Flores e chocolate

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Eu amava as épocas de chuva. Sempre tinha um clima fresco pra amenizar o calor que era minha cidade, a paisagem ficava bem cinza, do jeito que eu amava

Mas, acima de tudo, eu adorava o calor do corpo dele me esquentando.

Naquela noite, tinha acabado de chegar de um dia cansativo do trabalho. Meus pés estavam me matando por ter ficado o dia inteiro pra lá e pra cá nos saltos agulha, auxiliando meu chefe nas suas reuniões e resolvendo pendências, e só de sentir meus calcanhares no chão, já foi uma vitória.

Coloquei uma música no meu Home Teather e fui direto para o banheiro. Enchi a banheira com água e sais, prendi meu cabelo para não o molhar e entrei nela. A água morna relaxava meus músculos, e eu encostei a cabeça na borda dela, mas por mais relaxada que estivesse, meus pensamentos sempre iam até ele. Não resisti, peguei meu celular e mandei uma mensagem.

"Numa noite chuvosa assim, queria tanto você comigo aqui..."

Deixei o celular de lado, e novamente me recostei na banheira, e dois minutos depois, meu celular vibrou com a mensagem de resposta dele:

"Quer que eu vá até aí pra gente dormir de conchinha?"

Sorri para a tela do celular.

"Quero que esquente meu corpo, me faça carinho e me traga chocolate quente. Quero uma massagem, e quero fazer amor com você. Estou com saudades."

"Também estou com saudades. Farei tudo o que quiser e mais, quando voltar de viagem. Tudo para a minha rainha."

Faziam uma semana que Jean havia viajado a negócios, e eu sentia a falta dele. A casa parecia até mais triste sem ele, já que ele sempre tratava de fazer as gracinhas dele, suas músicas agitadas, e seu alto astral.

"promete que vai me mimar muito quando voltar de viagem?" – Perguntei, pela mensagem.

"Sim, eu prometo, minha linda. Vamos dormir de conchinha mais rápido do que você imagina. Fiz um pedido pra você, eles vão entregar em vinte minutos. Espero que goste."

Terminei o meu banho, vesti uma roupa mais leve para dormir, e exatamente vinte minutos depois, a campainha tocou. Quando eu abri a porta, meus olhos brilharam.

Jean segurava um lindo buquê de rosas vermelho, e na outra mão, um caixa de chocolates meio amargo, que eu tanto amava, e a mala de viagem ao seu lado. Mas além disso, ele estava ali. Vestia um sobretudo amarelo, com seus cabelos alinhados, e um sorriso no rosto.

- Jean! Meu amor, você está aqui!

Ele me entregou as rosas e o chocolate, e acariciou meu rosto com a mão esquerda, aproximando-se mais de mim e levando seus lábios aos meus. Seu beijo tinha gosto de cappuccino, e eu sorri, completamente feliz por ele estar de volta a nossa casa mais cedo do que eu esperava. Um beijo doce, cheio de carinho, e eu estava nas nuvens. Eu era completamente apaixonada por aquele homem.

- Consegui antecipar minha volta. Gostou da surpresa?

- Eu amei, meu amor, você nem imagina. Agora entra, está muito frio aí fora.

Ele entrou em nossa casa, e eu logo tratei de colocar as rosas em um vaso. Enquanto as organizava, ele me abraçou por trás, afastando meus cabelos e os tirando do meu ombro e levando seus lábios até minha pele nua, deixando beijos desleixados, subindo até minha nuca. Eu fechei os olhos sentindo seus braços em volta do meu corpo, seus lábios e seu hálito quente que arrepiava cada pelo do meu corpo.

- É tão bom estar em casa de novo... – Ele disse, rente ao meu ouvido.

- E eu amo o fato de você estar comigo antes do previsto. Essa noite iria ser bem solitária sem você aqui.

- Mas eu cheguei, e vamos aproveitar essa noite.

- Não está cansado da viagem?

- Um pouco, mas um banho vai me revigorar. Eu vou lá, tudo bem?

- Tudo bem. Vou pedir algo pra comermos enquanto isso.

Ele então se dirigiu até nossa suíte, e eu pedi uma macarronada para dois. Não demorou muito a chegar, e depois de meia hora, já estávamos jantando à mesa. Conversamos um pouco sobre como foi a viagem dele, e depois disso, fomos para o quarto. Abri a TV, coloquei no streaming de vídeo e selecionei um filme qualquer, pois pra mim não importava.

- Então, amor, por onde começamos? Quer que eu te faça uma massagem? – perguntou ele, baixo, fazendo carinho no meu rosto.

- Uhum. – Respondi, afirmando com a cabeça e com um sorriso no rosto.

- Certo, então deita de bruços.

E assim eu fiz. Ele sentou nas minhas pernas, mas antes disso, subiu minha camisola e a tirou, ne deixando de calcinha, pegou um óleo de massagem e derramou sob minhas costas. Ele tinha as mãos grandes e sua massagem era a melhor que existia. Eu simplesmente amava a firmeza de seu toque, contrastada com o cuidado que ele tinha ao me tocar. Ele era o equilíbrio perfeito entre delicadeza e brutalidade, e essa era uma das muitas coisas das quais eu amava.

Estávamos em silêncio, o som da tv estava baixo, permitindo-nos ouvir as gotas de chuva que batiam violentamente contra a janela, devido a chuva estar forte naquela noite. As vezes deixava escapar um gemido, principalmente quando as mãos dele passavam perto demais da minha bunda.

Depois de alguns minutos, ele saiu de cima das minhas pernas e começou a massageá-las, começando pelo pé, do qual eu ria por sentir cócegas, e ele se deleitava com meu riso.

- Vira de frente, querida.

Obedeci. Ele ficou observando meus seios, e depois disso, voltou a massagear meu corpo. Fechei os olhos sentindo seu toque, enquanto suas mãos passeavam pelos meus braços, ombro, abdômen e coxas. A falta do tato dele nas minhas partes mais sensíveis estava me deixando sedenta.

- Pronto, terminei. O que quer agora? – ele falou, saindo de cima de mim e deitando ao meu lado, quando terminou sua massagem.

Eu nem queria falar, estava tão relaxada que ainda podia sentir suas mãos em mim, mesmo que elas não estivessem me tocando.

- Quero que deite de conchinha comigo.

Ele prontamente atendeu meu pedido, deitando-se atrás de mim e me encaixando contra seu corpo, completamente colado no meu. Nos cobrimos com o cobertor, e ele acariciava minha barriga, e eu estava necessitada que ele parasse com sua tortura, por mais que fosse gostosa e provocante. Mas, ao mesmo tempo, gostava de apenas ficar daquele jeito com ele. Nós dois, deitados em nossa cama, apenas apreciando a companhia um do outro, o calor um do outro. Não me via mais numa vida sem ele comigo. Sabia que podia contar com ele pra tudo, que ele era um verdadeiro companheiro, um amigo leal, um noivo perfeito.

Não via a hora de virar a senhora Kirschtein.

Estava perdida em meus devaneios até sentir uma de suas mãos em meu seio.

- Você disse que queria que eu fizesse amor com você. Que estava com saudades de mim. Era verdade, ou só estava me provocando? – Perguntou, com a voz rouca ao pé do meu ouvido. Involuntariamente esfreguei minha bunda em seu pau, que eu sentia que estava duro, preso dentro de sua calça.

- Achei que estávamos assistindo ao filme...

- Entre assistir o filme e sentir seu corpo quente e suado contra o meu nessa noite fria, eu prefiro a segunda opção.

Me virei se frente pra ele, colocando minha perna por cima de seu quadril. Ele me abraçou forte com um dos braços pela cintura, pressionando meu corpo contra o dele, e eu sorri, acariciando seus fios castanho claros.

- Eu também. Eu te amo, Jean.

- Também amo você, meu anjo.

Depois disso, aquela noite chuvosa, apesar de ser fria, foi uma das mais quentes que tive.

E eu amava isso.

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⏰ Última atualização: Jan 06, 2022 ⏰

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Noite chuvosa - Jean KirschteinOnde histórias criam vida. Descubra agora