Capítulo 4

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De volta aos seus sonhos, Pandora percebeu novamente uma mancha preta no cenário que tinha criado, não era normal aquilo. Então decidiu fazer uma pequena passagem pelos sonhos de seus irmãos para conferir se mais alguém estava com aquela marca preta.

Entretanto, assim que pulou para o sonho de seu irmão Caio, uma forte dor se apossou de sua cabeça e tudo ficou preto, fazendo com que ela despertasse apavorada e se deparou com não um, mas todos do chalé 15 acordados e com cara de medo.

— V-Vocês sentiram isso? — perguntou Evy.

— Tudo ficou preto do nada! — exclamou Caio, sentando-se. — O que será que aconteceu?

— Será que houve algo com o mundo dos sonhos? — questionou Little Siren, se aproximando da conselheira, que estava com massageando a testa. — Tá tudo bem?

Pandora apenas assentiu e olhou para seus irmãos e irmãs que a encaravam atrás de respostas. Não era para menos, já que estava no comando do chalé.

— Eu... eu... eu não sei o que pode ter sido... — respondeu, se levantando e indo para perto da lareira.

— Será que mais alguém além de nós sentiu? — indagou Victor, andando de um lado para o outro.

— Calma, não vamos surtar — disse Pandora, indo para perto dos irmãos. — Alguém aqui sentiu alguma coisa estranha durante o sono hoje?

— Eu vi algumas figuras estranhas durante o meu sonho — falou Caio, e Victor também afirmou ter visto.

— Eu vi uns fantasmas e esqueletos no meu, porém não tinha nada a ver com aquele momento que eu tinha criado! — exclamou Evy.

— Eu senti um desequilíbrio entre as imagens do meu. Uma hora, o livro que estava lendo se transformou em um rato — Little Siren comentou, se abraçando. — E você?

— No meu, apareceram umas manchas pretas no cenário — murmurou Pandora, indo em direção à janela do chalé. — Isso não está certo... deveríamos falar com o Quíron ou...

Nesse momento, ouviram uma batida na porta do chalé e, assim que Pandora abriu, se deparou com And na porta, já com sua armadura.

— Ah, que bom que já está acordada — disse, com um sorriso. — O jantar começa daqui a pouco e o Quíron me mandou aqui acordar vocês, já que o caça começa logo em seguida, mas, pelo que vi, todos já estão de pé. Isso é que eu chamo de milagre... enfim, vocês têm 10 minutos para se arrumarem. O caça começa em 40 minutos. Até mais — despediu-se, indo em direção ao chalé 16.

Calmamente, ela fechou a porta do chalé, voltando a conversar com seus irmãos.

— O que vamos fazer? — perguntou Evy.

— Temos que analisar primeiramente se isso foi algo apenas conosco ou se alguém mais sentiu enquanto estava dormindo — todos assentiram. — Não vamos causar pânico. Depois do caça terá uma reunião com todos os conselheiros sobre algum assunto, então vou tentar descobrir algo. Agora vamos nos arrumar para vencer o caça.

Todos do chalé concordaram com um sorriso, mas estavam preocupados com aquilo. Pandora foi para perto de seu baú, que continha seus pertences, e pegou a armadura junto com seu arco-e-flecha. Junto com as suas coisas, tinha um papel para entrar no grupo de seguidoras da deusa Ártemis, que tinha recebido quando elas fizeram uma visita ao Acampamento. Não que fosse entrar para as caçadoras, afinal, amava o conforto do seu chalé, mas um certo sentimento aflorava em seu peito sempre que olhava aquele papel. "Você não pode deixar seu chalé", pensou, sacudindo a cabeça e colocando sua armadura.

Contos de Natal no Acampamento Meio-SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora