"Onde estava você quando lancei os alicerces da Terra?
Quando as Estrelas da Manhã cantavam juntas, fazendo
com que todos os Anjos se alegrassem" (Jó 38)
Cantarolando, o Grande Ser prosseguia ocupado, e cada vez mais encantado com a obra da sua Criação.
Um dia, contemplou a Mãe-Natureza - a Parte Terna do Seu Ser - e notou que havia algo diferente nela. Parecia mais compenetrada e feliz.
Uma nova luz irradiava de seu rosto.
Seus seios haviam se dilatado, seu quadril aumentado, e sua silhueta já não tinha curvas tão generosas. Porém, prosseguia bela. Talvez mais bela do que antes! Intrigado, indagou-lhe com sua Voz de Amor:
- Que mistério traz consigo, a mais Bela Parte do meu Ser?
A Mãe-Natureza ofertou-lhe o seu riso terno, respondendo-lhe:
- Distraído é o Pai da Criação, Fonte Viva do Meu Ser! Onde tocas, geras vida. Em meu ventre brota a semente, fruto do Teu Amor e da Tua Luz.
O Grande Ser pensou nas esferas que criara... Vermes e larvas evoluíam tornando-se criaturas mais complexas. Eram criaturas estranhas, que brotavam da obra da Sua Criação e do seu Amor. Será que era a isso que a Mãe-Natureza se referia?! Teria perto de si, uma daquelas estranhas criaturas?!
Ocupado com a obra da Sua Criação, novamente o Grande Ser distraiu-se...
A Mãe-Natureza deu mais brilho às estrelas, e organizou com muita beleza os arredores da Esfera Central, que acolheria o fruto do seu ventre - filho do seu Grande Amor.
Trabalhando um pouco distante, o Pai da Criação ouviu gemidos. Aguçou seus ouvidos e preocupou-se. Era a Mãe-Natureza que gemia! Que mal a afligia?!
Deixou seus afazeres e apressou-se a socorrê-la.
Numa fração de segundos, transpôs uma distância de mil anos-luz e chegou a Esfera Central...
Notou-a mais organizada, e iluminada, como nunca. Tudo estava tão lindo! Mas, por que a Mãe-Natureza gemia?!
- O que aflige a Parte Mais Formosa do meu Ser? - Indagou-lhe o Grande Pai, acolhendo-a nos braços.
- Eu não sei. - Disse ela num gemido. - Não queria te afligir, nem tirar-te dos teus afazeres... Sempre gerei vidas sem precisar incomodar-te. Só que agora... a vida que palpita em meu ventre, parece mais complexa... Como se fosse Parte Profunda do Teu Ser.
O Grande Ser acariciou o seu ventre e ordenou com sua voz de trovão: - Seja qual for a vida que incomoda a Parte Mais Doce do Meu Ser, ordeno-te que ganhe forma ante meus olhos!
As pernas da Mãe-Natureza se abriram, e ela soltou um gemido mais forte, enquanto que uma criatura pequena e melecada, surgia por entre suas pernas.
Com delicadeza, o Criador puxou a pequena criatura para fora e, limpando-a, notou que seu corpo possuía brilho próprio. E os seus olhos possuíam a luz das estrelas mais brilhantes...
A pequena criatura contemplou o brilho do Grande Pai e tentou apalpá-lo com suas mãozinhas miúdas... O Grande Pai contemplava encantado, aquela miúda criatura que se parecia consigo e com a Mãe-Natureza... Só que, a Mãe-Natureza ainda gemia, e o Grande Ser afligiu-se novamente:
- Já não ordenei que a vida que incomoda a Parte Mais Terna do Meu Ser, ganhasse forma?!
Novamente um gemido mais forte da Mãe-Natureza e outra pequena criatura surgiu por entre suas pernas. Brilhava menos que a primeira, mas também se parecia muito com o Grande Ser.
O Grande Ser se afligiu. Quantos mais haveria?! E quando cessaria a agonia da Parte Mais Doce do Seu Ser?
Desacostumado a conter-se ante a vastidão do universo, bradou sua Voz de Trovão:
- Quando repousará a Parte Mais Bela do Meu Ser?
Com aquele estrondo, que ecoou na vastidão do universo, um de seus pequenos, o que acabara de nascer, estremeceu de susto, por ser mais sensível, e chorou.
O bebê que brilhava mais ficou um instante sem entender porque seu irmão chorava... Mas aquilo lhe pareceu música, e resolveu aderir ao coro.
A Mãe-Natureza pediu ao Grande Pai que controlasse o ímpeto de sua voz, pois sua agonia cessara. Doravante, teriam companhia na Esfera Central. Amamentou seus dois pequeninos e beijou-os.
O Grande Pai buscou um acolchoado de nuvens alvas e cobriu os três. Ficou a contemplá-los, encantado e emocionado, sem forças para voltar ao seu trabalho, tamanha a alegria que inundava seu peito.
Esperou que os três adormecessem e ficou por ali, vigiando-os e entoando cantigas suaves, experimentando o Sentimento de Proteção que exalava aos FILHOS DO SEU GRANDE AMOR.
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OS FILHOS DO AMOR - A História dos Anjos Rebeldes
Ficción históricaEssa história se passa na Babilônia nos tempos do Antigo Egito, quando os homens viviam mais, relembrando-nos a HISTÓRIA DE MELQUISEDEQUE - O rei de Salém. O texto sagrado nos conta que Enoque era Amigo de Deus e caminhava com Ele. Abraão se tornou...