Grite

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Boa leitura

Por um instante, Maya perdeu-se naqueles olhos azuis, e permitiu que o calor do momento a fizesse a ceder a uma loucura. Jeffrey tomou os lábios da moça, vorazmente, demonstrando que essa vontade estava ali guardada por bastante tempo.

Suas mãos se entrelaçam, e ao mesmo tempo, passeiam pelo corpo um do outro, fazendo o beijo ser ainda mais quente. Jeff sequer pede passagem, em poucos segundos suas línguas estavam juntas de uma só vez. Jeffrey às vezes, até segura os cabelos da moça com certa força, o que pelo visto, não a incomodou.

Porém, os dois param com a falta de ar, e Jeff fica de pé imediatamente, e Maya, percebe o que acabou de acontecer, e o peso que isso pode ter, e levanta, cobrindo os seios marcados pela roupa molhada.

Nada mais é dito, e o banho é finalizado. Maya comeu e tomou um banho, como se nada tivesse ocorrido, e fingiu dormir, até os outros funcionários dormirem, para que ela pudesse pôr seu plano em ação. Como ela estava trabalhando por lá, ela já sabia exatamente como chegar na sala de experimentos de Ramon, sem ser vista por exatamente nada.

Ela revira os formulários, e vê quantas pessoas inocentes foram arrancadas de suas casas para participar do seu experimento. Qualquer pessoa, com uma peculiaridade seria usada, mesmo que, uma simples criança que tira boas notas em matérias difíceis. Lágrimas caem do rosto da mesma, ao ver quantas foram descartadas, com um selo em suas fichas, dizendo "buraco".

Ela ficou pensando, o que seria esse buraco? Ouviu vozes no corredor, e escondeu-se, mas, passaram direto pela porta. Enquanto estava escondida, Maya viu que tinha uma porta ali atrás, e resolveu verificar. Mas, estava trancada, e apenas o crachá de um supervisor abriria a porta. Porém, com sorte, ela viu um crachá aleatório entre os papéis, e o utilizou.

A porta abriu-se, a mesma com toda certeza, desconfiou de toda essa facilidade, mas, pensando melhor, alguém chegar até aquela sala sem ser pego, é muito difícil. Maya pode ver o incomparável "buraco". Um grande buraco no chão, em formato circular, ele parecia ter uma profundidade comparada a altura de um prédio de cinco andares.

Maya fica horrorizada ao ver que além de ter esse buraco imenso, haviam corpos ali. Corpos das pessoas que foram descartadas de um experimento doentio. Crianças, adultos, idosos, ninguém escapou das garras de Ramon. Maya levou suas mãos até a boca, e sabia que precisava fazer algo em relação a isso.

Saiu da sala, colocando todos os papéis em seu devido lugar, sem deixar suspeitas. Maya ficaria em silêncio, mas, na primeira folga, levaria todo o seu conhecimento até os jornais, noticiários, ela fecharia aquele lugar doentio, e com toda certeza, acabaria com a carreira gloriosa de Ramon.

Resolve voltar para o quarto, mas, escuta um gemido, e resolve segui-lo até o local, o gemido parecia ser de dor, e ficava mais alto a medida em que a mesma chegava perto. Através de uma janela, Maya conseguiu ver o que estava acontecendo. Ramon estava fazendo suas travessuras mais uma vez.

Jeff estava nu sobre uma mesa estéril, afivelado, e recebendo algum tipo de substância através de agulhas, ele estava contendo muito suas dores. Maya observa que Ramon mostrava algum papel a ele, e tenta aproximar-se mais para saber o que estavam falando.

— Vai se foder.

— Ou você me conta sobre seu romance, ou, eu mato os dois, você escolhe.

Ramon mostrava um desenho, e Maya viu que era o desenho que Jeff não tinha deixado a mesma ver. Jeffrey tinha desenhado a moça, e mostrou um talento, até agora, desconhecido. Ela sentiu-se tocada com aquilo, mas, o que poderia fazer?

— Se não vai falar, vou ser um pouco mais sútil.

Ele arranca uma das unhas de Jeff, fazendo o mesmo gritar, e Maya, automaticamente, correr até o local, Ramon arregalou os olhos ao ver aquela invasão, não imaginaria tamanha audácia vindo da mesma, por isso, apertou um dos botões da segurança que tinha no bolso.

— Saia de perto dele.

Ramon gargalha alto.

— Isso está pior do que eu pensava, doutora Maya. E pensar que teria um romance com seu paciente? Está querendo perder todos os seus anos de estudo?

— E você, quer perder seu precioso laboratório? Eu sei de tudo, tudo o que você faz aqui, eu nunca pensei que conheceria um ser que me desse nojo, mas, você… era você que devia estar nessa mesa…

Jeff gargalhou, "o circo está pegando fogo" pensou.

— Você acha mesmo que vai conseguir contar a alguém?

Imediatamente, um grupo de homens a segura fortemente pelos braços, incapacitando a mesma de mover-se. Ela tenha lutar para sair, mas, eles eram fortes demais para a moça.

— Você vai morrer aqui, Maya.

— Me solta seu monstro!

— Levem ela para a sala especial, e cuidem para que fique bem amarrada, tenho umas coisas interessantes para fazer com ela.

Maya gritava, esperneava, mas, infelizmente era aquilo, ela não podia fazer nada, somente, seguir em silêncio e esperar pela melhor chance de fugir. Eles a colocaram em uma camisa de força, e a amarraram em uma cadeira. Maya chora, nunca pensou que tudo aquilo acabaria dessa forma.

Ramon em poucos minutos adentra a sala, com uma maleta de ferro, Maya nunca olhou para alguém com tanto ódio, ela sequer tinha isso em seu coração, mas, Ramon era totalmente digno disso.

— Primeiro, vamos saber sua compatibilidade para meu glorioso experimento.

Ele pega uma seringa, e retira sangue da mesma. Maya cospe no rosto de Ramon, e o mesmo dá-lhe um tapa no rosto.

— Feito isso, iremos começar a diversão.

— Fique longe de mim.

— Calma, agora, vamos te dar um novo visual, não gosto do seu cabelo desse tamanho.

— Não toque no meu cabelo!

Ramon começa a cortar o cabelo da mesma, que chora, nunca fez nada para merecer isso. Seus cabelos sempre foram grandes e sedosos, e Ramon estava cortando da forma como achava melhor.

— Bom, agora que seu cabelo está do jeito que eu gosto, vamos cuidar dessas unhas querida.

Ele vai até a parte de trás da camisa, onde estavam as mãos, e começa a arrancar as unhas da mesma, que gritava de dor incessantemente, um grito horrendo, agoniante. A mesma não suportou a dor por muito tempo, e desmaiou.

— Ramon! Meu querido amigo!

Ramon toma um grande susto, reconhecia aquela voz, e vira, vendo a figura de Jeff encostado na parede da sala, vestido e sujo de sangue, com um bisturi na mão.

— Mas...como você saiu sua aberração?!

— É Ramon, você sequer sabe o que sou. Mas, agora vamos falar de coisas mais interessantes! Como por exemplo, as mil maneiras que criei em minha mente, de como matar e torturar você.

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