As gotas de chuva caiam sobre o guarda chuva enquanto a garota encaminhava para a ponte principal da cidade. Seus olhos vermelhos eram o único indício de que estava chorando enquanto andava.
Seu vestido preto se destacava entre o colorido da multidão, visto que acabará de sair do velório de sua mãe. Ninguém ao menos notava seu olhar desolado e caminhar fraco, afinal, quem tinha tempo para se preocupar com os outros quando sua vida estava corrida?
Assim que chegou ao seu destino, a garota subiu na barra da ponte e se sentou ali, admirando a vista noturna do local e sorrindo fraco.
ㅡ Eu deveria esperar pelo menos mais um ano? ㅡ E começou a rir desgostosa. Estava perto de cumprir o desejo que tinha desde os quatorze anos.
Quando tinha essa idade, sua mãe ficou doente, logo se descobriu que seu problema era câncer, no ano anterior ela tinha perdido seu pai e também repetido de ano, sentindo que começou a decepcionar sua família a partir desse momento. Sem saber como reagir a essa situação, ela se isolou da mãe e da avó, não queria se estressar e acabar descontando delas.
Sua mãe então conversou com ela e lhe disse a frase que ecoa em sua mente até hoje.
Se você não quiser crescer ou decepcionar alguém, infelizmente a única maneira de fazer isso parar seria morrer.
Ah se ela soubesse o quão disposta a morrer a garota estava. Quatorze anos, uma fase da vida em que os adolescentes pensam que tem a pior vida possível e que nada vai melhorar.
Fez então uma promessa a si mesma, iria morrer assim que sua mãe partisse, pois ela era a única coisa que ainda a prendia neste mundo.
E agora, quatorze anos depois, sua mãe se foi e ela se encontrava na ponte para ir ao seu encontro. Ou ao menos para fugir deste lugar sujo que chamam de Planeta Terra.
Largou a sombrinha e se equilibrou com cuidado na barra, respirou fundo ao limpar as lágrimas e se preparar mentalmente para seu fim.
Com uma última olhada para o céu, fechou os olhos e pôs o pé pra frente, se dando impulso para pular...
Até sentir seu corpo indo para trás, esperou bater a cabeça no chão, mas ao cair em algo macio ela se sentiu alarmada por perceber que alguém a impediu de ver sua mãe.
Se levantou rapidamente e deu um chute no homem que a impediu. Se segurando para não continuar a agredi-lo.
ㅡ PORQUE VOCÊ ME IMPEDIU? ㅡ Gritou com toda força que tinha em meus pulmões e viu o homem sorrir.
ㅡ Você realmente achou que fazer isso ia adiantar? Primeiro que nem ver a sua mãe você iria, só iria ir pro inferno.
ㅡ CALA A BOCA! VOCÊ NÃO ME CONHECE...
ㅡ Certo, pense assim se quiser Seeun. ㅡ Se levantou do chão e encarou o olhar surpreso dela.
ㅡ Meu nome... como você...?
ㅡ Isso é realmente importante agora? Olha pra você! Você acabou de tentar se matar ao sair do velório da sua mãe! Você pensou em como sua vó, a única da sua família que tá viva ia se sentir?
A respiração vacilante de Seeun fez o garoto perceber que ela havia pensado nisso e ignorado esse fato.
ㅡ Por isso você perguntou se seria melhor esperar mais um ano...
Ignorando a fala do homem que a salvou, ela subiu novamente na barra da ponte, mas foi puxada para trás no mesmo instante. Quando se virou pronta para reclamar com o garoto, ele não se encontrava mais atrás dela e nem em nenhum lugar da ponte.
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✄•┈ Fourteen
SonstigesDesde seus quatorze anos ela espera que o dia seguinte seja seu último dia. Desde seus quatorze anos ela perdeu o sentido de sua vida. E agora depois de quatorze anos, ele a fez perceber que ela queria viver, mesmo que a vida não fosse um mar de ros...