Joan Jett, estilo punk ou... - Theyna

Capítulo único

– Então... Você me trouxe para um show underground de punk porque eu... Pareço a Joan Jett dos anos 70? – As bochechas de Reyna coraram um pouco, parecia bem mais estúpido quando saía da boca de Thalia. Estava prestes a se defender quando viu a morena abrir um sorriso – Eu adorei. Acho que é o melhor elogio que já me fizeram.

A romana suspirou aliviada, o lugar era... Intenso, mas a ideia havia sido de Nico e ele havia acertado em cheio. Além disso, Thalia realmente parecia com Joan Jett, o cabelo preto mais comprido desde que deixou a caçada, as jaquetas de couro, a única coisa diferente eram os olhos, os da filha de Zeus eram mais bonitos. Reyna sabia que um encontro comum jamais atrairia a atenção da ex caçadora de Artemis e, bem, ela queria que a Grace aceitasse.

– Eu não sabia qual era seu gosto musical, mas...

– Couro e spikes te deram uma ideia?

– Sim – admitiu, seus olhos encontraram os de Thalia na escuridão.

– Você gosta disso?

– Joan Jett, estilo Punk ou... – A filha de Belona mordeu a língua percebendo que estava prestes a admitir sua paixão pela Grace.

– Ou? – sentiu um frio gostoso, algo próximo a borboletas no estômago. Infelizmente, Reyna perdeu a capacidade de completar a frase.

Agradeceu aos Deuses, romanos e gregos, quando a filha de Zeus se inclinou e a beijou suavemente nos lábios, se afastando com um sorrisinho ainda maior. A Ramirez olhou ao redor um pouco constrangida, mas, como ninguém ali parecia se importar, respirou aliviada

– Jason não sabe o que perdeu – A morena falou bebendo de sua garrafa.

– Você deve pensar que eu estou querendo entrar para a família Grace de qualquer jeito – falou nervosa e mexeu no canudinho de sua lata de refrigerante.

– Talvez seja nós, o Grace, que estamos tentando entrar na família Ramírez – O sorriso de Reyna foi sincero, deram as mãos.

Passados alguns segundos, Reyna finalmente decidiu acabar com sua curiosidade.

– Posso perguntar porque deixou as caçadoras? – A pergunta da romana era algo que Thalia evitava a um tempo, mas todos estavam empenhados em descobrir. Teria sido motivo suficiente para mandar qualquer outra pessoa pastar com Hera, mas sabia que a pergunta havia sido feita por uma preocupação genuína, afinal, o relacionamento delas poderia muito em breve ser mais que amizade.

– Descobri que... Não odeio o amor, só contos de fadas e a ideia de sexo – bebeu mais um gole e limpou a boca com as costas da mão. Estava esperando por algum sinal de rejeição da parte da Ramírez, o que não aconteceu, de repente, se sentiu intrigada – Por que você nunca se juntou às caçadoras?

– Acho que eu também não odeio o amor, mesmo que tenha me cansado de buscar um conto de fadas – Se Thalia já não tivesse interessada na semideusa, teria ficado naquele momento. A atração estava estampada nos olhos de ambas, que estavam presos uns nós da outra.

– Então... Um brinde a um não-conto de fadas – A latinha se chocou com a garrafa, o clima voltou a ficar mais leve, talvez ainda melhor que antes.

A música tocava alto, as luzes iam e vinham, a bancada do bar parecia estar hora cheia e hora vazia. Não era um encontro para ambas se conhecerem, era algo apenas para ficarem juntas até decidirem se aquilo era bom ou não.

Para Reyna era bom.

E para Thalia era perfeito.

Se tornou ainda melhor quando uma banda começou a tocar um cover de Bad Reputacion de Joan Jett. Naquele momento as garotas se olharam e souberam que definitivamente haviam recebido uma dádiva do destino. Talvez Afrodite estivesse sorrindo para elas, mas Thalia e Reyna esperavam que não. Nada de deuses, nada de flechas do cúpido. Nada de grandes profecias ou monstros naquela noite.

Apenas duas semideusas se apaixonando da forma mais mortal e humana possível.