Enquanto em Londres eram 14:28h, Seul estava prestes a entrar madrugada adentro às 23:28h com 9 horas de diferença entre Taehyung e Jungkook. O último, havia cochilado algumas vezes durante o seu voo, acordando, olhando para o lado e avistado Kim Namjoon dormindo sossegado na poltrona do avião, resolvendo pegar no sono novamente, tal qual a ele.
Tinha um pouco de receio de transitar em aviões. Grandes máquinas planando no céu nunca foi algo simples de se olhar e pensar "moleza, quero ir". Estava longe de achar isso, então dormir durante os voos sempre foi a melhor opção para não ver absolutamente nada. Não mexia frequentemente no celular, não lia livros, não jogava conversa fora, apenas dormia.
Antes de assumir a presidência do negócio de sua família, fez algumas poucas viagens como essa para o exterior, acompanhando o avô, o antigo pilar da grande marca de supermercados Imperdível. Estava sendo treinado naquela época e sequer se deu conta. Agora, olhando para trás, via fundamento. Acontece que, Jungkook não era tão comunicativo assim, não era tão bom na lábia ou em negociar. Nunca foi um exímio extrovertido e sim um introvertido. Quando adolescente, chegava a ser bastante tímido, mas ter sido colocado em situações que lhe tiravam da zona de conforto teve um papel de lhe arrancar um pouco dessas características. Adiantou? De uma forma ou outra, sim, mas ainda tinha resquícios dessas coisas em sua personalidade.
Cuidava do físico por satisfação pessoal, mas também por uma pontinha de ter maior aceitação na forma como lhe viam exibindo virilidade. Marcava fonoaudiólogo para não pecar na oratória na frente de grandes públicos. Na maçonaria tinha a fraternidade, humanismo e liberdade como pontos norteadores, além de desenvolvimento pessoal. Em relacionamentos, procurava carinho, afeto, mas também o prazer à dois. Na nicotina, a válvula de escape. Tinha plena ciência de tudo o que fazia e porquê, mas, mesmo assim, nenhuma dessas coisas lhe impedia de recorrentemente cair em pilhas — tais quais a que Taehyung jogava como combustível para a cabeça dele explodir —, entretanto, lidava bem melhor hoje em dia. Namjoon estava lá parcialmente por isso, como um motorista, mas também como ombro amigo e pessoa de sua extrema confiança. Um pilar.
Todo mundo tem aquela pessoa que nem sempre é a sua melhor amizade, mas sim a que tem as melhores palavras.
Com toda a viagem, Jungkook não se prendeu a conferir o celular muitas vezes. E quando fizera, foi por algo essencial e só. Sequer viu a mensagem de Taehyung no exato momento em que lhe foi enviado.
Estava indo para o quarto do hotel, após Namjoon seguir o corredor direto, indo para o quarto reservado dele.
— Até depois, Namjoon — Jungkook acenou brevemente para ele.
— Bom descanso, Jungkook.
Encostou seu cartão magnético no leitor do quarto, liberando o acesso e puxando a mala de rodinhas consigo ao empurrar a porta adentrando ao quarto. Deu uma breve conferida no ambiente, passeando o olhar por todos os cantos que seguiam uma paleta neutra de branco e tons de areia. Escorregando a alça da bagagem de ombro pelo braço, a deixou cair no piso de carpete como um saco de batatas e soltou a mala arrastada pela outra mão também. Esfregou o rosto com ambas as mãos agora livres e as mesmas correram seguidamente por entre seus fios de cabelo castanho, os jogando para trás.
Tirou o celular do bolso ao ir até a lateral da cama e arrastar o dedo indicador pela mesinha de cabeceira que comportava um abajur suntuoso sobre ela. Nenhuma sujeira, tudo limpo e perfumado. Naquele canto, tirou o tênis ao pisar no calcanhar e soltar-se do aperto nos pés causado pelo Vans, repetindo isso com o outro pé e deixando o corpo cair de costas na cama. O corpo ricocheteou no colchão, efeito parecido com o de uma cama-elástica, de tão boas que as molas eram. Deitou-se verificando mensagens, encontrando a isca jogada por Taehyung.
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Ofertão 1,99 [taekook]
FanfictionA personificação do fuzuê, Kim Taehyung. Este era o nome daquele que já moveu o céu e a terra por uma esticadinha no horário de almoço. Era conhecido por aí como o tal tigre do calçadão, já que trabalhava o turno inteiro trajado por uma fantasia rid...