Capítulo 15 (a fuga)

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A fuga

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A fuga

O vento frio cortava a pele de Souza pelo caminho escuro da rodovia. O medo era insistente em lhe abraçar. O calor de Irina era a única demonstração de esperança nesse rolo todo. Ele via por seu ombro o Camaro preto à sua frente, guiado pelo helicóptero. Já imaginava Samuel o agradecendo do mesmo modo que socava a sua cara. Onde diabos estava a cabeça para contratar mercenários para socorrê-lo? Num filme de ação?

Abraçou mais a garota, colocou o capacete nas suas costas e começou a rezar baixinho. É uma guerra, caralho! E numa guerra não vale tudo? Talvez, nem tanto...

O som da metralhadora da aeronave o trouxe à realidade. Ela limpava o portão muito bem guardado logo a sua frente. Era chegado o momento da verdade. Respirou fundo e implorava que as forças do além o livrasse dos tiros que poderiam vir em sua direção. Por que só agora, percebeu que Irina tinha uma malha que deveria impedir isso sobre seu corpo, ao contrário de si, que só o casaco jeans o cobria.

"Burro! Como pode ser tão burro?"

Questionou a si mesmo tremendo por dentro. Ele os viu armados. Pensava que fariam o quê com elas? Que estavam carregadas do quê? Confetes? Aumentou a reza. Era muito jovem ainda pra morrer!

Ele viu Ayla puxar a glock enquanto guiava a moto e eliminar como mosquitos dois seguranças que ainda tentaram impedir a entrada deles. Quem pensaria que aquela judia roqueira pudesse ter esse espírito sanguinário? Ela era moça de família, cacete! Seu pai era um simples comerciante! Nunca mais teria coragem de brincar com ela em redes sociais...

O Camaro parou num cavalo de pau em frente a casa antiga de fazenda e antes que tomassem conta de sua presença Yuri e Ivan sacaram dos seus rifles automáticos, desceram e já eliminaram quem quer que aparecesse sem nenhum questionamento.

O coração de Souza batia no mesmo ritmo que as balas zuniam pelo ar. O sangue congelou aos poucos quando Irina parou a moto e sem muito se importar com sua presença, já desceu com as pistolas em punho em cada mão. O andar serpenteado dela, tão sensual, mas que ao mesmo tempo demonstrava confiança de alto comando. Souza se transferiu em pensamentos para aquelas cenas de jogo que Samuel tanto gostava.

Na enorme tela da televisão da sala, aquilo era de um tesão danado. Ali, no meio do fogo cruzado, não tinha todo aquele charme. Era apavorante. Souza foi acompanhando a ruiva no encalço da sua sombra como um bom covarde que era. Se sentia fraco e impotente diante dela.

Caminho livre, limpo e dominado, ela tirou o capacete e com um simples acenar de cabeça ordenou aos homens procurarem Samuel nas dependência mais inferiores da fazenda enquanto o encarava...

- Mostre o caminho!- ordenou a Souza.

- Eu? Tá maluca mulher?

- Mostre o caminho...- apontou uma das armas em sua testa e ele nem ousou questionar mais.

Sequestrando o PlayboyOnde histórias criam vida. Descubra agora