas sozinhas, pegando a caderneta de dividas começo a contar o que precisava comprar pro mês e o que podia esperar mais, graças ao Gael a gente sempre guardava dinheiro pra emergências, eu poderia viver com o que tinha até achar um emprego e receber meu salário se fosse esperta.

Lavando a louça, escuto um barulho na janela da sala como se fosse umas batidas, resolvi ignorar afinal, não tava esperando vistas e nem queria uma hora dessa da noite, ainda mais se fosse aqueles dois, pensando melhor acho que eles não bateriam na janela, do jeito que são faziam era estar aqui dentro já, então secando as mãos vou vê quem é.

Lavando a louça, escuto um barulho na janela da sala como se fosse umas batidas, resolvi ignorar afinal, não tava esperando vistas e nem queria uma hora dessa da noite, ainda mais se fosse aqueles dois, pensando melhor acho que eles não bateriam n...

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MEU AZARADO DESTINO! FINALIZADO!!!Onde histórias criam vida. Descubra agora