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Estava tentando marcar um encontro com alguns amigos no meio da rua, quando vejo o letreiro de uma balada super famosa da cidade.

LADIES AND CHERRIES

Não passava das 23hrs, conseguiria fácil meia entrada, mas tinha receio de ir sozinha. Tudo bem, uma vez na vida não mata ninguém, certo? Certo.

Assim que adentrei a balada, pude ver que era maior do que aparentava. Senti o cheiro de álcool por todos os cantos, em perfumes e bebidas.

 Vi um espaço pouco vazio perto do balcão e me prontifiquei a pegar aquele lugar. Mas minha velocidade foi pouca, já que um homem chegou antes de mim.

E que homem!

Andei derrotada e com cuidado até um lugar menos cheio. Frente a frente com aquele homem.

Pedi uma dose de whisky e segui para a pista. O calor que senti no meio daquele mar de suor alcoólico foi tão aconchegante que nem percebi um certo incômodo, como se alguém estivesse me observando.

Mandei uma mensagem para uns amigos dizendo onde estava e que logo acabaria o desconto na entrada.

ja tô aqui na frente ~ emy

chegando, me encontra no balcão ~ elo 

Estava suada, álcool entrando e saindo do meu corpo, minha dose perto do fim, me vi procurando um lugar para sentar. Um sofá bem mequetrefe, com certeza me daria dor, mas por ora era suficiente. 

Vi pela entrada do lugar, meu amigo Elo junto de Emy, juntos e rindo vindo em minha direção. Mas eles pararam no meio do caminho.

Hey, estou aqui!

Meu olhar era confuso, até que senti algo do meu lado.

Eu o olhei só uma vez! Ele nem me viu! O que ele quer?

 – Boa noite, moça. – Tentou sussurrar em meu ouvido. Me afastei aos poucos.

– Boa noite. – Foi bem estranho seu olhar. Um olhar sedutor e sedento.

Que comecem os jogos!

 – Se importa se eu for pegar mais um pra mim? - Perguntei apontando para meu copo, dependendo de sua resposta, continuaria.

 – Jack Daniels? Posso te acompanhar. Se importa? – Agora era sua voz num tom sedento.

 – Nenhum pouco, mas é Johnnie Walker. – Sorri pensando nos lábios carnudos que pediam os meus indiretamente.

– Gosta de dançar? – Concordei em tom inaudível. – Dança muito bem, devo dizer. Te observei desde o momento que entrou por aquela porta.

 – Do que adianta olhar se não se junta comigo? – Seus olhos percorreram meu corpo em questão de segundos. – Gosta?

 – Desculpa, do quê? – Estava envergonhado por eu ter o repreendido. Eu também estava envergonhada por alguém tão descarado me comer com os olhos enquanto jogo meus encantos busto acima.

 – Uma dose dupla de Whisky. Do bom. – Meus amigos me olhavam de longe, não dançavam nem nada, apenas sentados prontos para atacar alguém, ou eles mesmos.

– Me chamo ... – Não consegui ouvir o resto de sua fala, ele não havia a concluído.

 – Park JiMin. Muito prazer, sou Mary Leroy. – Estendi minha mão para um aperto. Relutante, deu o aperto de mão mais frouxo que senti na vida.

– Fã? – Seu olhar tinha receio pela primeira vez na noite.

 – De quem? – Com meu copo, estendi a dose dupla para ele. – Você disse que me acompanharia. Vamos dançar depois, não? – Um pouco descontraída, o chamei para a pista.

– Desculpe, fiquei um pouco assustado. – Disse tentando, mais uma vez, se aproximar. Me agarrei em seu pescoço, ciente de que ele poderia, sem querer, derrubar um pouco da bebida em mim.

– Não se preocupe, sou apenas uma mulher comum conhecendo um homem comum numa balada cara. – Sussurrei em seu ouvido, o sentindo arfar em meu pescoço.

A noite foi tranquila, dançamos até nossos pés pedirem arrego, dividimos bebidas até nossa cabeça pesar e conversamos como se tivéssemos sido criados juntos. Mas o final não iria ser tão tranquilo.

JiMin queria algo, e isso estava estampado para quem quer que visse. Confesso, também queria, mas não era aquele o meu propósito da noite.

O vi se aproximar de mim na intenção de me tomar para si. Chegando perto. Perto. Mais perto. Sua respiração batia contra meu rosto e sua mão lutava para não me puxar. Ele relutava contra si, esperando um sinal meu, o mínimo para poder continuar. Não me contive, segurei sua mão num sinal de permissão e assim o senti. Seus lábios pressionados aos meus num ato de liberdade. A boca macia, cheia de delicadeza com o fraco ardor do álcool. O beijar era gostoso, mas isso não durou.

acorda gata ~ 05:00

O som do meu alarme era estridente e nos assustamos.

– Não era pra ter acontecido, me desculpa! Eu preciso ir! – Ele parecia entorpecido demais para entender minhas palavras emboladas e desesperadas.

– Seu... Seu núm... Seu número. – Foi a única coisa que ele disse.

– Eu preciso ir.

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08.08.2021/23h10min

OLD PARR - PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora