Capítulo 5

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Já se passava das cinco quando os gêmeos chegaram na corte do sol; atravessaram um portal que dava acesso ao centro da cidade mais movimentada de Prynthian.

A avenida principal tinha sido reformada a vinte e seis anos atrás, a rua agora era decorada com palarelepipedos brancos, os postes de iluminação tinham um designer antigo e bonito, sua estrutura comprida era pintada de marrom escuro e o quadrado de vidro temperado acima dela era responsável por conter a chama de fogo acesa, para que assim fosse possível sua iluminação.

A ideia partiu de um romance antigo que Vassa leu com Lucien, era eficiente, objetivo e benéfico.

No decorrer dessas décadas lojas foram inauguradas, bares abriram suas portas e cafés perfumavam o centro aglomerado da Diurna.

Musica tocava na praça, bem embaixo da árvore mais antiga Prynthian, seu tronco era branco como a neve e suas folhas pintadas de um dourado intenso, parecido com ouro puro.

Ayla e Alexander foram criados naquelas ruas, no meio dos artistas, dos pintores, dos musicos e dos contadores de história. A corte dos sonhos era um bom lugar, mas nada se comparava com o que a corte Diurna havia se tornado. Não chegava aos pés do seu lar.

-Olá. – diz um feérico abordando os gêmeos na esquina do café Tazza.

Era magro, corcundo e um tanto velho,vestia uma capa preta com bordados prateados, mas parecia gasta e rasgada. Linhas expressivas tomavam conta de sua testa e boca, seus cabelos eram pintados por um castanho claro desgastado e tinha uma voz rouca demais.

Parecia doente, mas sorria para os gêmeos.

-Olá senhor.– Ayla diz educada.- Precisa de algo?

-Não criança, esse velho já tem tudo o que você poderia dar. – sua voz tinha um tom doce e calmo mas algo nos olhos prateados fez com que os sentidos de Alexander se aguça-sem.

-Está na Diurna de passagem? – perguntou o illyriano, ganhando a atenção do velho que sorria abertamente diante a pergunta.

-Apenas visitando.

-Talvez goste daqui, temos progredido bastante desde a última guerra, talvez encontre seu lugar.– Ayla conta orgulhosa dos feitos em sua cidade. – As portas da Diurna estão sempre abertas para aqueles que precisam de um recomeço.

-Acredite criança, estou onde deveria estar... Mas ainda não chegou o tempo de ficar, mas em breve... – algo relampiou seus olhos, fazendo os dois se alertarem. – em breve tomarei o meu lugar.

-O que quer dizer com..

-Pegue. – o mais velho sorria ao tirar de debaixo do pano uma rosa branca para Ayla, a rosa era perfumada, formosa e parecia cheia de vida.Mas por toda via, uma rosa cortada sempre será uma rosa morta. – Assim não se esquecerá de mim.

-Mas quem é você? – os dois perguntaram ao mesmo tempo, mas quando ergueram suas cabeças o velho desconhecido não estava mais lá.

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Os Vancerra ainda moravam em seu antigo apartamento.

No dia em que os gêmeos nasceram a torre onde moravam foi atacada, saqueada e roubada, assim como a avenida inteira, naquele ano eles perderam muito, mas no decorrer dos anos o tempo eles estão voltando a ser o que eram antes dos cinquenta anos vivendo sob o poder da rainha das trevas, Amarantha.

Desde a grande guerra a corte Diurna tenta se reerguer e vem conseguindo este feito.

A passos de bebês, sim, mas estão caminhando a evolução.

Corte da IrmandadeOnde histórias criam vida. Descubra agora