CAPÍTULO - 10 (O Prêmio)

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O PRÊMIO…

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O PRÊMIO…

Keyla foi a primeira a descer do carro. Confessava que as pernas estavam um tanto bambas e nunca teve tanto medo de ser carona de alguém como essa noite. Conseguiu disfarçar bem esse sentimento em um sorriso falso que direcionou aos perdedores. Quando ficasse sozinha com o ruivo, iria pensar num belo castigo para esse sufoco todo que a fez passar. E esse pensamento, despertou ideias bem excitantes em sua mente.

— O seu cachorrinho trapaceou! — Japa veio furioso em sua direção. — Foi desleal, jogando o carro em cima de mim! Isso não vale!

— Eu não joguei o carro em cima de você! Me atrapalhei com a direção! Só isso! Nem sequer encostei na lataria do seu carro! — Samuel mentiu.

— Não houve nem sequer um toque, Japa! Admiti, você perdeu para uma vovozinha! — Keyla brincou.

— Vovozinha? Me respeite, garota! Ganhei a porra da corrida pra você.

Sam encostou-se no carro. Tinha que admitir que as pernas não tinham forças para conduzi-lo até onde ela estava. Estavam tremendo. Não sabia se ainda era de medo pelas situações inusitadas que passou essa noite ou se era efeito da adrenalina em seu corpo. Esperava que ninguém percebesse tal fato. Nunca passou tanto estresse na vida. Mesmo em combate. Pois lá, sabia exatamente como agir. Na estrada, não tinha noção de antever o próximo passo que teria que tomar ou o que poderia acontecer a seguir.

E quando o caminhão cruzou a sua frente, ali do nada, deve ter roubado alguns anos da sua vida com o susto que a morte pregou. Sentiu até a alma sair do corpo e ajudar a tentar frear o carro para evitar a colisão. Se ela tivesse ocorrido, não estaria vivo. Nem ele, nem a loura, e talvez, qualquer outro civil que acabasse se envolvendo no acidente. Jurou para si mesmo. Nunca mais vai brincar de corrida.

— Ele bloqueou a estrada! — Japa tentava achar motivos para anular a corrida. — Cortou caminho! Céus, não viram isso! Estavam bem atrás dele!

— Ele usou de estratégias que você já usou também! Lembra do farol de Laguna?— Julius deu um tapinha no ombro dele. — Além de queimar a largada, provocou dois acidentes!

— Aqui está a minha parte.

Lince deixou os maços de dinheiro cair dentro da bolsa de couro que a loura apresentava. Entregou as chaves do Corvette e passou por ela batida indo em direção de Samuel que preferiu ficar encostado ao carro só observando a movimentação. Não iria contestar quem tinha razão. Correu o percurso e chegou em primeiro. Eles que se entendessem. Afinal, ninguém passou regras para ele. Era uma guerra. E na guerra e no amor, vale tudo!

— Você está bem? — Lince o avaliou agora mais de perto com um sorriso malicioso.

— Sim, por quê?

— Para receber o seu prêmio...

Ela o envolveu pela sua cintura o puxando para bem colado de si e o beijou na boca. Sam sabia que quem perdia era prêmio de quem ganhava. Mas, por algum tempo achou que isso era só uma piada. Lince ali agarrada nele e já se esfregando em seu corpo aproveitando a carga de adrenalina provocada pela corrida, provava o contrário.

Sequestrando o PlayboyOnde histórias criam vida. Descubra agora