Capítulo 46 - A última batida do coração

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Os veículos chegam e antes de entrar dou um último abraço no meu irmão e na minha melhor amiga. Derramo uma lágrima silenciosa depois vou para o meu lugar na fila.

Ariel segura na minha mão e me fortalece, com ele do meu lado sinto que consigo vencer a tudo isso. Por mais difícil que seja duvidar de tudo e todos.

Chegamos a nossa base e nos apresentam nossos compartimentos, iremos passar a noite ali e de madrugada iremos atacar o Clã.

- Olá oficiais, sou o comandante da missão. Vou passar os detalhes agora, então fiquem atentos, pois eles podem ser decisivos para a manutenção da vida de vocês.

Nós vamos andar por cerca de dois quilômetros pela floresta e encontraremos a área em que o Clã está tentando se estabelecer. Haverão poucos rebeldes lá, segundo relatos eles estão revezando em turnos e por volta das quatro horas é quando estão mais expostos. Assim que a área for dominada vamos partir para o acampamento deles que fica a um quilômetro e meio de distância. Será um ataque surpresa e vamos fazer um cerco, os oficiais da equipe gama ( Oficiais experientes, que já tinham sido enviados) estarão nos esperando e prontos para o ataque.

Depois de ouvir as instruções preparamos nossas armas e munições e pegamos os equipamentos que são nossas especialidades. Eles fizeram uma lança compacta para mim ao apertar um botão ela fica do tamanho ideal. Ela também tem um dispositivo escudo que é acionado quando eu aperto outro botão. Não tenho dúvida de que meu combate com ela vai ser letal. Óbvio que usaremos mais as armas de fogo, mas se houver um combate mais físico eu provavelmente vou ganhar.

Ariel fica se exibindo com seu estojo de facas, ele era excelente no arremesso delas, sempre tinha a maior pontuação. Acho que somos uma boa dupla e caso tenhamos que fugir vamos conseguir nos sair bem.

Quando o toque de recolher é dado, saio silenciosamente para ir ao banheiro, pelo menos é o que eu disse aos oficiais que me encontraram. Eu vou tentar descobrir se há algum impostor por aqui, mas não encontro nada e decido realmente ir ao banheiro. Quando saio ouço um murmúrio dos fundos da construção, então vejo a Oficial Zeny recebendo um pacote do nosso comandante.

- Quando entrarmos na área eu quero que você coloque esse pacote nas coisas dela, depois o Max vai dar um jeito de tirar ela de cena.

- Mas o amiguinho dela está aqui senhor.

- O quê? Como deixaram isso passar? O general foi bem claro nas instruções de eliminar a Laferrew.

- Mas senhor...

- Sem mas! Envolva o garoto e o distraia. Caso ele dê trabalho o apague. Eu não estou nem aí para os dois só quero cumprir o objetivo da missão e ir embora. Não estou a fim de dar de cara com um monte de rebeldes da guarda revolta.

Levo a mão à boca. Então as ordens estavam vindo de cima? O General era um dos corruptos? Ele queria me matar então? Todos estavam em perigo, Mag, Miguel e minha família. Eu preciso sobreviver a essa missão para o bem de todos os que eu amo e do nosso Reino.

Volto para o banheiro e depois de bastante tempo é que eu volto para meu compartimento, os oficiais me questionam pela minha demora e eu digo que a comida não caiu bem no meu estômago.

- É Laferrew eu acho que isso é medo. - Eles caem na gargalhada.

Dou de ombros e vou para o meu compartimento eu preciso descansar e me preparar para fugir daquele lugar.

Por volta das duas e meia todos estão de pé, posso ver enquanto comemos a Oficial Zeny jogar charme para o meu amigo, pelo visto o plano estava sendo colocado em prática.

Depois do café somos instruídos a pegar as nossas coisas e nos preparar para ir para o local da missão. Assim que estou pronta encontro com Ariel e dou um abraço nele, fingindo desejar boa sorte.

O CLÃ - Série Crônicas do Reino Escondido - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora