Boa leitura
Maya estremece, talvez perca seu emprego agora. Mas, respirou fundo, e saiu da sala, seguindo Ramon. Em silêncio, ele senta-se em sua cadeira, e Maya, em frente a sua mesa, apreensiva. Ele respira fundo, e a encara.
— O que faz, aqui, Maya? — Ele a encarava, com as mãos fechadas sobre a mesa.
— Vim ter certeza de que você não o maltrataria novamente. — Respondeu, lançando-lhe, um olhar frio.
— Ah é? Escute bem, não foi para isso que lhe contratei.
— Ramon, eu não me importo. Escolhi essa profissão por amar pessoas, até mesmo, aquelas que não sabem o que está acontecendo com elas, aquelas que nunca puderam escolher o que aconteceria com elas. Mas você Ramon, é um estudioso, como poderia se colocar no lugar deles?
Ramon respirou fundo, e soltou as mãos. — Tudo bem, é totalmente compreensível. Mas, sei que hoje viu algo de que não se agradou, e espero, que o que aconteça no trabalho, permaneça no trabalho, senhorita.
Ele lançou-lhe um olhar maligno, o que fez o coração da moça bater forte, e suas mãos tremerem um pouco. Até que, por um instante, teve uma ideia que poderia ajudar Jeff, e as outras pessoas do local.
— Tenho um pedido a lhe fazer.
— Estou ouvindo.
— Eu quero ser a única a cuidar de Jeff, além do senhor.
— Como é? — Sua expressão era de indignação.
— Calma, eu compreendo exatamente o motivo de estar assim, mas, ele confia em mim, Ramon, você não precisaria colocar outros funcionários para cuidar dele, principalmente os que o tratam como um monstro.
— Muitos funcionários aqui, perderam suas famílias por conta desse mesmo monstro.
— Ramon, eu sei exatamente o motivo de todos pensarem assim, mas creio que, muita coisa não foi de seu próprio controle.
— É possível que realmente possa ser uma das respostas que buscamos. Mas, tudo bem, eu posso permitir. Já que irá trabalhar aqui, irá ter que obedecer algumas regras.
— Estou ouvindo.
— Sem celular enquanto estiver com ele, as roupas, são o macacão branco padrão e os sapatos de borracha unissex, cabelo sempre preso, unhas pequenas, e o resto você já conhece.
— Sim, tudo bem, concordo com tudo isso.
Ela iria até onde pudesse, para achar as respostas para tudo isso, ela não permitiria mais nenhum mal a aqueles que não poderiam se defender. E ainda, sabia que tinha muita coisa que não estava sendo contada, alguns segredos que Ramon estava escondendo da mesma, e ela iria fazer o que fosse necessário para descobrir.
Saiu da sala de Ramon, acompanhada de um dos funcionários, que a levaram até uma espécie de vestiário. Lá, ela trocou suas roupas, e só então, volta para ver Jeff, com materiais melhores para cuidar de seus ferimentos. Ela adentra a sala, Jeff assusta-se imediatamente, ela estava fardada como funcionária, e ele acreditou que a moça seria demitida.
Ela foi até ele, com um sorriso natural no rosto, terminou de fazer os curativos, e sentou um pouco a frente do mesmo, com o intuito de puxar algum assunto.
— Vou cuidar de você agora, ele não vai mais machucar você.
— Você...você realmente, sabe quem eu sou? — Estava realmente indignado com tanta bondade, ele não merecia nada daquilo.
— Jeffrey Woods, 27 anos, serial killer, responsável por dizimar aproximadamente quinhentas pessoas, bom, essa é a contagem das que foram encontradas.
— Então...por quê ainda me ajuda?
— Eu já falei o motivo para você. — Piscou.
Maya tinha em sua cintura, um tipo de alarme, ele avisava os momentos em que ela tinha que medicar, dar banho, levar para fazer necessidades, comer, tudo tinha um toque certo, e ela teria que seguir tudo isso, sem errar nada.
Ela fez companhia ao mesmo, até ter que sair para buscar a medicação, que era feito por meio venoso, e ela não tinha muito jeito para isso, então pediu para alguns funcionários a ensinarem, o que se repetiu algumas vezes, mas no final, ela pegou o jeito.
Ela daria o jeito dela para fazer tudo ali, ela queria entender o porquê de tantos pacientes morrerem ali, ela percebia que toda semana, quando voltava, os pacientes nunca eram os mesmos, eram raros os casos em que eles permaneciam por mais tempo. Ela saberia de tudo, de dentro do covil.
Chegou o momento da janta, a moça foi até uma espécie de cozinha, era o único lugar com janelas, em que se podia sentir o ar puro, mas, para chegar lá tinha muita fiscalização, eles realmente não dariam nenhum tipo de chance de escapatória, mesmo as janelas, que possuíam grades, por onde passam eletricidade.
Volta com a bandeja até o quarto do rapaz, e o alimenta, já que estava um pouco fraco, mas, provavelmente, já estava bem o suficiente para ficar de pé. A comida parecia agradável, era uma espécie de sopa de legumes, e um copo térmico com água, "pelo menos, é algo humano" pensou Maya.
Horas mais tarde, após Maya voltar de sua refeição junto dos funcionários, que a encaravam estranho já que a mesma escolheu cuidar de um assassino sozinha. Maya adentra o quarto do rapaz, era hora de um banho, ela ainda não sabia como funcionava, mas nenhum funcionário quis ajudar a mesma, então, eles seguraram Jeff e o levaram para uma sala branca, com um chuveiro e um vaso sanitário, e trancaram o lugar.
— Eu… vou virar de costas, não vou olhar. — Maya, fecha os olhos, um pouco envergonhada.
— Eu estou acorrentado, detesto falar isso... porém, não posso fazer isso sozinho.
Maya se vê em uma situação um pouco delicada, mas, não via outra maneira, ela evitava olhar para qualquer parte do rapaz, ela de certa forma, também tinha medo de que algo ocorresse.
Jeff observa que a mesma sentia curiosidade de olhá-lo, e ele não tinha nenhum problema com isso. Ele parou por um segundo, e tentou por uma de suas mãos no rosto da mesma.
— Pode olhar.
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The Experiment
FanfictionCONCLUÍDO Até onde um psicopata iria para conseguir aquilo que quer ? Até quando, ele torturaria as pessoas, e retiraria aquilo que lhe fosse útil, e depois jogasse fora? Como poderia agir, de tal forma, uma mente insana? FanficObsession