Boa leitura
— Maya!, o que te trás aqui tão cedo?. — Apoiou a mão sobre a mesa.
— O que você acha que está fazendo?, primeiro, você o deixa com fome, sem forças para sequer falar direito, o tortura, e agora coloca correntes de ferro sobre suas queimaduras?. — Maya bate na mesa.
— Ele não está em um spar, Maya, ele está em um lugar especial para pessoas como ele, se ele não cooperar, vai sofrer as consequências.
— Mas Ramon o corpo humano tem seus limites e você os conhece, desse jeito irá matar o garoto.
— O "garoto" tem vinte e sete anos e é um psicopata, como uma psiquiatra pensei que entenderia com o que estamos trabalhando.
— Eu sei exatamente com o que estamos lidando. Mas eu acredito que testar a resistência física não seja a resposta que está esperando.
Maya saiu da sala furiosa, voltando para o quarto, vendo Jeff a encarando novamente, sem entender o que teria acontecido, mas era possível notar o quanto estava avermelhada e ofegante.
— O que... aconteceu?. — Jeff pronúncia, com dificuldade.
— Não se preocupe, não foi nada, está de parabéns, novamente.
Maya tentou continuar o tratamento, mesmo com sua mente em chamas. Estava chateada, não aprova o tratamento de Ramon. Passou a imaginar então, o tratamento que o resto receberia, Jeff infelizmente era um ser importante, ele precisava confessar tudo o que tinha feito, como fez, quando começou. E tudo isso foi colocado nas mãos do famoso cientista, que sabia exatamente o que iria fazer.
Mas, contudo, ninguém imaginaria que o próprio herói, no futuro, tornaria-se uma pessoa totalmente incompreensível, torturando e aprisionando seres em seu manicômio especial. Mas quem desconfiaria dele?, um ser que jamais teria passado sua imagem insana, ou sequer, tenha dado qualquer resquício de que essa personalidade existisse.
Maya volta para casa, chateada, pensativa. Olha para o desenho que Jeff teria depositado em seu jaleco, mesmo que ele fosse orgulhoso e resistisse às torturas de Ramon, ele pediu ajuda à Maya, ele confiou nela, e isso a fez acreditar que teria que ter um vínculo com ele, ela iria cuidar dele melhor.
Buscou sua bolsa de couro, a que sempre leva para seu trabalho, e nela, colocou alguns materiais, materiais que ajudariam com os machucados, a aparência mórbida, as feridas sem cuidado. Ela sabia dos riscos, mas não queria deixar seu paciente na mão, e claramente não deixou.
No dia seguinte ela não tinha preparado nenhum material, apenas pensou em treinar mais sua fala, e fazer o principal, cuidar de sua saúde física. Foi ao local apreensiva, mesmo sendo uma boa psiquiatra, ela tinha brigado com seu chefe e sabia muito bem que poderia render consequências, e isso afetaria sua carreira.
Porém, Ramon não fez nada, deixou passar. E a mesma pôde finalmente respirar aliviada no local, podendo ir ao quarto de Jeff sem nenhum incômodo. Nota mais machucados, além de seu cabelo bagunçado. Mesmo que seja um assassino, aquilo partia o coração puro da mesma, ela não conseguia sentir raiva do mesmo, ela tinha o grande sentimento de piedade, mesmo que isso não lhe fosse dado.
Sorrateiramente a mesma chega perto de Jeff, e retira de sua bolsa os materiais que tinha guardado. Jeff a encara, não acreditava no que estava vendo, ele não merecia nada daquilo, mas não arrepende-se do que fez. Maya cuidadosamente molha as bandagens e as coloca sobre as queimaduras, fazendo curativos molhados, o que seria ideal para queimaduras. Com remédios, cuida dos machucados quase infeccionados.
Jeff já sentia-se sufocado, nunca teria tido tantos cuidados, nem seus pais teriam feito tanta coisa, e ele não sabia como agir, Maya estava exposta demais a seu perigo. A mesma pega em sua bolsa uma escova, e cuidadosamente, penteia seus fios negros. Aquilo foi demais para o mesmo.
O teto começa a dar os sinais de desabamento, o momento que Jeff tanto esperou estava para acontecer, e Maya estava tão distraída que nem notaria o que estava por vir. Mas, algo aconteceu com Jeff, ele, pela primeira vez não quis que alguém se machucasse. Mas ele não falaria nada, não se incriminaria, apenas pensaria no que fazer, imediatamente.
O teto era frágil, ainda mais da forma que foi arrumado. Desabaria em questão de minutos, Jeff estava apreensivo, não sabia sequer mudar de expressão. E finalmente a estrutura se desprendeu dos ligamentos, indo de encontro ao chão, mas, também, na direção da moça, como planejado, já que estava frágil justamente onde ela sempre ficava.
Mas, Jeff imediatamente a segura pelos braços, a fazendo rolar com o mesmo pelas correntes curtas que o prendiam, ele a olhava indignado, e ela, observa o teto caído, e o olha, tentando raciocinar, tentando saber o que estava acontecendo.
— Garota...o que pensa que está fazendo?, está se expondo demais...está perto demais... você não tem ideia do que posso fazer com você, não é?.
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The Experiment
FanfictionCONCLUÍDO Até onde um psicopata iria para conseguir aquilo que quer ? Até quando, ele torturaria as pessoas, e retiraria aquilo que lhe fosse útil, e depois jogasse fora? Como poderia agir, de tal forma, uma mente insana? FanficObsession