Eu não recebi uma ligação, no fundo eu não esperava receber uma ligação mas eu mentiria se não dissesse que meu ego foi gravemente ferido quando eu apaguei as luzes do café e a única coisa que havia em meu celular eram mensagens de Bokuto e Kuroo, não havia porque continuar tentando, certo? Errado! Não tinha nada que eu gostava mais do que um desafio, e agora amolecer o coração de Iwaizume era minha missão de vida, não morreria antes de conseguir tal feito.
Então ainda sendo afastado, mesmo com a única informação dele sendo seu nome e o horário em que ele tomava seu café, mesmo sendo afastado com quase todas as sua forças eu ainda queria saber mais daquele cara que era um estranho para mim, mesmo sem saber o que me aguardava do outro lado dessa história eu ainda tentava com quase todas as minhas forças, e mesmo assim sentia que era mais e mais afastado, sentia um penhasco se abrir entre nós... Cogitei a ideia de estar sendo muito chato, mas bem, eu sempre fui chato, então nada estaria diferente.
Talvez o desejo incessável de se aproximar fosse porque fazer amizades sempre fora fácil para mim, foi fácil com Kuroo e Bokuto, foi fácil com as pessoas no colegial, então aparecera ele. Talvez eu só estivesse incomodado tendo apenas dois amigos reais em minha vida, talvez eu quisesse sair da minha zona de conforto, e bem no momento em que tudo isso se passava pela minha cabeça, Iwaizume apareceu. Certamente era um tanto idiota, mas seria difícil tirar aquilo da cabeça após ter colocado. Falando desse modo eu pareço um tanto ingrato, mas a realidade é que eu amo Kuroo e Bokuto, mas eles tem seus outros amigos, então tem momentos em que eu fico sozinho, se eu pudesse me aproximar, se Iwaizume me deixasse se aproximar...
Não era uma tarefa fácil, desde o momento em que eu o vi eu sabia que não seria, mas eu não desistiria, não até estar marcando de beber com ele como se fossemos amigos a anos, e mesmo não confiando tanto em meu potencial, eu também pensava que conseguiria. Então, foi vestindo essa falsa coragem que eu apareci no café em meu dia de folga, apenas com uma roupa que eu considerava ser legal e poucas palavras. De verdade não tinha idéia de o que falar, não éramos crianças onde tudo era mais fácil como chegar com: "Olá, você quer seu meu amigo?". Foi então que ele apareceu, com o mesmo rosto de sempre, eu mudava todo dia, mas ele sempre pareceu ser o mesmo , com a mesma cara cansada e olheiras, sempre o mesmo. Engoli em seco começando a andar até ele, se desse tudo errado pelo menos seria uma história para contar.
— Oi, você é o estressadinho, não é? – Péssima chegada Oikawa, pensei apenas após já ter falado, péssima primeira impressão.
— Não sei, eu sou? – Ele perguntou virando o rosto para mim, sua voz baixa e rouca só o fazia o ter um ar de superioridade – Ei, você é o caixa, tá meio atrasado hoje, não é? – Ah então ele sabia quem eu era!
— Sim, eu sou, mas eu não to atrasado, hoje é meu dia de folga! – Me expliquei o seguindo até o balcão de retirada, ao lado do caixa – Enfim, isso vai soar estranho, mas eu me lembrei que você normalmente passava aqui nesse horário sozinho e queria saber se você não quer fazer algo... – Talvez tenha soado bem mais estranho em voz alta do que estava em minha cabeça.
Ele ficou alguns segundos em um silêncio constrangedor, o que me fez querer enfiar minha cabeça em um buraco e não tirar ela de lá nunca mais, mudar de emprego para não poder encará-lo nunca mais.
— Você tem razão... Soou estranho! Mas como a intenção, provavelmente, foi boa eu vou ignorar... E negar seu convite, eu tenho compromisso. – Ele terminou de adoçar o próprio café e andou para fora, comigo o seguindo.
Eu não o segui, apenas o vi se afastar, mentiria se eu não dissesse que talvez eu quisesse que nossa história tivesse acabado ali, comigo chateado por não quebrar a barreira com Iwaizume. Tudo ficou bem mais complicado a partir daquele ponto, e por mais que depois de um tempo eu vá descobrir o quão legal ele é, eu gostaria de nunca ter conhecido Iwaizume Hajime...
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Be mine today, my sun
FanfictionEle era o homem mais bonito que Oikawa já tinha visto, aquele que sempre pedia o mesmo café em todas as vezes que ia pra lá. Não sabia que o toque frio de sua mão e o abraço quente se tornariam a coisa mais importante para Tooru.