Capítulo 17. "Back under the stars, back into your arms" (Fall To Pieces)

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Sentada em uma poltrona em frente à porta da sacada, assisti Jungkook chegar, depois ir embora.

Também acompanhei a noite se estender até a chegada do dia. A insônia parecia ter gostado da minha companhia e eu não tinha a menor vontade de me deitar e tentar conciliar o sono.

Eu tinha medo que isso fizesse o dia chegar mais depressa, eu não queria ter de ir pra escola e encarar lá tudo o que eu mais queria distância naquele momento.

Aquela confusão desnecessária arrepiava até meus ossos, só de me lembrar de todos aqueles olhos, todas aquelas expressões surpresas, era tanta gente; e aquelas fotos, tão íntimas.

Como Jungkook fora capaz de dividi-las com quem quer que fosse? E como Jennie tivera coragem de armar todo aquele escândalo quando ela sabia que eu odiava qualquer atenção sobre mim?

Eu não conseguia pensar numa maneira de me livrar daquela sensação invasiva, eu queria poder ignorar, ou então enfrentar, mas eu não sabia como.

O azul voltava a ganhar uma escala mais clara, me levantei, sentindo-me ligeiramente trêmula, talvez por não ter conseguido colocar nada no estômago desde o dia anterior. Andei devagar até meu guarda-roupa e retirei um uniforme limpo de lá, estendi sobre minha cama e comecei a verificar meu material dentro da mochila.

Pensar que, no dia anterior, eu estaria dando um toque no celular de Jungkook para garantir que ele fosse acordar. Cedi à fraqueza de minhas pernas e me sentei na beirada da cama, sentindo meus olhos embaçados e a angústia embolar-se em minha garganta.

Eu não sabia se era capaz de perdoar Jungkook, nem mesmo se estava preparada para ouvi-lo explicar-se, mas ficar sem ele parecia ainda pior que qualquer outra coisa. Ele não podia ter feito aquilo por mal, não podia.

Ele tinha que ter uma explicação que me fizesse perdoá-lo facilmente, me fizesse esquecer a humilhação toda, ele tinha que me fazer acreditar nele, pois eu precisava dele ao meu lado, acima de tudo.

Tomei um banho, daqueles que a gente sente que pode derreter sob o chuveiro, quem sabe isso resolvesse meu problema de ter que ir para a escola, se talvez eu dissolvesse...

Sequei meu cabelo e vesti meu uniforme, rapidamente fiz uma trança embutida com o meu cabelo e enquanto procurava pelos meus fones de ouvido, um envelope colorido arrastou-se com uma corrente de ar e escondeu-se embaixo da cama, andei até lá e o peguei, na parte de trás reconheci minha caligrafia, "Jungkook ", sorri fraco.

Era o convite para o meu festival de dança, era o convite que eu deveria dar a Jungkook no dia anterior. Mas agora eu não sabia o que fazer com ele, então o deixei sobre minha cama e coloquei minha mochila no ombro, descendo para o café da manhã.

Papai questionou sobre mim e Jungkook, mamãe também quis saber o que havia acontecido, mas eu me limitei a dizer que havíamos discutido e que eu achava melhor ficarmos afastados por um tempo. Eles pareceram acreditar.

Se eu dissesse a verdade, não gosto de pensar no que eles fariam com Jungkook e com Jennie... Ok, na verdade eu tinha medo que eu decidisse perdoar Jungkook e eles continuassem o odiando, teríamos um grande problema com isso.

Era melhor ser cuidadosa, agora que eu estava com a cabeça um pouco mais fria.

Quando saímos de casa, eu e Ryan, em direção ao carro de papai, pude reconhecer a Tucson de Jungkook estacionada sob a árvore do outro lado da rua, meu coração disparou e, mais subitamente, meu estômago deu um tranco, enrijeci meus músculos e tentei não ceder à vontade de ir lá e perguntar o que ele estava fazendo ali, apenas para ouvir sua voz.

Papai abriu a porta pra mim e eu desviei meus olhos, me recolhendo contra o assento do carro. Vulnerável, era como eu me sentia enquanto atravessava o gramado do colégio. Sentia as pessoas me olharem, mas não quis saber o que seus olhos refletiam, não me importava.

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