Louis tentou me acalmar de todas as formas, mas era como se nada funcionasse, a sensação de não ter controle sobre o seu corpo e suas emoções era sufocante.
— Harry - ele segurou minhas bochechas com delicadeza e fez com que eu o olhasse — Você está seguro, eu tô aqui, lembra? Tenta respirar comigo.
Era como se um peso tivesse sido retirado de mim. Saber que eu não estava sozinho me permitiu respirar novamente... Talvez eu precisasse disso, alguém ao meu lado para me ajudar a melhorar, mas eu não podia jogar o peso da minha dor sobre outra pessoa, não funciona assim.
Ele tocou minhas mãos e fez um carinho nelas em uma tentativa de fazê-las pararem de tremer, não ajudou muito, mas ele estava tentando.
De repente, batidas fortes na porta da confeitaria fizeram com que eu me assustasse. Louis segurou minhas mãos com mais força.
— Harry Styles, onde ele está? - um homem diz para Lotte no momento em que ela abre a porta.
Ele não esperou ela dar passagem, saiu entrando no local e veio até mim. Parecia ser um pouco velho, vestia um terno e usava um óculos de sol preto.
— Me chamo Oliver, sou um segurança que seu pai contratou para te buscar. Você está em encrenca - sinto as mãos dele agarrarem meu antebraço para que eu levantasse e eu solto um grito de dor.
Louis levanta.
— Eu vou junto.
— Não! Obrigado por me ajudar, mas não precisa vir junto comigo, vou ficar bem - era mentira, sabia que não iria ficar bem.
— Larga o braço dele, tenho certeza que ele consegue te acompanhar até o carro sem que você use violência - Louis diz para o segurança e ele larga o meu braço, agradeço mentalmente por isso.
Me despeço de todos e saio da confeitaria com o Oliver. Não vou mentir, estava com medo de ir para casa.
***
Meu pai me esperava na porta.
— Como foi sua noite, Harry? - ele me pergunta assim que estamos próximos um do outro.
— Intensa - respondo com a cabeça baixa.
— Eu fiquei sabendo que você se meteu em uma briga. Isso é verdade?
— Os meninos da faculdade me encontraram no meio da rua, eles estavam bêbados, saíram do carro e ameaçaram me socar. Eu não me meti em briga nenhuma, fui atacado e você não vai aceitar isso, então não tem motivo para perdemos nosso tempo com essa conversa - esbarro nele para ter como entrar em casa e escuto a porta ser fechada.
— Isso tudo é coisa da sua cabeça, Alex veio aqui e disse que você o ameaçou. Agora me diz, por que você exagera tanto? Por que você sempre ter que ser a vítima da história, Harry?! - ele se aproximava de mim — Olha para a vida que eu te dei, você não tem motivos para estar assim, muito menos para fingir ser depressivo. Sugiro que você pare de frescura, todo mundo tem problemas, você não é especial.
Meu pai tinha razão. Diversas pessoas tem problemas e os meus não me tornam especial.
— Se eu soubesse que teria um filho como você, pediria para que sua mãe tivesse abortado.
Subo para o meu quarto e tranco minha porta. Desejava sumir, queria adiantar os nove meses.
ALERTA DE GATILHO: automutilação.
Por favor não leia se for sensível a esse tema. Deixarei sinalizado quando o gatilho terminar.Não sabia muito bem o que eu estava fazendo, era como se meu corpo tivesse vida própria, não conseguia controlar nenhum músculo.
Já não tinha noção dos meus atos, pego uma lâmina e pareço lutar comigo mesmo para não fazer nenhum corte, infelizmente eu pareço sempre perder a batalha.
Faço alguns cortes em meu braço, já não tinha tanto espaço como antes e a dor que sentia deixava de ser forte cada vez que eu me machucava. Estava me acostumando com aquilo e isso não me deixava tão preocupado, não sentiria dor quando partisse.
Fim do gatilho.
Sintam-se livres para voltar a ler.***
Consegui tomar um banho e lavar meu cabelo depois de tudo que aconteceu.
Não consegui jantar naquela noite, perdia o apetite toda vez que me machucava, talvez fosse uma outra forma de me punir. De qualquer forma, não sentia tanta fome como antes.
A madrugada passou de forma lenta, fiquei fumando a maior parte do tempo depois de me frustar tentando fazer alguns trabalhos da faculdade, tudo aquilo era muito difícil, não sei porque eu ainda tentava.
***
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La di die [larry stylinson]
Fanfic"Meu choro já não era silencioso ao final da carta. Minhas mãos tremiam muito mais enquanto eu guardava o papel em minha mochila e meus pensamentos estavam muito barulhentos, sentia como se todo o peso do mundo estivesse caindo sobre mim, eu não agu...