O Conto das Maravilhas

Era você

Bela sonhava com um amor dos livros. O "felizes para sempre" "agora e para sempre" e o príncipe charmed (encantado). Se guardou, esperou e a cada cara que faziam seus olhos brilharem e o coração acelerar, deixava um pouco da certeza e definição que construiu sobre o amor. Em um belo sábado pela manhã, enquanto Bela passeava pelo parque da cidade, cheio de belas flores ao seu redor, o sol a pino, o céu azul e límpido; distraída, tropeçou em algo ou melhor, alguém. Ao suspender a cabeça, com a boca aberta para dizer "peço desculpas!", Seus olhos mapearam cada parte da estrutura corporal daquele ser, seu coração gritava " é ele! Tem que ser ele", e era. Ali estava, à sua frente, a personificação do príncipe encantado, a sua idealização perfeita. Olhos castanhos como a noite, cabelo ondulado em tom castanho claro, com o tom da pele que lembrava o sol poente, em seu 1,80 de altura, vestindo uma bela camisa azul bebê, calças branca e um sapatenis do converse - all star.

Tudo perfeito, no dia perfeito, perfeito demais. Antes que Bela pudesse sair da transe, ele se posicionou em um tom preocupado, pedindo-lhe desculpas e que estava distraindo olhando a beleza das rosas. Ao perceber que o tropeção se transformou em pequenas gotas de sangue do dedo mindinho do pé de Bela, que estava utilizando um belo par de sandálias rasteira; o príncipe com olhos de lince, tratou logo de pegá-la no colo - como se fosse algo extremo -, sentou-a no banco ao lado, correu desesperado em busca de uma farmácia, enquanto isso, Bela sorria feito uma criança descobrindo o mundo, era ele! E como nos contos de fadas, começou a idealizar o casamento, vestido, pássaros e coelhos ajudando em todo o conjunto da obra.

Logo chegou o príncipe, esbaforido, com receio da donzela partir e enfrentar um novo dragão ou o chão. Se ajoelhou, sem se importar com a calça branca que usava. Limpou o ferimento dela com tanto cuidado, quase similar ao príncipe da Cinderela ao colocar o sapatinho em seu pé. Bela não sentia dor, mas borboletas em seu estômago. Ele sorriu para ela e disse:

⸺ Pronto! Uma princesa não deve passar por esse tipo de situação. Tão linda em um dia suave primaveril. Desculpa pela minha conduta atrapalhada e a insensibilidade em não ter enxergado esse anjo. Talvez você tenha caído do céu exatamente nesse momento. - disse ele aos risos.

⸺Creio que não! Sou distraída mesmo! A propósito, me chamo Bela.

⸺Olá, Bela! Seu nome descreve exatamente quem és. Me chamo Luís, prazer!

E assim, escanearam seus contatos e conversavam a cada minuto do dia, se encontravam aos fins de semana, melhor, ele a pediu em namoro após uma semana do incidente no parque florido. A cada encontro era algo novo, uma sensação distinta. Bela encontrou em Luís tudo que sonhará: gosto parecido, ele era doce, compreensível, ajudador, acolhedor, exatamente tudo que há em um príncipe dos contos. Tudo era uma harmonia perfeita. O seu "felizes para sempre"estava construído. Luís já falava em casamento, Bela já economizava o dinheiro para se unirem em matrimonio.

Em um domingo, no mesmo local que se conheceram pela primeira vez, Luís se ajoelhou diante dela, após 3 meses de namoro. Era agora! Era a hora do pedido!

⸺Bela, você surgiu como um furacão na minha vida. Amei cada momento que passamos juntos... – Luís deu uma longa pausa.

⸺Luís, meu amado! Eu te amo com cada gota do meu ser e alma! – disse Bela com os olhos marejados.

⸺Bem, vamos terminar!

⸺ O quê?

O mundo de Bela desabou. Já não conseguia mais montar uma frase inteira na sua cabeça. Olhou perdida para Luís sem entender o motivo. Era tudo tão perfeito, tão tudo que ela idealizou. O mundo fantástico na realidade.

⸺Eu nunca te amei! Só fui bom o bastante para te deduzir, seduzir e conseguir o que eu queria.

⸺Conseguir o quê?