Capítulo único

85 7 13
                                    

  Desde muito tempo, a família Malfoy possuía hábitos bastante incomuns. A comida tinha que ser testada por algum provador antes que pudessem comer, não obtinham vizinhos e a quantidade de amigos era escassa. Mas, sem dúvidas, os hábitos mais incomuns se manifestavam fora do lar.

Para começar, procuravam não frequentar locais públicos no fim de semana. Também sempre eram acompanhados por elfos-domésticos, não importa onde. E era proibido usar ou fazer algo extravagante. Mantenha a discrição era uma frase bastante falada nos Malfoys.

O primogênito do casal Astória e Draco Malfoy, Draco Albert Malfoy – apelidado carinhosamente de Dray – nunca viu problemas nisso porque a maioria dos integrantes do ciclo social de seus pais viviam assim. Contudo, com o passar do tempo, acabou percebendo que nem todos viviam assim.

Em uma certa manhã de sábado, Dray e seu irmã adotivo, Dimitrio Nott, brincavam de boneco na brinquedoteca. Ambos estavam prestes a realizar cinco anos, eram brancos e tinham um cabelo castanho liso. Só que a do Malfoy era mais claro e tinha olhos verdes. Já seu irmão possuía olhos castanho-escuros. Lembrava vagamente um par de botões.

Por alguma razão desconhecida, a mãe das crianças insistia que usassem vestes idênticas, como se fossem gêmeos.

Estava na época de inverno. O terreno da casa de inverno que se instalaram se encontrava repleta de neve. Draco estava tão tomado pela exaustão por conta do seu último plantão na St. Mungus que acabou cochilando no sofá.

O cansaço era tanto que nem se deu conta que os meninos usavam seu corpo como plano para brincar. Uma bruxa de cabelo castanho ondulado, que batia acima dos seios adentrou no local. Usava um vestido verde sem mangas e sapatilhas. Sua barriga estava um pouco grande por estar grávida.

- Meninos! O que eu disse sobre brincar no papai enquanto ele está dormindo?

- Eu não estou dormindo. – Disse seu marido se sentando, derrubando alguns brinquedos no chão – Só fiquei de olhos fechados.

- Que livro é esse, titia? – Perguntou Dimitrio

- Este aqui? – Mostrou o livro que segurava – Ganhei de um aluno meu em Hogwarts. Darei uma lidinha mais tarde.

- Posso ver que livro é esse, rainha? – Pediu seu esposo

- Claro.

A morena entregou e o curandeiro a analisou.

- Interessante esse livro.

- É, não é? Eu já comecei e é ótimo. Mal posso esperar para ler os outros desta coleção. Pitelzinho, eu estava pensando em dá um cochilo. Cuide dos meninos, ok?

- Claro, Ast. Vem cá.

A mulher se aproximou e ele beijou duas vezes na barriga em lugares diferentes.

- Um beijo para cada bebê. – Se pôs de pé – E um beijo na mamãe.

Segurou o rosto da amada com as duas mãos e a osculou. Assim que a professora se retirou do local, o pequeno sorriso do homem se desfez.

- Eu estou muito encrencado! – Disse para si mesmo

- Por que, papai? – Perguntou Dray

- Porque o livro que comprei para a sua mãe é o mesmo que esse aluno dela deu. Eu preciso comprar outro presente depressa. Mas com o natal tão perto, vai ser impossível! Preciso ir ao Beco Diagonal agora!

O pai já estava rumando ao quarto de casacos quando se lembrou que devia cuidar dos filhos. Não poderia contar com os elfos-domésticos porque estavam de folga. Maldita seja Hermione Weasley, pensou aborrecido. Até pensou em deixa-los em casa, mas Dray era travesso demais. Certamente aprontaria uma sem a presença de um adulto.

Pai de honraOnde histórias criam vida. Descubra agora